domingo, 28 de fevereiro de 2016

SAÚDE: Falando sobre microcefalia...

Saúde - Sol Serenat Omnia

Estamos acompanhando estarrecidos o crescente número de casos de zika em nosso país. Tudo começou um tanto quanto discreto, mas de repente uma epidemia se instalou e veio a notícia: o vírus da zika pode estar relacionada com o aumento do número de casos de bebês nascidos com microcefalia. A notícia veio de Pernambuco e outros casos foram aparecendo e sendo confirmados em outras cidades e países. Pronto, estava armado o maior pânico entre as grávidas, mundialmente falando. Confesso que também estaria bem assustada se estivesse gestante nesse momento.

Tenho amigas grávidas e até brinquei com uma delas esses dias: “que tal ganhar uma burca de presente? Nada mal, hein! Bem apropriado para o momento”. Tentei brincar apenas para quebrar um pouco o clima de preocupação que, sem dúvida alguma, está no ar. Afinal, é triste assistir as matérias que apresentam pequeninos bebês, frágeis pelo fato de serem recém-nascidos, mas mais fragilizados ainda, pelo fato de carregarem uma má formação que irá acompanhá-los por toda vida. A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que de outras da mesma idade e sexo. Crianças com microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há cura.

Mas isso não é tudo. Acredito que pior que tudo isso é o fato de nosso país não estar preparado para lidar com a microcefalia e com outras necessidades especiais. Definitivamente não estamos preparados. Ainda há um preconceito enorme para com pessoas que têm qualquer tipo de deficiência. E some-se ao preconceito o fato de não termos estrutura para os mais diversos tipos de deficiências. Minha mãe, por exemplo, usa cadeira de rodas para se locomover. É imensamente difícil sairmos com ela porque não há rampas apropriadas, as vagas especiais nos estacionamentos não são respeitadas, as ruas não têm os devidos rebaixamentos e por aí afora.

Tenho muitos amigos que têm filhos com Síndrome de Down. Muitos comentam da tristeza que sentem com a falta de paciência e tato das pessoas para lidarem com essas crianças especiais. Para os que têm problemas auditivos, não há sinalizações especiais nas ruas; para os que têm deficiência visual, pouquíssimas são as cidades preparadas para recebê-los com as devidas sinalizações nas ruas, semáforos e locais públicos. Raras são as cidades que têm esses cuidados, e quando têm, são apenas em poucos pontos privilegiados. Isso sem falar em outras dificuldades relacionadas com todos os aspectos da vida que esses e outros especiais enfrentam.

Há, é claro, esforços por parte de algumas pessoas, ONGs e algumas secretarias governamentais que se dedicam a melhorar um pouco a qualidade de vida dos especiais. Mas ainda falta um longo, longo, loooooongo caminho a ser percorrido para que tenhamos a alegria de ver essas pessoas receberem o tratamento que merecem. Entretanto, não tenho dúvidas de que esse caminho começa em casa. É no lar, conversando com nossos filhos sobre essas situações e dando exemplos dignos de ser imitados sobre esse assunto que podemos contribuir para uma melhora significativa dessa triste realidade.

Por hora, enquanto acompanho as matérias sobre os muitos casos de microcefalia, fico me perguntando se a verdadeira microcefalia não está no meio da nossa sociedade. É sério. É pra pensar!

Graça e Paz!

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

REFLEXÃO: Faz sentido viver?

Faz sentido viver? - Sol Serenat Omnia



Resolvi perguntar à minha esposa sobre o que ela achava que eu deveria escrever aqui neste mês. Ela começou me respondendo com um questionamento. Você já se perguntou: “Qual é o verdadeiro sentido da vida?”

Mary Roberts Rinehart disse o seguinte sobre o sentido da vida: “Um pouco de trabalho, um pouco de sono, um pouco de amor, e tudo acabou.” Não é vazia demais a definição desta escritora americana? Sendo bem honestos e francos, ao pararmos para refletir sobre o nosso contexto de mundo atual, onde presenciamos tantas tragédias, abalos da natureza, confusão política e insegurança econômica, será que realmente vale a pena viver? Como se tais coisas não bastassem, ainda é preciso conviver com transtornos como estresse, depressão e ansiedade. Pessoas com a mente confusa precisam lidar com a falta de amor, de cuidado, de afeto, com a triste e dura solidão… E por aí vai… Como responder às básicas perguntas, mas de extrema significância: “De onde eu vim? Para onde eu vou? Que propósito existe para a minha vida?”

Talvez você possa questionar: “Pera aí, mas que post é esse que me fala apenas de coisas ruins, negativas?” Por favor, siga lendo, pois o melhor ainda está por vir.

Todos os seres humanos, de alguma forma, procuram o sentido da vida. Muitos acreditam que esse sentido, na verdade, é um segredo que jamais será desvendado por completo, tamanha complexidade humana diante do universo em que vive. Se o sentido da vida não é uma simples regra de nascer, crescer, viver 70 anos e morrer, que tal ter uma explicação que tenha clareza e que convença que é possível ter esperança em meio a tudo isso?

Tenho algo especial para compartilhar com você. Pode ser que você não entenda nem mesmo o sentido, o porquê, de estar lendo este artigo, mas o fato é que você está na mira de Deus. Agora, talvez você suspire fundo e diga: “Eu já imaginava… Mais alguém querendo me dar explicações espirituais! Mas onde está Deus diante de tanta calamidade? Como posso confiar nele? Será que ele não está acompanhando todo o sofrimento que existe em nosso planeta?”

É? Então não pare de ler. Talvez eu não tenha respostas para todas as suas perguntas, mas uma coisa é certa: o mundo está do jeito que está porque a humanidade tem virado as costas para Deus. Sem ele, que é a vida em todo o seu significado presente e eterno, a vida na Terra oferece, no máximo, um “sucesso vazio”, que no final das contas se esvai como areia entre os dedos. Por isso, eu convido você a dar ouvidos à voz de Jesus, que resume o sentido da vida numa única frase: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6). Ainda existe esperança! Você quer conhecê-la? Lembre-se do que Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração…” (João 14:1). Cristo, preocupado comigo e com você na pessoa dos discípulos, nos deu essa recomendação: “Não fiquem com o coração sobrecarregado!”

Tem tanta gente falando tanta coisa por aí. São tantos os discursos sobre sinais e profecias. Tantas tentativas de responder às perguntas da vida. Mas quer saber? O mais importante é o relacionamento. Quando Jesus nasceu, os escribas e os fariseus eram os “sabe tudo”. Mas eles não tiveram o relacionamento que deveriam ter com aquele Messias. “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1:11). E por que não receberam? Porque o relacionamento, a comunhão com Deus deles era nota zero!

Portanto, se você aceitar o que Jesus fez por você, entregar-lhe o controle da sua vida e viver para sempre com Ele, quando Ele voltar, levará você para a casa do Pai. Ter hoje a plena convicção de que em breve ouviremos estas palavras de seus próprios lábios: “Sejam bem-vindos, vocês que aceitaram o meu sacrifício e desejam viver na minha presença pra sempre”, é o que pode dar o verdadeiro significado de viver.

Quando minha esposa, Fátima Silva, me levou a esta reflexão, mesmo já sendo pastor, resolvi, mais uma vez, mudar de vida. E você, o que vai fazer?

Graça e Paz!
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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Haverá Fé na Terra?

Havera Fé na Terra - Sol Serenat Omnia

Quando Jesus vier, encontrará fé na Terra? Essa pergunta é feita no evangelho de Lucas, capítulo 18, verso 8, e parece refletir cada dia mais a realidade em boa parte do nosso planeta. Um modelo matemático, publicado em um encontro da Sociedade Americana de Físicos, em Dallas, nos Estados Unidos, indicou que a religião pode simplesmente acabar em alguns países. Os pesquisadores examinaram dados do censo que em alguns casos incluíam informações coletadas por mais de cem anos. Os países estudados foram: Austrália, Áustria, Canadá, Finlândia, Holanda, Irlanda, Nova Zelândia, República Checa e Suíça. Para fazer a análise, eles usaram o sistema dinâmico não linear – um método matemático que pode explicar fenômenos complexos influenciados por vários fatores.

Segundo Richard Weiner, da Universidade do Arizona, em democracias seculares modernas há maior tendência de as pessoas se identificarem como não pertencentes a qualquer religião. Na Holanda, esse número foi de 40%, enquanto na República Checa foi de 60%. A conclusão do estudo foi que as religiões podem ser extintas nesses locais.

Outra pesquisa, encomendada pela Associação Islandesa Humanista e Ética, revelou que nenhum jovem com 25 anos ou menos na Islândia acredita que foi Deus quem criou o Universo. Os resultados da pesquisa foram publicados em um artigo na The Iceland Magazine. Os islandeses cada vez menos se identificam como cristãos. Enquanto a pesquisa revelou que 61,1% dizem acreditar em Deus, a proporção é mais baixa nos grupos etários mais jovens, indicando uma tendência de secularização da sociedade islandesa.

Menos da metade dos islandeses afirmaram ser religiosos (46,4%) e mais de 40% dos jovens se identificaram como ateus. Os pesquisadores não conseguiram encontrar um jovem islandês sequer que aceite o relato da criação na Bíblia. Quase 94% dos islandeses com idade inferior a 25 anos acreditam que o mundo foi criado no Big Bang; 6,1% não têm opinião e 0,0% acreditam que o mundo foi criado por Deus.

As pessoas mais velhas são muito mais propensas a professar crenças religiosas e se identificar como cristãs do que as mais jovens. 80,6% das pessoas com idade superior a 55 se identificaram como cristãs e apenas 11,8% disseram ser ateias. Ao mesmo tempo, 40,5% das pessoas com 25 anos ou mais jovens disseram que eram ateias, e 42% disseram ser cristãs.

Crenças cristãs tradicionais também parecem mais comuns fora de Reykjavík, a capital do país. Longe da região, 77% a 90% das pessoas se identificaram como cristãs e 7,1% a 18% como ateias, em comparação com 56,2% da população de Reykjavík que se identificaram como cristãs, e 31,4% como ateias.

Muitos cristãos parecem estar abraçando a versão de que Deus teria criado o Universo por meio do Big Bang e da evolução, principalmente porque, em outubro de 2014, o papa Francisco disse que essas duas teorias são reais.

Alguns dados ficam claros: a descrença é maior em países desenvolvidos, nas capitais desses países e entre a população mais jovem. Ou seja, onde há conforto, segurança, vigor físico e entretenimentos à vontade. Quando a pessoa se afasta da loucura inebriante das grandes cidades, quando a maturidade chega ou se perde algum dos itens associados à qualidade de vida, geralmente as convicções são reavaliadas. Por que será que os mais velhos geralmente são mais religiosos? Por que será que os países em que as pessoas mais sofrem também são os mais religiosos? Por que os que têm mais contato com a natureza e menos com as selvas de pedra manifestam mais espiritualidade?

No livro O Ateísmo Moderno, o teólogo Georg Siegmund documenta o fim da vida de alguns filósofos famosos, como Nietzsche, Kant, Hegel e Heine. É interessante notar que, entre vários desses pensadores que defenderam o ateísmo na juventude, houve conversões ao cristianismo quando alcançaram a maturidade. Um caso bem interessante é o de Heinrich Heine, grande defensor do ateísmo que, antes de morrer, declarou a um amigo que havia se reconciliado com Deus.

É muito fácil proclamar a independência de Deus quando tudo vai bem na vida; quando se pensa que tudo de que necessitamos é conforto, saúde e dinheiro. Por outro lado, não deixa de chamar atenção o fato de que é justamente em países desenvolvidos que as taxas de suicídio têm crescido assustadoramente. Parece que tem algo errado aí.

Quando Jesus vier, encontrará fé na Terra? Infelizmente, esse é um artigo que tem feito muita falta neste mundo confuso.

Graça e Paz!

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sábado, 20 de fevereiro de 2016

O poder indescritível da oração.

O poder da oração - Sol Serenat Omnia

Faça uma rápida busca no Google por artigos científicos acerca da relação entre espiritualidade e saúde, e você encontrará diversos artigos tratando deste assunto, tanto no que diz respeito à saúde física quanto no que se refere à saúde mental. Um estudo brasileiro, publicado em 2003, teve como objetivo examinar a influência do bem-estar espiritual na saúde mental de estudantes universitários. De acordo com o resultado obtido pelos pesquisadores, pessoas com bem-estar espiritual baixo e moderado apresentaram o dobro de chances de possuir transtornos psiquiátricos menores.

Transtornos psiquiátricos menores são uma classe de transtornos que afetam a saúde mental, na qual encontramos a depressão, a distimia, a ansiedade generalizada, distúrbios de somatização, entre outros. De acordo com os autores do estudo, embora não seja possível determinar com exatidão a forma como a espiritualidade interage com a saúde, outras pesquisas sugerem que a realização de atividades espirituais (como a oração, por exemplo) está relacionado a emoções positivas (como esperança, perdão, autoestima e amor), e essas emoções são importantes para a saúde mental, no que diz respeito a mecanismos psiconeuroimunológicos e psicofisiológicos.

Eu creio no poder da oração

Talvez a ciência nunca consiga entender completamente como práticas espirituais, entre elas a oração, podem favorecer a saúde mental, além de oferecer outros benefícios à qualidade de vida. Mesmo assim, eu creio que há algo especial na oração – um poder indescritível. Creio que há algo especial reservado àquele que abre seu coração diante de Deus, e compartilha com Ele o que vai no profundo do seu ser.

Tenho muitas razões para isso. Eu poderia passar horas escrevendo sobre como a oração foi essencial para que coisas maravilhosas ocorressem em minha vida nos últimos anos.

Minha graduação, assim como o mestrado, foram respostas de Deus à oração. A escolha do rapaz com quem eu viria a me casar foi uma resposta divina à uma das orações mais sinceras que já fiz em minha vida (algo semelhante ao relato bíblico de Gênesis 24). Engravidar, foi um milagre em respostas a muitas horas de joelhos no chão (tal e qual Ana – I Samuel 1:10). As clínicas em que trabalhei e a resolução de assuntos burocráticos profissionais foram sempre guiados pelas respostas de Deus às minhas orações. Até o coração de uma pessoa que bateu em nosso carro Deus amoleceu para que acionasse seu seguro em nosso favor poucas horas após uma oração que fiz na madrugada.

Falar sobre oração é algo que faz meus olhos brilharem, cheios de lágrimas, pois há dez anos Deus me ensinou a viver dependendo da oração e do poder que Ele disponibiliza à minha vida quando eu oro. Sim, eu creio no poder da oração, e sei o quanto ela me faz bem, me enche de esperança, afasta toda e qualquer ansiedade, e me faz viver melhor.

10 Dias de Oração

Em 2015, durante a jornada de 10 Dias de Oração tive uma experiência com Deus diferente das que costumo ter quando oro. Eu estava ajoelhada, orando na madrugada, quando o Espírito Santo me disse que eu devia pedir, naquela oração, que Deus me desse compaixão por uma pessoa específica. Não entendi muito bem, mas obedeci e incluí aquele pedido em minha oração. Aquela não era uma pessoa qualquer. Era alguém com quem eu havia tido problemas no passado. Naquela época, os impulsos de minha natureza pecaminosa de tentar resolver as coisas ao meu próprio modo foram contidos pela ideia de que, no futuro, as circunstâncias mudariam, e aquela pessoa haveria de arcar naturalmente com as consequências de seus atos, sem que eu precisasse agir por vingança.

Vários anos se passaram e então, eu me encontrava ali ajoelhada, fazendo a Deus um pedido que a princípio eu não pude compreender. Cerca de uma hora depois, recebi uma notícia. Aquilo que no passado eu imaginava que ocorreria de fato estava ocorrendo. As circunstâncias mudaram, e agora não era mais eu quem sofria, mas ela que de alguma forma estava lidando com as consequências que eu havia previsto. Então, pude entender o porquê daquela oração. Minha mente, deformada pelo pecado, naturalmente seria impulsionada a pensar coisas do tipo “bem feito”, “a justiça tarda, mas não falha”, e em alguma medida aquela notícia me geraria certo grau de satisfação. Contudo, os sentimentos que experimentei diante daquela notícia foram pena e gratidão. Pena pela condição em que aquele ser humano se encontrava. Gratidão a Deus que, em Sua infinita misericórdia, preparou minha mente para lidar com aquela situação de uma forma verdadeiramente cristã.

Muitas vezes falamos da oração como se fosse algo unilateral, um momento em que nós falamos e Deus escuta. Mas tenho aprendido que a oração é um momento em que precisamos não apenas falar, mas também nos silenciar para ouvir a Deus. Enquanto oramos, Deus opera em nossa mente, transforma nosso coração, nos dá não apenas saúde mental, mas saúde total, inclusive espiritual. Estamos diante de uma nova jornada de 10 Dias de Oração. Para cada um desses 10 dias, existem propósitos específicos de oração sobre os quais Deus deseja realizar grandes coisas em sua vida. Eu lhe convido a participar das bênçãos que estão reservadas aos que se unirem em oração durante esses dias.

Para concluir, existem dois versos bíblicos que têm inspirado minha vida de oração nos últimos anos. Quero compartilhá-los com você, para que lhe inspirem também, e que vá bem a sua saúde assim como a sua alma. “Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração.” Salmos 37:4 “E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Isaías 30:21.

Graça e Paz!

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

EDITORIAL: Ventos de Guerra.

Ventos de Guerra - Sol Serenat Omnia

“A Turquia vai se arrepender” – afirmou o presidente russo Vladimir Putin após um avião militar de seu país ter sido abatido por um F-16 turco. O avião russo, que fazia ataques na vizinha Síria, havia entrado menos de dois quilômetros no espaço aéreo turco. A Força Aérea turca diz ter alertado dez vezes antes de abrir fogo. Os dois pilotos russos conseguiram ejetar do avião em chamas, porém, quando seus paraquedas se abriram, eles se tornaram alvo dos rebeldes sírios em solo. Um dos pilotos morreu.

Assim como Turquia e Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha e aproximadamente outros 60 países foram arrastados para o conflito sírio. A complexidade dessa guerra, com cada vez mais envolvidos e interesses conflitantes, tem preocupado analistas.

Ao mesmo tempo, russos e ocidentais se opõem em relação à crise ucraniana, que já deixou milhares de mortos. Aeronaves militares russas têm sobrevoado a Europa e chegado perto dos Estados Unidos, gerando um clima de tensão não visto desde a Guerra Fria. No extremo oriente, outra Guerra Fria surge e parece esquentar as relações entre a China e os Estados Unidos. Há uma forte corrida armamentista na região marcada por disputas territoriais, com direito à construção de ilhas artificiais para fins militares. Han Xudong, professor na Universidade de Defesa Nacional da China, afirma: “devemos ter em mente uma terceira guerra mundial ao desenvolver nossas forças militares”.

Teme-se que incidentes nos céus, mares, assim como no ciberespaço, somados à retórica inflamada dos governantes e aos preparativos reais para uma futura grande guerra possam levar a desdobramentos imprevisíveis. Alianças entre os países envolvidos podem ser acionadas em episódios de agressão, empurrando continentes inteiros para a guerra, como aconteceu há pouco mais de 100 anos, na Primeira Guerra Mundial. Alguns chegam a temer (entre eles, o papa Francisco) que os acontecimentos recentes já sejam parte de uma Terceira Guerra Mundial em construção.

 Contenção divina

Segundo as profecias, o destino da Terra não está sujeito à boa-vontade de líderes humanos. O Soberano do universo intervém para conduzir o mundo a um desfecho específico. Quando parece que os povos vão se destruir, Deus age para contê-los. No Apocalipse, isso é representado pela imagem de quatro anjos segurando os quatro ventos do céu (Apocalipse 7:1).

A chave para se compreender essa simbologia está no sexto selo (Apocalipse 6:12-17). Nessa seção, fala-se de eventos cataclísmicos, que culminam no recolhimento das nuvens e a fuga dos “reis da terra” e de “todo escravo e todo livre”, que se abrigam “nas cavernas e nos penhascos dos montes” (ou seja, refere-se aos “eventos finais que conduzirão para a segunda vinda de Cristo”).[1] Pedem que os montes e rochedos caiam sobre eles e os escondam “da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro”. E a seção termina com uma pergunta contundente: “chegou o grande Dia da ira deles e quem é que pode suster-se?” (v. 17).

O capítulo 7, que constitui um parêntese entre o sexto e o sétimo selos, parece responder à pergunta feita em 6:17. Nele, apresentam-se “quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma” (Apocalipse 7:1). Na Bíblia e no simbolismo apocalíptico, o número quatro representa as quatro direções (norte, sul, leste e oeste), transmitindo a ideia de uma abrangência global, a totalidade do mundo (1Crônicas 9:24; Isaías 11:2; Jeremias 49:36; Ezequiel 7:2; Zacarias 2:6).

Os quatro anjos representam “os agentes divinos no mundo, retendo as foças do mal até que a obra de Deus no coração dos seres humanos seja concluída e o povo do Senhor receba o selo na testa”.[2] Assim como as casas dos israelitas foram marcadas com sangue para serem protegidas antes da última praga e do próprio êxodo, e algo semelhante tenha ocorrido no tempo do exílio (Ezequiel 9:1-11), no tempo do fim, o povo de Deus receberá um sinal distintivo para ser protegido contra as imensas destruições reservadas para os últimos momentos antes da volta de Jesus (Mateus 24:30, 31; 1Tessalonicenses 4:16-18).

Na Bíblia, Deus é o Senhor dos ventos (Amós 4:13). O Criador os utiliza para cumprir seus propósitos na Terra (Gênesis 8:1; Êxodo 10:13; 14:21). Ventos servem para destruir e proteger, trazer alimento (Números 11:31) ou a privação dele (Gênesis 41:6); nas mãos de Deus, o “vento abrasador” é um instrumento de juízo (Salmos 11:6; 48:7), como elemento desagregador (Salmos 18:42; 35:5). Na metáfora poética, Deus “cavalga um querubim”, voa “nas asas do vento” (Salmos 18:10; 104:3).

Porém, é nos textos dos Profetas que a imagem do vento assume um significado mais útil para a compreensão do símbolo apocalíptico. Vento se torna uma metáfora para a ação destruidora das nações que resulta na dispersão e no cativeiro (Jeremias 4:11-13; 18:17; 22:22; 49:32, 36; 51:1, 16; Ezequiel 5:2, 10; 13:11, 13; 17:21; Oseias 8:7; 12:1; 13:15; Hebreus 1:11). É tomado como símbolo apocalíptico em Daniel 7:1 a 8 e se apresenta com o mesmo significado no Apocalipse.

Na fase final da história humana, a Divindade atua para conter os impulsos violentos das nações. O livro de Daniel nos dá um vislumbre da ação dos mensageiros divinos junto aos governantes humanos – “o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia” (Daniel 10:13). Os quatro anjos simbólicos de Apocalipse 7 representam a ação de anjos reais, sem desconsiderar a atividade imprescindível do Espírito Santo, simbolizada pelos “sete espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Apocalipse 5:6; comparar com 1:4; 3:1; 4:5).

Consciência e ação

Para a escritora Ellen White, mensagem apocalíptica dos quatro anjos segurando os quatro ventos tem implicações espirituais profundas quanto à consciência sobre o tempo em que vivemos, à condição espiritual de cada um e, especialmente, quanto à missão. Destaco a seguir algumas de suas mensagens sobre os quatro anjos e a contenção dos ventos:

1) “Os (…) ventos serão a incitação das nações para um combate fatal”, por parte de Satanás (Maranata, página 173).

2) Apesar de a paz mundial se encontrar num estado de “incerteza”, com as nações “iradas” e fazendo “grandes preparativos de guerra”, “está ainda em vigor a ordem dada nos anjos, de segurarem os quatro ventos” (Maranata, página 241).

3) Os acontecimentos são iminentes, apesar de ainda não ter chegado a hora da “batalha final” (Eventos Finais, página 229).

4) Mesmo agora o “refreador Espírito de Deus está (…) sendo retirado do mundo. Furacões, tormentas, tempestades, incêndios e inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida sequência” (Serviço Cristão, página 52).

5) Tudo depende do fim da intercessão de Cristo no santuário celestial. Quando isso ocorrer, os anjos deixarão de segurar os ventos, e virão “as sete últimas pragas”, que são juízos divinos (Eventos Finais, página 245).

6) Não há espaço para complacência. Devemos travar uma inevitável luta espiritual pela transformação do caráter (Testemunhos Seletos, volume 2, página 217).

7) Agora é o momento de alcançar o mundo com a mensagem para este tempo (Testemunhos Seletos, volume 2, página 374).

A paz entre as nações é apenas um verniz de civilidade e respeito mútuo. Se as paixões humanas pervertidas assumem o controle, toda a diplomacia desmorona. “Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1 Tessalonicenses 5:3). Somente o Rei dos Reis pode impedir que nos destruamos uns aos outros. Ele refreia o ímpeto destrutivo das nações, para preservar a vida. Portanto, como Jesus disse, não precisamos viver “assustados”, pois as guerras são um dos sinais do fim, mas não o fim (Marcos 13:7).

De nossa parte, cabe orar “em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1 Timóteo 2:2). Precisamos ter consciência de que a paz e a liberdade religiosa são uma dádiva, a qual devemos ajudar a preservar, como os maiores pacifistas. O tempo de graça e liberdade que temos deve ser aproveitado ao máximo para salvar pessoas. Nos dias atuais, não podemos brincar de ser cristãos. Devemos levar a sério nossa identidade e missão.

Graça e Paz!

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

ECOLOGIA: Em pouco tempo os mares terão mais lixo que peixes.

Lixo no mar - Sol Serenat Omnia

Caso você precise de mais evidências de que os homens estão fazendo um belo trabalho de destruição do planeta, considere o seguinte: se continuarmos desse jeito, vai haver mais plástico que peixes nos oceanos.

Essa é a conclusão de um novo relatório do Fórum Econômico Mundial e da Fundação Ellen MacArthur.

"As melhores pesquisas disponíveis hoje estimam que haja mais de 150 milhões de toneladas de plásticos no oceano hoje", diz o relatório. "Num cenário em que nada mude, espera-se que o oceano contenha 1 tonelada de plástico para cada 3 toneladas de peixes em 2025 e, em 2050, mais plásticos que peixes (por peso)."

Em outras palavras, em apenas 34 anos, a quantidade de lixo plástico no oceano vai superar, em peso, a de peixes.

O estudo descreve os plásticos como "material faz-tudo ubíquo da economia moderna" e afirma que, depois de um curto primeiro ciclo de uso, 95% do valor material das embalagens plásticas, entre 80 bilhões e 120 bilhões de dólares anualmente, são perdidos.

Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico - o equivalente a um caminhão de lixo por minuto - são despejadas no oceano anualmente, segundo o Fórum Econômico Mundial.

O relatório, "A Nova Economia do Plástico: Repensando o Futuro dos Plásticos", também oferece esperanças.

Novos materiais e tecnologias indicam que é possível erradicar o desperdício de plástico.

Alcançar tal mudança sistêmica, diz a Fundação Ellen MacArthur, vai exigir uma importante colaboração, incluindo empresas de bens de consumo, fabricantes de plásticos, empresas envolvidas na reciclagem e autoridades.

"Esse relatório demonstra a importância de começarmos uma revolução no ecossistema industrial dos plásticos", disse em comunicado Dominic Waughray, do Fórum Econômico Mundial, "e é um primeiro passo para mostramos como transformar a maneira que os plásticos se movimentam na nossa economia."

Hoje, só 14% das embalagens plásticas são coletadas para reciclagem, segundo o Fórum Econômico Mundial. Em comparação, o índice de reciclagem de papel é de 58%, e o de ferro e aço está entre 70% e 90%.

Claramente há margem para melhoras.


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sábado, 13 de fevereiro de 2016

SOCIEDADE: Resolvendo o problema do lixo juntos.

Estação de Coleta de Lixo - Sol Serenat Omnia

Nos últimos 15 anos, cerca de 95 mil toneladas de embalagens descartadas foram entregues por consumidores em 141 lojas do Pão de Açúcar, maior varejista do país. Criado em parceria com a fabricante de bens de consumo Unilever, o programa envia o material para cooperativas de catadores e, assim, ajuda a diminuir a pressão sobre os aterros sanitários e os quase 2.500 lixões existentes no Brasil.

Desde dezembro, a rede começou a testar mudanças para elevar a média recente, de cerca de 10 mil toneladas por ano. Num projeto piloto, sete pontos passaram por reformas e se tornaram mais visíveis e organizados. Ao entregar os resíduos que separou em casa, o consumidor começa a ser informado sobre as condições em que as embalagens devem ser entregues.

Potes com restos de alimento, por exemplo, não são aproveitados. “Sem informar o cliente, não vamos avançar”, diz Laura Pires, gerente de sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar. A movimentação retrata o início da corrida para atingir metas previstas pelo recém-firmado acordo setorial das embalagens.

Assinado em novembro, após três anos de negociações, faz parte dos esforços de implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2010.

Vinte e duas associações empresariais - entre fabricantes de bens de consumo e fabricantes diretos de embalagens - firmaram com o governo federal o compromisso de ajudar a reduzir 22% do volume desses resíduos que chegam aos aterros até 2018, na comparação com 2012.

Estima-se que, para isso, as empresas envolvidas no acordo deverão coletar conjuntamente 3 815 toneladas por dia nos próximos dois anos. Sobram obstáculos no caminho - desde a baixa capilaridade dos postos de coleta no varejo até a pouca informação que o consumidor final tem a respeito do assunto país afora.

A única boa notícia é que o processo de coleta e triagem por catadores de material reciclável está amplamente estabelecido nos principais centros de consumo. “O acordo é o ponto de partida para formalizar uma cadeia enorme já existente”, afirma Victor Bicca, diretor de relações públicas da Coca-Cola e presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), uma das entidades que coordenaram a assinatura do documento.

Também nesse quesito, porém, sobram problemas a resolver. Estima-se que hoje existam 600 mil catadores no país. Muitos vivem e trabalham em condições precárias. Apenas 10% deles estão vinculados a uma cooperativa e, ainda assim, isso não significa muita coisa.

A maioria não está legalizada nas prefeituras e sofre com falta de infraestrutura e gestão: não oferece treinamento aos cooperados e tem dificuldade para contabilizar as vendas. Segundo o acordo, caberá às empresas signatárias ajudar a dar corpo a essas cooperativas - uma tarefa que exige muito mais do que dinheiro.

“Montamos um programa para ajudá-las a superar problemas básicos de organização e de segurança no trabalho”, afirma Simone Veltri, gerente de relações socioambientais da fabricante de bebidas Ambev, que mantém um programa de coleta de embalagens desde 2012 e se relaciona hoje com cerca de 60 cooperativas em todo o país.

Hoje uma equipe da empresa faz um diagnóstico técnico de cada uma e estabelece um plano de ação e metas anuais de melhoria. As dificuldades surpreen­deram os executivos da fabricante de cosméticos Natura, que há menos de um ano se aproximaram de cinco cooperativas em São Paulo.

Para coordenar o projeto piloto, a empresa escalou o executivo Sérgio Talocchi, que por sete anos foi responsável pela gestão do relacionamento com cooperativas rurais fornecedoras de insumos para cosméticos. “A rotatividade e os problemas de liderança são muito maiores no universo urbano do lixo do que no rural”, diz Talocchi.

Tão árduo quanto o trabalho com os catadores será mudar hábitos do consumidor. Em primeiro lugar, é necessário ter mais pontos de coleta. Nesse sentido, o acordo prevê que as empresas de embalagens deverão custear e operar pontos de entrega voluntária, os chamados PEVs - que deverão ser instalados preferencialmente em supermercados ou em outros pontos de fácil acesso ao público.

A obrigação do varejo é de apenas oferecer espaço nas lojas. Estima-se que 215 pontos como esses existam hoje no Brasil, boa parte em grandes redes de varejo. O objetivo é triplicá-los até 2018 - em Portugal, país muito menor do que o Brasil, esse número é quase 200 vezes maior. Boa parte dessa expansão deverá ser feita em varejistas menores, o que torna a tarefa mais complexa para a indústria.

No que se refere aos incentivos para que os consumidores saiam de casa com seu lixo reciclável nas mãos, alguns testes começam a ser feitos. A cervejaria Heineken, por exemplo, lançou nas lojas do Pão de Açúcar uma promoção em que oferecerá desconto de 30% a consumidores que retornarem 12 garrafas de vidro ou latas de qualquer marca aos PEVs da rede.

A duração será de 30 dias, com término previsto para 12 de fevereiro, e só será válida às terças-feiras. A empresa participa, desde 2014, de um programa de coleta de embalagens de vidro em bares, mas quer entender agora o que pode motivar o consumidor final. “Queremos verificar a eficácia de um incentivo como esse”, afirma Renata Zveibel, diretora de comunicação externa e sustentabilidade da Heineken.

Nesse sentido, o acordo prevê que a indústria fará campanhas massivas de comunicação, sem detalhes sobre prazos e valores envolvidos. “É preciso informar exaustivamente”, diz o português Ricardo Neto, da ERP Recycling Portugal, entidade de gestão de resíduos da União Europeia.

Em Portugal, uma política de gestão de resíduos vigora desde a década de 90 e, ainda hoje, o setor privado investe 2,5 milhões de euros por ano em propaganda sobre o descarte correto do lixo. Em 2018, verificar o sucesso dos esforços dependerá de relatórios produzidos pelas próprias empresas e de dados públicos sobre aterros e lixões.

Existe aí um problema básico: apenas 30% dos municípios brasileiros têm informações confiáveis sobre a natureza e o volume de seus resíduos, o que tornará a checagem dos dados mais difícil. Especialistas afirmam que essas falhas não devem ser motivo para que as empresas não se mexam.

“Esses dois anos serão destinados à experimentação e não caberá penalidade ainda”, afirma Fabricio Soler, advogado do escritório Felsberg e Associados, de São Paulo. Passado esse período, no entanto, multas poderão ser aplicadas.

Para as empresas, é importante mostrar que algo foi feito - até para evitar que o governo decida, a partir de 2018, tomar medidas mais draconianas. Se a indústria ficar para trás na corrida pelo lixo, também poderá acabar com um prejuízo nas mãos.


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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

SOCIEDADE: Como reduzir a emissão de carbono.

Emissão de Carbono - Sol Serenat Omnia

Para todos aqueles que pensaram que chegar a um acordo sobre o clima em Paris já seria suficiente para levar o planeta rumo a uma economia com baixas emissões de carbono, é hora de tomar um café para acordar.

O recado vem de ninguém menos que Christiana Figueres, cujo papel foi fundamental nos esforços para que os 196 países concordassem sobre o marco para limitar o aquecimento global descontrolado.

Figueres, secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, disse que, embora as negociações tenham sido um sucesso, "francamente, depois de 20 anos de trabalho rumo a esse objetivo, aquilo foi a parte fácil".

Falando no Fórum Econômico Mundial, em Davos, ela disse que agora é imperativo passar das boas palavras à ação.

"Precisamos entender o claro sinal de Paris e os claros riscos, e planejar o que vamos fazer", afirmou Figueres, acrescentando que as emissões globais de carbono devem chegar ao pico nos próximos cinco a dez anos.

Todos no planeta devem repensar sobre como vivem suas vidas, disse.

A atenção da secretária da ONU é focada nas petrolíferas, companhias de gás e de carvão. Esses setores precisam deslocar seus enormes recursos para as energias renováveis em desenvolvimento, disse Figueres, e não apenas se preocupar com seus ativos. Ela destacou que as reservas de combustíveis fósseis já excedem muito o orçamento de carbono para evitar o aquecimento do planeta em 2 graus Celsius.

Mas Figueres também acredita que todos os cidadãos precisam se tornar mais conscientes sobre suas escolhas, já que desde os alimentos que comemos até as roupas que compramos afetam as emissões de carbono.

"Tudo se tornou perigoso", disse.

Mesmo empresas e investidores que têm trazido a sustentabilidade para o coração de suas operações precisam agir, disse a secretária da ONU.

"Meu pai dizia que, se as coisas estão indo mal, você deve continuar na batalha, e se as coisas estão indo bem, encontre uma batalha nova", afirmou. "Todos concordaram sobre o rumo da viagem, por isso, a próxima batalha é acelerar aquela direção da viagem. A força de Paris reside na construção de uma ampla estrada, permitindo que os países escolham sua faixa. O mesmo vale para todas as pessoas."

Doug McMillon, diretor-presidente da varejista norte-americana Walmart, dividiu o palco com Figueres. A secretária o questionou em um ponto, dizendo: "O Walmart tem estado na faixa rápida há muito tempo. Agora o desafio é passar da faixa rápida para a faixa ainda mais rápida".

McMillon respondeu dizendo que a amplitude, e não apenas a velocidade da mudança é importante, desde a maneira pela qual os fazendeiros produzem bens agrícolas até como as fábricas da rede de fornecedores do Walmart utilizam a energia.

Dados de boa qualidade estão se tornando cada vez mais importantes para monitorar o que está acontecendo através das principais operações das companhias e de seus milhares de fornecedores, McMillon acrescentou. Melhor informação proporcionada pelo aumento do uso de sensores está permitindo que as empresas entendam quais fábricas são as mais produtivas, quais fornecedores oferecem as melhores condições de trabalho, e quais companhias estão removendo as toxinas de seus produtos.


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Infestação de escorpiões pode aumentar 70% em dois anos

Infestação de Escorpiões - Sol Serenat Omnia

Durante o verão, é comum ouvir casos de pessoas que se depararam com escorpiões amarelos no jardim, na janela ou na pia da lavanderia.

No entanto, o pequeno animal (que cabe até na palma da mão de uma criança) tem se reproduzido em uma proporção fora do que é considerado normal.

Segundo Randy Baldresca, biólogo e pesquisador, o número de bichinhos andando pelas ruas deve aumentar até 70% nos próximos dois anos.

“Se o acúmulo de lixo permanecer nas ruas, a população continuar mal informada em como lidar com o animal e o número de edificações for ampliado, a situação vai se agravar”, diz Baldresca.

E a população já começa a sentir esse efeito. Na cidade de São Paulo, por exemplo, moradores de um bairro nobre relataram que em apenas uma semana, cerca de cem escorpiões foram capturados.

No fim do ano passado, o Tityus serrulatus (seu nome científico), também foi responsável por desclassificar uma estudante de Campinas (SP) no vestibular da Fuvest, prova que dá acesso à Universidade de São Paulo (USP). Pouco antes de iniciar o exame, ela passou mal e teve que deixar o local.

Casos como estes figuram numa série de relatos notificados desde o início deste ano. Consultada por EXAME.com, uma empresa especializada no controle de pragas informou que só nas duas primeiras semanas de 2016, mais de 60 infestações de escorpiões foram controladas pelos biólogos da equipe da Grande São Paulo.

Só para se ter ideia da gravidade, a empresa registra cerca de 80 casos de infestação no período de um ano.

O Ministério da Saúde estimou a quantidade de acidentes por escorpiões em 2015. E o número assusta: aproximadamente 74,5 mil pessoas picadas em todo o Brasil - um aumento superior a 24% no período de quatro anos.

Vale ressaltar que a picada do escorpião amarelo pode matar. O governo do Estado de São Paulo informou que, no ano passado, cinco óbitos foram notificados.

Adaptabilidade e reprodução

“Esse animal é completamente adaptável ao ambiente urbano. Ele consegue se instalar em uma residência por até um ano sem precisar se alimentar”, diz Baldresca. “E os inseticidas usados para combater insetos não funcionam para controlar escorpiões”.

O biólogo explica que o escorpião amarelo se reproduz até duas vezes ao ano. Porém, quando esse animal sofre um stress (como quando jogamos veneno ou o cutucamos), ele entra em um processo de reprodução assexuada.

“Ou seja, quando provocado, ele se autoreproduz fora de época e libera de 20 a 30 filhotes no ambiente”, explica.

Prevenção

Tratando-se da terceira espécie de escorpião mais perigosa do mundo, é preciso saber como se prevenir. As principais vítimas, e as que correm o maior risco, são as crianças de até 12 anos e os idosos.

Sendo assim, o biólogo recomenda que os jovens utilizem calçados nos jardins e que o ambiente de casa esteja sempre limpo e livre de sujeira.

“Evite deixar louça na pia da cozinha, retire o lixo do banheiro antes que ele acumule e tampe todos os ralos e pias”, diz. “Assim, você diminui a presença de baratas, que é a principal fonte de alimentação dos escorpiões e grande responsável por seu aparecimento nas residências”.

Como reagir

É importante lembrar que quanto mais próximo um local for de um cemitério, terreno baldio, trem ou riacho, maior é o risco de presença desse aracnídeo.

Como o veneno não ajuda e não mata o bicho, o recomendado é que ao se deparar com um, seja feita uma ação mecânica que mate o animal. Na prática, a pessoa deve usar uma faca ou algum objeto que esmague ou corte o escorpião ao meio.

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