quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Depressão é LUTA!

A LUTA de cada um - Sol Serenat Omnia

Já ouvi várias coisas a respeito da depressão. Já a nomearam como “frescura” e dizem ser coisa de quem não tem o que fazer. Já falaram para eu ocupar minha cabeça e parar de pensar besteira. Falaram que eu deveria trabalhar mais, estudar mais e deixar de pensar em todas essas loucuras.

Já falaram também que só reclamo e que uso o termo depressão porque me convém para que as pessoas acabam tendo pena de mim. Outros já se incomodaram com o meu choro e falaram que eu precisava ir ao psiquiatra com urgência.

O que ninguém entendia, porém, era o medo que eu sentia de falar das minhas dores, era o peso da angústia em me manter acordada, era o fato de eu buscar o refúgio dormindo para esquecer da dor e fazer o tempo passar rápido. Era  a luta de todos os dias de ter de enfrentar o seu “eu” em pedaços e depois juntá-lo novamente.

Ninguém entendia o quanto eu queria sair daquilo:  era uma como uma prisão. Eu era prisioneira de medos, fracassos, mágoas e angústia. Ninguém entendia que eu não via mais graça em nada e isso não tinha nada a ver com antipatia. Não entendiam que a força que me puxava para cama era bem maior do que a que me encorajava a levantar dela e sair para o mundo para ver e conhecer pessoas. Eu não tinha forças para falar, saudar alguém ou mesmo me arrumar. Eu me olhava no espelho e gostava do meu pijama velho, rasgado e do meu cabelo bagunçado. Eu não me preocupava com isso, pois a bagunça e os rasgos eram bem maiores dentro de mim.

Ah, como eu queria que fosse frescura, como eu queria que fosse uma fase, como eu queria que fosse preguiça e que só a vontade bastasse para mudar tudo aquilo. O que ninguém entendia era a autoestima perdida e o desencanto que se fazia presente.

Ninguém conseguia ver a minha luta diária para virar a página, como eu me sentia impotente demais diante de tanta dor e, quantas vezes, eu não pensei em entregar os pontos…

Quantas vezes eu chorei sozinha no banheiro para ninguém ver, quantas vezes eu quis dormir e acordar leve. Nunca chame algo assim de falta de fé ou de falta de Deus. Depressão não tem a ver com falta de religiosidade. Depressão tem a ver com conflitos, com situações que muitas vezes nos jogam no buraco. Depressão não é fraqueza e está bem longe disso.

É como estar no meio da maré e ela querer te levar: você tenta com todas as suas forças, mas uma hora cansa. A tal da depressão quase me levou e ela pode levar muita gente se você continuar acreditando ser frescura, se você continuar achando que o outro precisa de motivos para as suas dores, que é falta de vontade ou que, sei lá, você é muito sentimental. Pode levar muita gente, como já tem levado, porque muitos continuam acreditando que remédios bastam e que ”é fase e vai passar”.

Sabe, as pessoas, querem ser ouvidas, elas têm sede de ter as suas dores acolhidas. Mas, em meio a tantos julgamentos e conceitos errados, eu preferia me calar, mesmo que isso não parecesse tão simpático. Era mais fácil dizer que estava tudo bem e depois chorar do que ter que contar sobre mim e ter de ouvir uma resposta desagradável. Era mais fácil inventar desculpa para não sair do que ter que enfrentar a mim mesma e a todos. Qualquer coisa era mais fácil do que ter que parecer bem.

Ninguém parou para ver a tempestade que havia em mim. Ninguém entendia o quanto eu lutava pra não chorar quando estava rodeada de pessoas e que, cansada de tanto lutar contra esses sentimentos que me sufocavam, eu, na maioria das vezes, preferia o meu quarto.

Não é do dia pra noite que você se liberta, é com apoio, é com ajuda, é com acolhimento e com muito esforço. É um processo, é um leão que você mata todos os dias dentro de você, é sentir o seu dia tomando cor novamente devagarzinho, é aprender a apreciar aqueles filmes velhos que você tanto gostava e parou de assistir, é ler um livro novo e sentir prazer com cada frase terminada. É conseguir sorrir sem ter que fazer esforço, é olhar no relógio e querer parar o tempo ao invés de acelerá-lo. É ver a graça chegando aos poucos e a alegria fazendo morada. Não sou melhor que ninguém por não ter me rendido totalmente, só eu sei o quanto era dolorido conviver com aquela dor e a imensa falta de força que sentia todos os dias. Mas, posso ser melhor que muita gente que não entende que depressão não é e está bem longe de ser frescura.

Graça e Paz!
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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O sábado não possui tarde e manhã?

O Quarto Mandamento - Sol Serenat Omnia

Segundo algumas pessoas, o fato de a Bíblia não mencionar tarde e manhã em relação ao dia de sábado, em Gênesis 2:1-3 (como ocorre com os demais dias da semana em Gênesis 1), “significa que o repouso no sétimo dia não é literal”. Porém, por mais lógica que possa parecer o argumento, ele é insustentável à luz de uns poucos textos bíblicos:

Gênesis 2:3: “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.”
O sétimo dia é chamado de “dia” e aparece sequencialmente após o sexto dia da semana da criação (Gênesis 1:31). Indiscutivelmente, isso significa que o sétimo dia seria de 24 horas, assim como o dia anterior, o sexto dia.

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Um dos motivos para não ser necessária a utilização da sentença tarde e manhã em relação ao sétimo dia, é o fato deste ter sido o último dia da semana, não havendo um oitavo dia sequencialmente, por exemplo. Os demais dias da semana foram seguidos de tarde e manhã porque viria um dia “diferente” na sequência (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, quarto dia, quinto dia, sexto dia). Como, após o sábado, não existiria outro dia “diferente” (o novo ciclo semanal apenas iniciaria novamente no “primeiro dia”), nenhuma necessidade existiria em dizer: “houve tarde e manhã, o sétimo dia”.

Êxodo 20:11: “porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou.”
O claro mandamento de Êxodo 20:8-11 leva a mente do leitor para a criação. Neste verso há a sentença: “porque, em seis dias fez o Senhor os céus…”. Só quem não quer não enxerga que Moisés está associando Êxodo 20:8-11 a Gênesis 2:1-3, de modo que a alegação de alguns “apologistas”, de que não se deve guardar o sábado “porque não encontramos a palavra sábado em Gênesis” é absurda, para não dizer, no mínimo, ridícula.

Isso indica que, se Deus tinha em mente um dia de 24 horas para Israel adorá-Lo, é óbvio que Ele está indicando que o sábado prescrito no Éden também tinha 24 horas. O argumento divino para os Israelitas observarem o sábado, desviando-se assim da idolatria praticada pelas nações vizinhas, só teria peso se Ele estivesse pedindo que eles observassem um dia de 24 horas conforme havia sido dado na criação.

Além disso, se o sábado fosse somente um “símbolo do descanso eterno”, seria totalmente desnecessário Deus exigir do povo de Israel: “Lembra-te” (do dia de sábado).

É óbvio que a lembrança foi exigida porque o dia estava sendo esquecido, e porque o Senhor esperava uma observância literal do sábado, dentro de um período de tempo de 24 horas.

Êxodo 16: o milagre do maná – Quando eles trabalharam no sábado (Êxodo 16:27), indo à procura do maná ou pão do céu que Deus já havia enviado em dobro no sexto dia da semana (Êxodo 16:22-26), o Senhor em Seu amor os repreendeu: ” Até quando vocês se recusarão a obedecer aos meus mandamentos e às minhas instruções?” (Êxodo 16:28).
Essa repreensão só teria razão de existir se o sábado tivesse sido compreendido não como um descanso simbólico, mas como um momento de adoração dentro de um intervalo de tempo literal.

Gerhard F. Hasel, em seu artigo Dias Literais ou Períodos de Tempos Figurados?, foi convincente na quantidade de dados que apresentou para comprovar a literalidade de todos os dias da criação, inclusive do sábado, como possuindo 24 horas. Ele diz que “os seis “dias” da criação associam-se em todas as instâncias com um numeral, na sequência de 1 a 6 (Gênesis 1:5, 8, 13, 19, 23, 31). O dia seguinte ao “sexto dia”, o “dia” em que Deus repousou, é designado como o sétimo dia [Gênesis 2:2 (duas vezes), e verso 3]. O que parece ser significativo é a ênfase dada à sequência dos numerais de 1 a 7, sem qualquer hiato ou interrupção temporal. Este esquema de sete dias, o esquema da semana de seis dias de trabalho seguidos por um sétimo dia como dia de repouso, interliga os dias da criação como dias normais em uma sequência consecutiva e ininterrupta. Quando a palavra yôm, “dia”, é empregada juntamente com um numeral, o que acontece 150 vezes no Velho Testamento, refere-se invariavelmente a um dia literal[1] de 24 horas.[2]”.

Que você, amigo leitor, deixe de lado argumentos aparentemente lógicos que, na realidade, são insustentáveis. Que sua decisão seja a mesma do povo de Israel após uma conscientização de que Deus deseja nossa adoração e obediência, apesar de imperfeitas:

“Então o povo descansou no sétimo dia.” (Êxodo 16:30).

Graça e Paz!
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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Uma praga chamada “marxismo cultural”.

Marxismo Cultural - Uma Praga Moderna

Para compreender o que é o marxismo cultural, precisamos, primeiramente, compreender o que é o marxismo. Essa ideologia consiste basicamente na luta de classes, proletários versus burgueses. Para Marx, o sistema capitalista exercia opressão tão grande sobre a classe operária, que chegaríamos a um ponto em que os operários se uniriam para derrubar os proprietários dos bens de produção. Porém, a Primeira Guerra Mundial provocou uma grande crise teórica no marxismo, pois os trabalhadores, em vez de se unirem para derrubar os empregadores, se uniram a eles para lutar contra os trabalhadores dos outros países. Para os marxistas, era necessário descobrir quem havia “alienado” a classe trabalhadora, e a resposta encontrada foi a religião: “A religião é o ópio do povo” (Karl Marx).

Dessa crise surgiram movimentos que apontavam para um socialismo nacionalista, o nazismo e o fascismo, nos quais a luta de classes era travada por motivos étnicos. Talvez algumas pessoas considerem estranho comparar nazismo com comunismo, mas a verdade é que eles são da mesma família ideológica. Costumo fazer uma analogia com torcidas de times de futebol: corintianos e palmeirenses entram em desacordo por achar que seu time é melhor do que o do outro, porém, ambos são times de futebol. Da mesma forma, comunistas e nazistas entraram em guerra por achar que seu socialismo era melhor do que o do outro, porém, ambos são socialistas.

Outro movimento que surgiu foi o marxismo cultural. Essa vertente chegou à conclusão de que o grande impedimento para a implementação do marxismo foi a cultura cristã. Temos nesse campo a contribuição de Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt, que se dedicaram a encontrar maneiras de destruir (ou desconstruir, como eles costumam dizer) a civilização ocidental e tudo que a sustenta. Segundo eles, ao fazer isso, alcançaríamos uma sociedade mais justa. Foi então que a luta de classes se ampliou, podendo abranger diversos contextos, sempre com o objetivo de dividir a sociedade em classes que estão em oposição: homens x mulheres, heterossexuais x homossexuais, negros x brancos, etc. O objetivo principal é destruir completamente a família. Eles chamam de “desconstrução do patriarcado e da heteronormatividade”, pois sabem que essa é a única instituição capaz de resistir ao poder de um Estado totalitário.

Graça e Paz!

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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

JOVENS: Quando o tédio resulta em caos.

O Despertar dos Entediados - Sol Serenat Omnia

Na ausência de ter o que fazer, a onda é fazer menos que nada. Engolidos por um tédio sem fim, e na desesperadora compulsão por encontrar um significado, eles descem em bando ladeira abaixo para as experiências mais alucinantes. São as tribos noturnas, compostas por jovens menores de 18 anos, causando o horror disfarçado de adrenalina, purpurina e anfetamina.

Sobre as novas gerações de hoje em dia? Surpreenda-se com o que não lhes surpreendem mais! De baladas abarrotadas de adolescentes entorpecidos por álcool, analgésicos e derivados de ecstasy às festas pansexuais a céu aberto nas metrópoles, todos querem saltar do anonimato na madrugada. Como definiu o TAB do UOL de 25/4/2016, a juventude é uma embriaguez hormonal, um coquetel de adrenalina, testosterona e endorfina, que fica explosivo se somado ao álcool, tabaco e substâncias ilícitas. E das ficadas, pegações e azarações uma coisa é garantida: a completa despreocupação com as consequências, como num desfile VIP de desnorteados em busca da bússola do prazer.

O curioso disso é a instintiva obsessão por deixar uma marca na própria vida ou na vida de alguém. Só há uma diferença: sem guerras mundiais, sob a overdose da super conexão tecnológica e cortejados por mimos paternais – que não viram corpos despedaçados nas trincheiras das décadas passadas – a militância de alguns millennials ladeia a insignificância.

Viu o caso das adolescentes reivindicando heroicamente a permissão de usarem shortinhos no Colégio Anchieta, na capital gaúcha? Em fevereiro deste ano, a tradicional escola se deparou com uma manifestação pretensiosamente séria, munida de cartazes, palavras de ordem e piquetes na frente da escola. Garotas do ensino particular exigiam o direito de colocar as pernas de fora. Ah, e apoiadíssimas por garotos militantes de primeira intenção, cheios de segundas intenções! Confesso que meu sangue de “pai de menina” ferveu. Onde fomos parar?

Na página Senso Incomum da web, outro pai surpreso, o colunista Flavio Morgenstern, também desabafou: é uma geração tão almofadada pela civilização que até quando caía de bicicleta ao redor da piscina no condomínio era curada com Merthiolate que não arde. Que heroísmo, que conquista individual, que missão e vocação podem ter estas pós-crianças?

Como se não bastasse, no mesmo mês a Revista Veja estampou na reportagem de capa a “juventude da diversidade” com a nova definição do “gênero neutro”. Impulsionados pela liberdade em 360 graus, surgem expressões como “amiguês” (sem o artigo masculino, nem feminino), “sexualidade fluida” e “assexualidade” desmontando qualquer prerrogativa social de orientação sexual. O resultado disso é uma geração surpreendentemente definida pela indefinição. E quer saber? Quanto mais voláteis, andrógenos e efêmeros forem, mais “causam” nesta debandada coletiva por significância.

Além disso, acompanha-se a surdez dos pais seguida de uma total mudez para argumentar contra a “geração mais bem informada da História”. Reféns deste sequestro de personalidade, nos sentimos impotentes por um resgate eficaz. Assustou? Continue lendo antes de arrepiar os cabelos…

Tem coisa certa para eles – muito certa!

Se é imperativa a busca pelo significado, por que se medir da testa ao chão enquanto podemos ser medidos da cabeça à eternidade? Olhar para cima deixou de ser discurso cafona de pais da velha-guarda para se tornar a entrada triunfal na fase adulta. Pois a idade mais indefinida da vida carece de atitudes relevantes que tornem a minoria que investe no futuro soberana à maioria que entra em débito no presente. Surge o contagiante empoderamento da Geração Merthiolate no ativismo reacionário do bem – trocando a confusão entediante pelo incômodo cheio de atitude.

Tanto quanto a hiper capacidade deles de se envolverem com o que não presta, essa é a oportunidade de provarem a que vieram ao mundo. Basta uma provocação certeira escancarando seu estado de sítio existencial para que, uma vez vulneráveis, aceitem desafios maiores, melhores e eternos. Por isso, acredito na força da identidade jovem descoberta no espelho da cruz – isso mesmo, o reflexo do seu lugar no universo lampeja através do brilho divino apagado no Calvário para se acharem no dia-dia.

Encurtando a história, que tal sete “twites” práticos como um “insta” durando um “snap”?

1. Não troque o que você mais quer na vida pelo que mais deseja no momento. Da perda da virgindade no banco de trás do carro ao “barato” das drogas na calçada da frente de casa, o que não presta sempre ilude muito e dura pouco. A longo prazo, só restará a vergonha, o vício e a solidão – compensa?

2. Nada é tão ruim que não possa piorar. O fundo do poço é mais fundo que a promessa falsa de luz no fim do túnel. Tentação é puxar para baixo – sempre! Aí está o alerta emergencial para uma brusca interrupção de qualquer contato com a miragem da insanidade travestida de felicidade. É parar e #partiuceu!

3. Convivência é conivência. Não tem outra saída. Se as companhias, tribos e relações pessoais são negativas, inevitavelmente, a influência evocará a complacência. É velho, eu sei, mas sempre verdadeiro: “diga-me com quem andas, e dir-te-ei quem és”. Atualizando, todos somos CTRL+V das amizades que fazemos CTRL+C.

4. Revolucione por princípios, não por principados. Chega de indefinidos – definam-se pelo que vale “ainda que caiam os Céus”. Nada, nem ninguém, tem autoridade maior que o seu livre-arbítrio. Por isso, o mundo carece emergencialmente de uma juventude ousada capaz de viver por princípios nobres. Saltar da mesmice entediante exige dos poucos corajosos o ativismo do bem.

5. Errado nunca será meio certo. Não relativize o absolutamente certo. Despropósito, sexo fútil, beijaços coletivos, mix alcoólicos, fuga da realidade, enfim, o prazer de papelão da geração BBB é pura ilusão. Não existe “quase errado” naquilo que já escapou do que é correto – resistir será a maior conquista.

6. Dê unfollow no que não presta. #simplesassim. Somos na vida real o que curtimos no mundo virtual. Na era do mobile, o corpo acaba sendo arrastado pelo que os dedos fuçam nas telas touch screen. É melhor sair logo de um péssimo grupo no WhatsApp do que se excitar com a miragem da depravação. Cedo ou tarde, flertar com o vazio alheio também esvaziará a si próprio.

7. Deixe Deus ser Deus e seja você. Existe uma força descomunal ao alcance de um jovem procurando ser feliz. Até os tristes extremos, do homicídio ao suicídio, demandam força. Por que não concentrar todos estes impulsos na direção do Céu? Só o Criador pode preencher os espaços carentes de suas criaturas. Esse assombroso senso de deslocamento jamais se curará na balada das paixões descartáveis, mas de joelhos dobrados perante o Salvador da autoestima.

Deixe de ser só um na multidão de anônimos sem sentido e desprenda-se nos poderosos braços do Único que pode ajudar. Como a Bíblia mesmo alerta: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, de todas estas coisas DEUS te pedirá conta” (Eclesiastes 11:9). Ameaçador? Jamais! Apenas o conselho aconchegante de um verdadeiro Amigo dando o maior dos avisos: jovem foi feito para ser eterno. E isso é tudo do lado de cá do Céu!

Com uma verdadeira identidade assim – de quem sabe que vale mais e para sempre – prometo que não terá mais tédio na vida. Quer encarar?

Graça e Paz!
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sábado, 20 de agosto de 2016

Filhos mimados formarão uma geração de incapazes de lidar com a frustração.

Criança Mimada - Sol Serenat Omnia

À mesa do restaurante, João faz manha exigindo o celular da mãe para se divertir durante o almoço. Maria se joga no chão da loja de brinquedos porque quer que o pai compre aquela boneca agora. E, sentado no sofá de casa, Pedro se irrita com os pais porque quer uma resposta urgente sobre poder ou não ir à festa dos amigos no sábado à noite. Todos eles, não importa a idade, têm algo em comum: vão se tornar adultos mimados, incapazes de lidar com as frustrações do mundo.

A culpa do destino dos três, João, Maria e Pedro, é do imediatismo que rege as relações atualmente. Temos, como pais, dito muitos “sim” para os filhos, quando, na verdade, o ideal seria dizer mais “não sei” ou “vou pensar”. Como explica a psicóloga e educadora Rosely Sayão, essa atitude traz como maior prejuízo uma alienação em relação à realidade.

— O adulto que tem o imediatismo cultivado, ao invés de controlado, tem dificuldade de compreender e se inserir no mundo.

Pressionados a responder às demandas dos filhos imediatamente, os pais acabam soltando respostas impensadas, e a consequência, na visão da coach de vida e carreira Ana Raia, é a criação de jovens pouco preparados para lidar com a vida.

Segundo ela, os pais, atualmente, não aguentam não ser imediatistas. Se no passado eles se permitiam deixar os filhos insatisfeitos por mais tempo, hoje atitudes como essa se transformaram em um dos maiores desafios na educação das crianças e jovens.

Ana acredita que a tecnologia colabore para o imediatismo a partir do momento em que, ao toque de um dedo na tela do celular, a resposta para qualquer pergunta ou busca de informação podem ser obtidas em pouquíssimos segundos.

— Não conseguimos sustentar uma dúvida por muito tempo, um incômodo. Não sabemos lidar com um mal-estar neste mundo onde a felicidade é imperativa.

E a dúvida, explica Rosely Sayão, é preciosa, assim como a espera e o pensamento, porque eles ajudam a criança a crescer e a amadurecer. Crianças que não têm momentos de “mente vazia”, por exemplo, poderão sofrer graves consequências na vida adulta.

Alguém que está sempre entretido terá para sempre a necessidade de entretenimento constante, alerta o médico Daniel Becker, criador do projeto Pediatria Integral. Segundo ele, para ser criativo, o cérebro humano precisa da criatividade.

— São necessários momentos em que ele está engajado com algo externo, e também momentos em que está ocioso, em estado de contemplação. Quando uma criança tem seu tempo completamente tomado com atividades como escola, inglês, natação, Facebook, Instagram, WhatsApp, ela fica incapacitada de ter importantes processos interiores.

Becker acrescenta que crianças que não interagem com seus pares ou com os adultos, porque passam o dia com eletrônicos na mão, terão menos inteligência emocional, menos empatia e menos capacidade de se comunicar com os outros quando crescerem.

Se este já não fosse um bom argumento, ainda haveria a opinião de outros especialistas, que enxergam o hábito dos pais de entregar celulares e tablets às crianças como algo benéfico apenas para os adultos.

Na opinião de Rosely Sayão, oferecer um eletrônico em momentos em que se espera que os filhos se socializem com a família e amigos não é um carinho, mas, sim, um comodismo.

— O celular e o tablet nestas situações têm a função do “cala a boca”, nada além disso.

Mas, então, o que fazer quando a conversa no restaurante está boa, mas os pequenos não param de dar chilique e pedir para ir embora? O pediatra Daniel Becker dá uma boa dica.

— As pessoas se esquecem que as crianças sabem conversar e que podem fazer pequenos contratos. Mesmo as menorzinhas têm essa capacidade de compreensão. Basta dizer ao filho que, nos momentos em que estiverem conversando em família, ele não terá o tablet, mas que, quando a mamãe e o papai estiverem falando só com seus amigos, ele poderá pegar o tablet emprestado por 15 minutos. Assim, se alcança um equilíbrio.

Soluções como esta são recursos para que os pais lidem não só com o imediatismo das crianças, como também o deles próprios, que pode, mesmo que de maneira não intencional, servir como exemplo negativo aos filhos, que acabam copiando as atitudes da família.

Para o pediatra presidente do Congresso Brasileiro de Urgências e Emergências Pediátricas, Hany Simon, a ansiedade e a angústia na adolescência e na vida adulta podem ser resultados do imediatismo paterno presenciado na infância. E, como reforça Rosely Sayão, viver de maneira urgente só traz impactos emocionais negativos nas crianças.

— Somos imediatistas desde que nascemos. Choramos para manifestar desconforto, somos atendidos e temos nossas necessidades básicas saciadas. Com isso, vem também uma sensação de prazer, que vamos desejar para sempre. No entanto, precisamos entender que não é o princípio do prazer que vai reger a nossa vida, e, sim, o princípio da realidade. O papel dos pais é, aos poucos, mostrar aos filhos a realidade do mundo.

Graça e Paz!
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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A responsabilidade legítima na educação dos filhos é dos pais.

Antes que seja tarde demais - Sol Serenat Omnia

Era uma quinta-feira de manhã e estávamos nos dirigindo à escola para deixar nossos filhos, antes de irmos para o trabalho. De repente, vimos uma criança correndo no meio de uma movimentada rua de nossa cidade. O menino não devia ter mais do que cinco anos. Estava de shorts e camiseta, com os pés descalços. Rindo, ele corria despreocupadamente, enquanto dois adultos tentavam pegá-lo e levá-lo para um lugar seguro. A cena aconteceu bem diante de nós, e só então percebemos que os adultos nem eram os pais da criança. Eram apenas pedestres que também viram o perigo e tentavam impedir que o pior acontecesse. Para o garotinho, tudo não passava de uma brincadeira de pega-pega.

Um rapaz conseguiu se aproximar e, enquanto os carros paravam, ele agarrou o menino e o segurou no colo. A última coisa que vimos foi alguém ligando para o 190, possivelmente para tentar localizar os pais da criança. Pelos trajes, tivemos a impressão de que o garoto tinha acabado de acordar e saiu à rua sem que os responsáveis percebessem. Fiquei pensando na reação da mãe quando percebeu que o filho não estava em casa e no desespero que deve tê-la acometido ao saber do risco a que o menino estivera exposto. Talvez o senso de culpa tenha atormentado os pais durante alguns dias, com a pergunta implacável: como pudemos deixar que isso acontecesse?

Enquanto aquela cena desesperadora vinha à minha mente, não pude deixar de fazer uma analogia com a situação de muitas famílias hoje. Será que as crianças estão realmente protegidas e seguras? Poderiam elas estar “perdidas” dentro de casa? Como pais, estamos assumindo a responsabilidade não só pelo bem-estar e integridade física delas, mas também por seu desenvolvimento emocional e espiritual? Ou estamos transferindo essa responsabilidade para outros?

Uma amiga, líder do Ministério da Criança e Adolescentes em um estado do Sul do Brasil, me enviou recentemente um áudio revelador. Trata-se da experiência que uma mãe teve com seu filhinho de apenas quatro anos de idade. De uma hora para outra, a criança começou a questionar por que tinha que ser menino. Por que não poderia ser uma menina? Os pais conversaram e explicaram, mas o menino continuou insistindo na ideia. Certo dia, enquanto a mãe estava preparando o almoço, o menino entrou na cozinha e perguntou por que ela havia mentido para ele. Então, ele afirmou de forma desafiadora que poderia ser menina, sim. Ele poderia ser o que quisesse. A mãe perguntou quem havia dito isso. E ele respondeu: “o meu amigo, que vem todos os dias brincar comigo.”

Como a mãe sabia que nenhuma outra criança tinha vindo brincar com o filho, ela perguntou que amigo era esse. A resposta foi surpreendente. O menino disse que o amigo estava sentado no sofá. Porém, não havia ninguém ali. Usando a psicologia, a mãe pediu que a criança descrevesse o tal amigo. Ela “gelou”, quando percebeu, pelos detalhes, quem era a figura que o menino estava descrevendo.

Atônita, a mãe disse ao menino que aquele “amigo” deveria ir embora imediatamente. Em seguida, ela levou o filho para o quarto e começou a orar com ele, pedindo perdão a Deus por ter deixado “brechas” por onde o inimigo estava não só passando, mas dia-a-dia se instalando naquele lar.

Só essa parte da história já seria suficiente para deixar dedicados pais e mães assustados. Mas, na sequência, a mulher contou que passou a orar diariamente para que Deus lhe mostrasse onde estavam as falhas. Como o menino passava grande parte do tempo em frente à televisão, ela decidiu assistir aos desenhos animados que a criança estava acostumada a ver. Agora tudo fazia sentido! No áudio, ela mencionou desenho por desenho e descreveu inclusive algumas cenas com mensagens explícitas demais para qualquer faixa etária.

A imagem da criança que mencionei no início do texto, correndo despreocupadamente, sem noção do perigo ao qual ela estava exposta, e a mensagem de alerta dessa mãe, me levaram a pensar nas advertências que Ellen G. White dá no livro Orientação da Criança. Quero partilhar algumas delas com você:

“Pais, despertem de sua sonolência espiritual e compreendam que os primeiros ensinos que a criança recebe devem ser dados por vocês. Devem ensinar seus pequenos a conhecer a Cristo. Vocês devem fazer esse trabalho antes que Satanás lance suas sementes no coração deles” (página 17).
“Os pais precisam compreender sua responsabilidade. O mundo está cheio de armadilhas para os pés dos jovens” (página 15).
“As influências educativas do lar são uma força decidida para o bem ou para o mal. […] Se a criança não for instruída corretamente ali, Satanás a educará por meio de fatores escolhidos por ele” (página 12).
“O Senhor não justificará a falta de controle dos pais. Centenas de filhos hoje enchem os exércitos do inimigo vivendo e trabalhando longe do propósito de Deus. São desobedientes, ingratos e não santificados; mas o pecado está à porta de seus pais. Pais cristãos, milhares de filhos estão perecendo em seus pecados devido à falha dos pais em governar sabiamente o lar” (página 127).
Sem dúvida, esses “puxões de orelha” doem. Mas, às vezes, eles são necessários para que despertemos e assumamos a responsabilidade legítima que temos como pais. Não seremos desculpados se transferirmos o controle da situação para outros canais que não sejam os indicados por Deus. Temos luz suficiente na Bíblia e nos testemunhos proféticos para não errarmos quanto à nossa missão. As crianças precisam ser conduzidas e orientadas para que o caráter delas seja um reflexo do caráter do Pai. Antes que seja tarde demais…

Graça e Paz!

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Era uma vez… A história original...

Era uma vez - Sol Serenat Omnia

Não sei se você percebeu uma nova tendência entre os filmes que estão sendo produzidos para o público infantil e de adolescentes. Histórias que conquistaram uma geração agora estão sendo recontadas, mas com um viés diferente, explorando o “antes”. Frases como: “Esta é uma velha história, contada de um jeito novo…” “Toda lenda tem um início…” “A história não contada…” “Saiba como tudo começou…” têm se tornado bastante comuns nas propagandas e trailers dos lançamentos.

Em um aspecto, os produtores desses filmes têm razão. Há realmente uma história original por trás das outras. Há um “antes”. No entanto, a pergunta que deve ser feita é: Quanto dessa história as pessoas conhecem?

Vou ser mais objetiva: Quanto dela você conhece? Que tal fazer um teste? Aqui está uma sinopse dela*:

Tudo era perfeito no Céu. Havia ordem e todos viviam felizes. Os anjos amavam Seu Criador. Como seres livres, servir a Deus era sua maior alegria.

Cristo, o Filho de Deus, também era muito amado pelos anjos. Até havia um nome pelo qual Ele Se identificava com os anjos: Arcanjo Miguel. A Bíblia nos diz que esse é um dos nomes de Jesus (Ap 12:9). Ele era o Comandante do Céu.

Tudo estava em perfeita harmonia. Até que um dia aconteceu algo que mudou esse estado de felicidade. Houve alguém que usou de forma errada a liberdade que Deus concedeu às Suas criaturas. Lúcifer, aquele que abaixo de Cristo era o mais honrado entre os habitantes do Céu, começou a desejar o poder que pertencia, por direito, ao Filho de Deus.

Quando Deus, o Rei do Universo, convocou os exércitos celestiais para reafirmar a verdadeira posição de Cristo, como Seu Filho, e anunciou que logo Jesus exerceria Seu poder divino na criação de um novo planeta e seus habitantes, a inveja tomou conta por completo do coração de Lúcifer.

“Por que Jesus deveria ter a supremacia?” Não era ele, Lúcifer, o mais honrado entre os anjos? Ele precisava fazer alguma coisa. Disfarçadamente, a princípio, ele começou a espalhar as sementes da dúvida com respeito às leis que governavam os seres celestiais, sugerindo que os anjos não precisavam dessas leis, pois eles já eram bastante inteligentes e sabiam o que fazer. Seus pensamentos já eram santos; não havia para eles maior possibilidade de errar do que para o próprio Deus. Muitos não perceberam as intenções de Lúcifer. Afinal, como querubim cobridor, ele era guardião da lei de Deus (ver Ez 28:14).

Lúcifer foi ainda um pouco mais longe e declarou que se ele fosse escolhido como líder ofereceria a liberdade para todos. Mas que liberdade? Eles já eram livres… Infelizmente, muitos anjos ficaram cegos por causa dos enganos de Lúcifer. Foram convencidos de que ele estava lutando para promover a harmonia e a paz, e que Jesus não devia ser exaltado.

Enquanto isso, Deus, conhecedor de tudo o que Lúcifer estava fazendo, foi paciente com ele. Deu oportunidade para que ele se arrependesse e voltasse atrás. Lúcifer quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu. Ele não quis retroceder. Considerou um sacrifício grande demais para alguém que tinha sido tão altamente honrado confessar que tinha cometido um erro.

Lúcifer insinuou que a paciência, a misericórdia e a bondade de Deus para com ele eram sinais de fraqueza. E decidiu se rebelar abertamente contra o governo de Deus. Assim, Lúcifer, o “portador de luz”, tornou-se Satanás, “o adversário” de Deus e dos seres santos. Ele convenceu a terça parte dos anjos a aceitá-lo como chefe. Em pouco tempo, o descontentamento e a desconfiança contaminaram o ambiente do Céu.

As coisas não podiam continuar assim. Então houve uma terrível guerra no Céu. Miguel e Seus anjos lutaram contra Lúcifer e os anjos que ficaram do seu lado. Por fim, estes últimos foram expulsos (Ap 12:7-9).

Muitos têm perguntado por que Deus não destruiu Lúcifer antes que as coisas tomassem essa proporção. A resposta está no fato de que o governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas todos os mundos que Ele tinha criado. Se Deus tivesse destruído Lúcifer, seria deixada uma dúvida quanto ao verdadeiro caráter de Deus e também quanto às reais intenções do inimigo. Por isso, Deus permitiu que Lúcifer continuasse em seus propósitos. Suas obras deveriam condená-lo.

Quando Adão e Eva pecaram, o inimigo achou que tinha vencido. No entanto, o primeiro dia do pecado na Terra marcou definitivamente o início da derrota de Satanás. Um plano foi imediatamente colocado em ação. Os seres humanos teriam a chance de ser resgatados e o caráter de Deus seria reivindicado para sempre por meio de Jesus. Ele viveria como um ser humano, provando que é possível guardar a lei de Deus, que é justa e perfeita, e morreria como o Redentor da humanidade. Sua ressurreição ligaria novamente a Terra ao Céu (1Tm 2:5, 6). Haveria chance de o ser humano voltar a viver como Deus sempre planejou. A possibilidade de um final feliz se tornou uma realidade e não apenas a conclusão de histórias inventadas.

Final Feliz

Ao longo do tempo, muitas pessoas fizeram parte desta história, que não é fictícia; é real. E agora, você se tornou um dos personagens dela. Cada dia, sem que você tenha consciência, uma batalha está sendo travada entre duas partes. De um lado está Aquele que tanto amou que não mediu esforços para salvar a humanidade (Jo 3:16). Do outro, está alguém que odeia e que deseja apenas a destruição do ser humano para atingir o coração de quem o criou. Sabendo que tem pouco tempo (Ap 12:12), o inimigo tem inventado um “antes” diferente para esta história, na tentativa de confundir as pessoas e levá-las a acreditar que os papéis estão invertidos.

Quando você vir frases do tipo: “Às vezes as trevas vêm de lugares inesperados…”, “Esta não é a história que você já conhece, porque às vezes os amigos começam como inimigos, e inimigos começam como amigos”, fique esperto. Jogue fora o roteiro alternativo e prefira a história original, escrita e dirigida pelo verdadeiro Autor da História. Ele garante que o final será realmente feliz. Mas lembre-se: é preciso conhecer a história toda. Muitas vezes as melhores surpresas se encontram nas últimas páginas.

* Texto baseado nos capítulos 1 a 4 do livro Os Escolhidos.

Graça e Paz!

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terça-feira, 16 de agosto de 2016

Três Decisões Importantes.

Escolhas Importantes - Sol Serenat Omnia

A nossa vida seria muito mais fácil se tivéssemos apenas decisões lógicas para serem tomadas. A vida seria mais fácil, mas também creio que seria muito sem graça. Todavia, como a vida humana é imprevisível, devemos aprender a tomar decisões estratégicas. Como sugere Sérgio Zaccarelli em seu livro Estratégia e Sucesso nas Empresas, a racionalidade da imprevisibilidade só pode ser enfrentada pelas decisões estratégicas. Isso vale para as empresas e para as pessoas.

Sem sombra de dúvida, tomar boas decisões, saber escolher bem, talvez seja nossa maior liberdade e nossa maior fonte de força. Entretanto, decidir é também uma grande responsabilidade. Afinal, para os seres humanos, decidir implica em vontade, enquanto que os animais simplesmente escolhem por instintos. De fato, os animais não têm escolha; eles seguem um script gravado no código genético. Nós precisamos escolher. Quem simplesmente se prende às circunstâncias, quem simplesmente não usa sua capacidade de decisão, está apenas sobrevivendo. Em vez de viver, está apenas existindo.

Na vida pessoal, quais seriam as decisões mais importantes? Esta é uma pergunta essencial e complexa, pois exige uma resposta bastante subjetiva. Na tentativa de encontrar uma resposta a essa pergunta, pensando e lendo aqui e acolá, eu selecionei algumas decisões ou escolhas que acredito serem fundamentais para uma vida de sucesso. Quero partilhar minha lista de apenas três itens.

Escolher nosso caráter
Ter um bom caráter certamente é uma boa escolha, pois nosso caráter é nossa marca que nos acompanha todos os dias de nossa vida. Ter um bom caráter faz toda a diferença.

O escritor Stephen Kanitz, conta o caso de um amigo de infância, o Zeca, que se casou com a garota mais linda de sua turma. Ela tinha uma irmã mais nova e mais bonita, de 16 anos. Após dois anos de casado, o Zeca acabou tendo um caso com a linda cunhada e foi prontamente descoberto pela esposa. Ele se desculpou dizendo: “Não sei o que passou pela minha cabeça, ela simplesmente se entregou”.

O professor Kanitz diz que muitos anos depois, cada vez que encontravam o Zeca, ele e os amigos tentavam disfarçar o sorriso malicioso. E mesmo depois de mais de vinte anos, toda vez que o encontra, Kanitz confessa que a primeira imagem que vem à sua mente é: “Lá vem o Zeca, aquele que teve um caso com a cunhada”.

O escritor reflete que ações que mancham nosso caráter nos marcam para o resto da vida. Por isso, transgredir a moral e a ética pode ser mais desastroso do que transgredir as leis do país. Ações que mancharam nosso caráter serão pagas inclusive pelos nossos filhos e netos. Eles terão que explicar as bobagens e erros que nós cometemos.

Ter um bom caráter talvez não nos garanta um lugar de destaque na empresa onde trabalhamos. Mas tenho absoluta convicção de que ter um bom caráter nos garantirá um sono tranquilo, uma consciência em paz e uma completa paz de espírito.

Blanchard afirma que “as circunstâncias nunca formam o caráter; elas meramente o revelam”. O pregador D. L. Moody costumava dizer que “caráter é o que o homem é no escuro”. Thomas Chalmers diz que “o caráter com que descemos à sepultura, quando morremos, é o mesmo caráter com que reapareceremos na ressurreição”.
Por sua vez, a Bíblia diz, no Salmo 1:3, que as pessoas de bom caráter “são como árvores que crescem na beira de um riacho. Tudo o que elas fazem prospera”. O que esse Salmo quer dizer é que Deus abençoa àquele que cultiva um bom caráter. Você quer ser uma pessoa abençoada por Deus? Quer receber as graças de Deus? Quer prosperar em seu trabalho? Quer prosperar em sua família? A receita é muito simples: preocupe-se em cultivar um bom caráter, e deixe o resto por conta de Deus. No tempo certo e da maneira certa, Ele vai recompensar o seu bom caráter.

Escolher a maneira como tratamos as pessoas
Podemos humilhar as pessoas, ou podemos valorizá-las. Podemos ser egocêntricos e egoístas, ou podemos ser prestativos e solidários. Podemos olhar as pessoas com desdém e arrogância, ou podemos olhá-las com respeito e amizade. Podemos nos vingar de uma ofensa, ou podemos perdoar. Podemos retribuir à altura o sorriso irônico, ou podemos sorrir com ingenuidade.

O fato é que nós decidimos a maneira como queremos tratar as pessoas.

Um certo beduíno estava dentro de sua tenda ao sol da Palestina, quando entrou correndo um garoto adolescente que se refugiou atrás dele, chorando e grunhindo. Logo em seguida, chegou uma turba alvoroçada, empunhando pedaços de pau e facas. Abriram a portinhola da tenda e disseram ao beduíno:

– Dá-nos este garoto porque ele é assassino.

O beduíno respondeu:

– Mas há uma lei entre nós que diz que, quando um assassino se refugia numa tenda e o dono da tenda lhe dá abrigo, ele está absolvido. Eu me compadeci deste garoto, quero perdoar-lhe.

E o garoto tremia… Mas eles disseram:

– Você lhe quer perdoar porque não sabe o que ele fez e nem quem ele matou.

O beduíno falou:

– Não importa; eu quero perdoá-lo.

Os homens então afirmaram:

– Ele matou seu filho. Vá ver o corpo sangrando na areia ali fora.

O beduíno caiu num profundo silêncio e angústia; depois enxugando as lágrimas, disse:

– Então eu vou criá-lo como se fosse o meu filho, a quem ele matou.

Nós decidimos a maneira como queremos tratar as pessoas. Temos o direito de ficar irados, bravos, indignados, mas não temos o direito de ferir e magoar as pessoas simplesmente porque estamos irados. Como pessoas maduras, não podemos simplesmente viver de reações: “Se alguém me faz mal, eu faço o dobro”. Não! Somos gente, gente inteligente. Tratar bem as pessoas certamente é uma decisão importante.

Ao lidar com as pessoas, podemos adotar uma das seguintes regras:

è Regra de ferro: “Farei aos outros o dobro do mal que me fizerem”. Gente insensata e desequilibrada age assim. Mas você – leitor, leitora – não é insensato e nem desequilibrado. Então, descartemos esta regra.

è Regra de prata: “Não farei aos outros o mal que me fizerem. Mas também não lhes farei nenhum bem”. Esta é uma atitude meramente interesseira, egoísta, pragmática. Também não serve para gente inteligente e sábia.

è Regra de Ouro: Conforme Mateus 7:12: “Farei aos outros o bem que gostaria que eles me fizessem”. Esta é a regra mais completa sobre como tratar as pessoas: “Farei aos outros o bem que gostaria que eles me fizessem”.

Escolher Deus
Alguém pode pensar que Deus é útil para os fracos e tolos, e, assim como Sigmund Freud, pode pensar que a religião é uma fuga da realidade, ou que a religião é desnecessária para pessoas mentalmente sadias, pois é uma neurose obsessiva e universal da humanidade. Todos têm o direito de pensar assim.

Entretanto, podemos pensar que a religião é a tentativa de conceber o universo inteiro como humanamente significativo, e que por isso a religião e o reconhecimento da existência de Deus são fundamentais para uma vida significativa. A religião e a religiosidade estão na substância da cultura e das pessoas. Podemos mudar o nome de Deus ou até fugir dEle, mas Ele está sempre lá. Podemos até rejeitar a Deus, mas Ele está lá, e é por isso que pode ser rejeitado. Ninguém rejeita aquilo que não existe.

Quando o assunto é Deus, normalmente nós temos seis alternativas:

Ignorar que Ele existe.
Não compreende-lo.
Evita-lo.
Combate-lo.
Adia-lo.
Desejamos conhecê-lo e viver à luz da Sua vontade.
Qual é sua postura? Eu espero que você deseje conhecê-lo diariamente e que viva à luz da Sua vontade.

Cultivar um bom caráter, tratar bem as pessoas e relacionar-se diariamente com Deus: escolhas de pessoas inteligentes como você!

Graça e Paz!
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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

As Quatro Leis do Desapego...

Desapegue-se - Sol Serenat Omnia

É possível que a palavra desapego lhe cause uma sensação de frieza e egoísmo. Nada está mais longe da realidade. A palavra desapego, compreendida dentro do contexto do crescimento pessoal, é um valor interno precioso que todos nós devemos aprender a desenvolver.
Praticar o desapego não significa abrir mão de tudo o que é importante para nós, rompendo vínculos afetivos ou relacionamentos pessoais com aqueles que fazem parte do nosso cotidiano.
“Desapego significa saber amar, apreciar e se envolver nos relacionamentos com uma visão mais equilibrada e saudável, libertando-se dos excessos que o prendem”.
Liberação emocional é viver mais honestamente, de acordo com as suas necessidades. Crescer, progredir com conhecimento de causa, sem prejudicar ninguém e não deixando ninguém o limitar.
Conheça abaixo as 4 leis do desapego para a liberação emocional. Vamos praticar?

1- Você é responsável por si mesmo

Ninguém pode viver por você. Ninguém pode respirar por você, se oferecer como voluntário para carregar suas tristezas ou sentir suas dores. Você é o arquiteto da sua própria vida e de cada passo que dá em seu caminhar.
Portanto, a primeira lei que deve ter em mente para praticar o desapego é tomar consciência de que você é totalmente responsável por si mesmo.
Não responsabilize os outros pela sua felicidade. Não imagine que para ser feliz é necessário encontrar o parceiro ideal ou ter o reconhecimento de toda sua família.
Se a opinião dos outros é a sua medida de satisfação e felicidade, você não vai conseguir nada além de sofrimento. Raramente os outros suprirão as nossas necessidades.
Cultive sua própria felicidade, seja responsável, maduro, conscientize-se das suas escolhas e consequências e nunca deixe que seu bem-estar dependa da opinião alheia.

2- Viva no presente, aceite e assuma a sua realidade

Muitas vezes, não conseguimos aceitar que nesta vida nada é eterno, nada permanece sempre igual; tudo flui e retoma seu caminho. Muitas pessoas estão sempre focadas no que aconteceu no passado, e isso se torna um fardo pesado que carregamos no presente.
Mesmo que seja doloroso, aceite, assuma o passado e aprenda a perdoar. Isso o fará se sentir mais livre e o ajudará a se concentrar no que realmente importa: “o aqui e agora”. Liberte-se!

3- Liberte-se e permita que os outros também sejam livres

  “Assuma que a liberdade é a forma mais plena, íntegra e saudável de aproveitar e compreender a vida em toda a sua imensidão”
Ser livre não nos impede de criar vínculos com os outros. Criar vínculos, amar e ser amado, fazem parte do nosso crescimento pessoal.
O desapego significa que você nunca deve assumir a responsabilidade pela vida dos outros, que eles não podem lhe impor seus princípios e nem tentar prendê-lo. É assim que surgem os problemas de relacionamento e o sofrimento.
Os apegos exagerados nunca são saudáveis. Temos como exemplo aqueles pais obcecados por proteger os filhos, que os impedem de crescer e avançar com confiança para explorar o mundo.
A necessidade de desapegar-se é fundamental nesses casos; cada um um deve sair dos seus limites de segurança para enfrentar o imprevisto e o desconhecido.

4- As perdas irão acontecer mais cedo ou mais tarde

Devemos aceitar que, nesta vida, nada dura para sempre. A vida, os relacionamentos e até os bens materiais acabam desaparecendo como fumaça, escapando por uma janela aberta ou deslizando através dos nossos dedos.
As pessoas vão embora, as crianças crescem, alguns amigos somem e perdemos alguns amores… Tudo isso faz parte do desapego. Temos que aprender que isso é normal e enfrentar essa situação com tranquilidade e coragem.
O que nunca pode mudar é a sua capacidade de amar. Comece sempre por você mesmo.

Graça e Paz!

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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Quem sofre de ansiedade percebe o mundo de maneira diferente.

Ansiedade - Sol Serenat Omnia


Não dá para discutir com a ciência: as pessoas não podem ser responsabilizadas por ter doenças mentais.

Quem ainda acredita na ideia antiquada de que doenças mentais são coisas “que só existem na cabeça das pessoas” tem mais um motivo para parar de acreditar nesse mito.

Segundo um novo estudo da revista Current Biology, quem sofre de ansiedade percebe o mundo de um jeito diferente – e isso se explica por variações no cérebro.

Tudo tem a ver com a plasticidade do cérebro, ou a capacidade do órgão de se reorganizar e formar novas conexões. Essas mudanças ditam como a pessoa responde a estímulos, e pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, descobriram que pessoas diagnosticadas com ansiedade têm menos propensão a distinguir entre estímulos “seguros” ou neutros e estímulos ameaçadores.

Os cientistas descobriram que as pessoas que sofrem de ansiedade têm uma plasticidade mais duradoura depois de uma experiência emocional (ou “estímulo”). Isso significa que o cérebro era incapaz de distinguir situações novas e irrelevantes de algo que é familiar e não-ameaçador, resultando em ansiedade. Em outras palavras, as pessoas ansiosas tendem a generalizar demais as experiências emocionais, sejam elas ameaçadoras ou não.

Mais importante, observam os pesquisadores, essa reação não é algo que esteja no controle dos indivíduos ansiosos, porque se trata de uma diferença fundamental do cérebro.

No estudo, os pesquisadores treinaram os indivíduos a associar três sons específicos com um de três resultados possíveis: perder dinheiro, ganhar dinheiro ou ficar na mesma. Na fase seguinte, os participantes ouviram cerca de 15 tons e identificaram se já tinham ouvido os sons antes ou não.
A melhor maneira de “ganhar” o jogo era não confundir ou generalizar os novos sons em relação aos que eles já tinham escutado antes. Os autores descobriram que as pessoas com ansiedade tinham maior propensão a achar que um som novo era uma repetição.
A explicação não está em problemas de aprendizado ou de audição – na realidade, algumas pessoas associaram os sons da primeira fase do estudo a uma experiência emocional (ganhar ou perder dinheiro) de maneira diferente de outros participantes do estudo.

Os pesquisadores também descobriram que, durante o exercício, as pessoas com ansiedade exibiram diferenças na amídala, a região do cérebro associada ao medo. O resultado pode explicar por que algumas pessoas desenvolvem transtorno de ansiedade e outras, não.

“Os traços da ansiedade podem ser completamente normais e até benéficos do ponto de vista da evolução. Mas um evento emocional, mesmo que de pouca importância,pode induzir mudanças no cérebro que podem levar a um transtorno de ansiedade”, disse o pesquisador Rony Paz em um comunicado.

A nova pesquisa é um lembrete de que as pessoas não podem ser responsabilizadas por ter doenças mentais; as evidências indicam que a saúde mental tem raízes genéticas e fisiológicas. Um estudo de 2015 descobriu que a ansiedade pode ser hereditária, enquanto outras pesquisas sugerem que a depressão pode ser uma doença inflamatória.

Entretanto, apesar de um crescente conjunto de pesquisa, ainda as doenças mentais são cercadas por estigma. Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças, órgão do governo americano, apenas 25% das pessoas que sofrem de doença mental acreditam que os outros compreendem suas experiências.

Graça e Paz!

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terça-feira, 14 de junho de 2016

O perigo de olhar para o celular na frente dos filhos

Barreira Perigosa - Sol Serenat Omnia

Indiscutivelmente, um dos novos vícios dos pais da atualidade é ficar olhando o tempo todo para a tela do celular. Estamos tão acostumados a verificar e-mails e redes sociais o tempo todo, que acabamos fazendo isso quase sempre na frente de nossos filhos, não dando a eles a devida atenção. Encontrei alguns textos bem interessantes falando sobre esse assunto em sites internacionais e decidi traduzi-los e resumi-los para postar aqui no blog. Veja que interessante:

De acordo com um novo estudo realizado por psicólogos da Universidade de Indiana, os pais que ficam olhando o telefone enquanto estão nas horas livres com seus filhos podem criar os filhos com déficit de atenção. A pesquisa mostra que a atenção é totalmente afetada pela interação social. “Os cuidadores que se mostram distraídos, ou cujos olhos não focam nos filhos enquanto brincam, parecem ter um impacto negativo enorme na atenção dos bebês num estágio-chave do desenvolvimento”, disse o líder do estudo, Chen Yu. “Eles aprendem observando-nos a como ter uma conversa, como ler expressões faciais de outras pessoas. E se isso não está acontecendo, as crianças estão perdendo marcos importantes de desenvolvimento.”

Além disso, estudos mostram que as crianças estão desenvolvendo obsessão por tecnologia, por meio dos exemplos das mães e dos pais, e isso está começando a afetar a saúde mental e o desempenho escolar.

“Há uma tendência alarmante de pais ignorando seus filhos de todas as idades, dando mais atenção a seus telefones e tablets do que aos seus arredores imediatos.”

Consequentemente, as crianças podem sentir que não estão recebendo a atenção de que precisam. “As crianças que necessitam de capacidade de resposta dos pais quando estão com raiva, tristes, frustradas ou animadas, agora acham que devem competir por isso, é quase como lidar com a rivalidade entre irmãos. Só que o rival é um novo dispositivo eletrônico. Essa tendência, se não for controlada, pode levar a problemas psicológicos.”

O assunto está tão em alta que na China fizeram uma campanha chamada “Phone Wall” (Telefone Parede) para conscientizar as pessoas sobre a gravidade dessa barreira que os telefones geram entre pais e filhos.

Abaixo veja quatro razões básicas para deixar o telefone bem longe enquanto você está com seus filhos:

1. Autoestima positiva. Dando atenção quando as crianças estão fazendo coisas positivas, constrói-se a autoconfiança. Se respondermos com entusiasmo às suas tentativas de aprender e descobrir coisas novas, garantimos que as crianças vão continuar tentando. As crianças precisam de nosso “olho no olho”, de nossa aprovação e encorajamento.

2. Segurança emocional. Dar às crianças a atenção positiva também impacta em sua segurança emocional. Quando as crianças sabem que seus pais estão prestando atenção no que estão fazendo, elas desenvolvem confiança.

3. Desenvolvimento das crianças. Bebês se desenvolvem quando as pessoas fazem contato visual e falam diretamente com eles. Estão aprendendo as palavras e comportamentos a partir do exemplo. A conversa constrói.

4. Prioridade. Os filhos precisam ser nossa prioridade e não nossos telefones. Para a criança crescer, ela precisa de nós.

Graça e Paz!

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sábado, 16 de abril de 2016

SOCIEDADE: Mudanças Climáticas e a Economia

Mudanças Climáticas - Sol Serenat Omnia

As mudanças climáticas podem gerar um rombo de US$ 2,5 trilhões no valor dos ativos financeiros em todo o mundo, de acordo com a primeira grande estimativa de modelagem econômica já realizada sobre o assunto.

Essas perdas valem para o cenário da temperatura média da superfície global alcançar 2,5° C acima do nível pré-industrial, até 2100.

O estudo é assinado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Grantham sobre Mudanças do Clima e do Ambiente na London School of Economics and Political Science and Vivid Economics e foi publicado hoje (4) na revista "Nature Climate Change".

Esse número, no entanto, pode ser maior. Nos piores cenários, muitas vezes usados pelos reguladores para verificar a saúde financeira das empresas e das economias, as perdas poderiam subir para US$ 24 trilhões, ou 17% de todos os ativos do mundo, e arruinar a economia global.

Os autores ressaltam que essas somas são maiores do que os US$ 5 trilhões estimados para a capitalização total do mercado de ações das empresas de combustíveis fósseis atualmente.

As perdas seriam causadas pela destruição direta de ativos devido ao aumento de eventos climáticos extremos e também por uma redução nos lucros para os afetados por altas temperaturas, secas, além de instabilidade geopolítica, entre outros impactos da mudança climática.

Segundo o pesquisador Simon Dietz, "os resultados podem surpreender os investidores, mas não será surpresa para muitos economistas que se debruçam sobre os efeitos das mudanças climáticas".

Se forem tomadas medidas para combater as mudanças climáticas, o estudo descobriu que seria possível reduzir as perdas financeiras globais.

"Ao longo dos últimos anos, os modelos econômicos vêm gerando estimativas cada vez mais pessimistas sobre os impactos do aquecimento global sobre o crescimento econômico futuro. Mas também descobrimos que cortar os gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global a não mais do que 2°C reduz substancialmente o valor em risco frente ao clima."

Num cenário mais positivo, limitar o aquecimento a 2°C até 2100 reduziria significativamente as perdas. Nesse caso, o valor médio dos ativos financeiros globais em risco seria de US$ 1,7 trilhão, com 1% chance de que US$ 13,2 trilhões estejam em risco.

Preocupações sobre aquecimento global já encabeçam as discussões de economistas. Em janeiro, o Fórum Econômico Mundial disse que o fracasso da adaptação e mitigação das mudanças climáticas é a maior ameaça potencial para a economia global em 2016.

Graça e Paz!
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sexta-feira, 1 de abril de 2016

SOCIEDADE: O Novo Êxodo

Refugiados na Europa - Sol Serenat Omnia

A Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados, de 1951, informa que toda pessoa fora do seu país por perseguição, por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e que não possa (ou não queira) voltar para casa, pode ser considerada um refugiado. Definições mais amplas passaram a considerar como refugiados também pessoas que foram obrigadas a deixar seu país devido a conflitos armados, violência generalizada e à violação massiva dos direitos humanos.

Engana-se, contudo, quem pensa que o problema dos refugiados é restrito apenas ao Oriente Médio. Das fronteiras da Síria, Iraque, passando por Bangladesh, Sudão do Sul, Cuba, Haiti entre outros, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que existam mais de 59 milhões de refugiados espalhados pelo mundo em uma espécie de “novo êxodo”. Quase metade desse grupo é de crianças com um futuro nada promissor. A história de cada um deles é sempre complexa e na maior parte dos casos carregada de muita dor.

Não demorou muito tempo, depois de chegarmos ao Oriente Médio, para que os números e as estatísticas desse novo êxodo ganhassem nomes e rostos. Alguns deles conhecemos em nossa igreja, onde foram em busca de ajuda.  Ao visitá-los encontramos famílias completamente perdidas, sem nenhuma perspectiva futura.  Todos escaparam da morte, mas ainda carregam consigo a incerteza e o medo. Embora a maioria dos que entramos em contato seja de cristãos, conhecemos muçulmanos que também se tornaram alvo do terror não por motivos religiosos, mas apenas por terem muito dinheiro. Eles também tiveram que deixar suas vidas para trás para sobreviver.

Recentemente estávamos reunidos com uma família muçulmana quando eles nos contaram a razão de deixarem a cidade onde viviam confortavelmente e administravam seus negócios. Além dos constantes bombardeios em Bagdá, o medo do sequestro de um dos filhos era constante.  Segundo o pai, quando alguém é sequestrado a família tem apenas dois dias para levantar o montante exigido pelos criminosos. Caso não o faça a vítima é devolvida cozida e despedaçada, servida em uma grande travessa com arroz.  A vítima pode também ser decapitada e então entregue com a cabeça costurada dentro do seu próprio abdômen.  A crueldade dos terroristas realmente parece não ter limites.  Segundo a família, são os próprios sequestradores que fazem questão de entregar as vítimas em casa. Por essa razão eles deixaram o Iraque e tentam migrar para o Canadá.

Ao conversar com refugiados e moradores de regiões envolvidas em conflitos, cada vez mais entendo que a “guerra contra o terrorismo” na verdade tem muito pouco de religião e muito, mas muito interesse político e uma busca implacável por dinheiro e poder por trás.  O mote religião serve apenas para mascarar os desejos espúrios da minoria que lidera as ações nos respectivos países. Isso é lamentável, porque se existe algo que de fato poderia pôr um fim a tudo isso, seria exatamente a religião pura e verdadeira. Aquela que transforma o indivíduo, tornando-o uma pessoa melhor não apenas para si, mas principalmente para todos aqueles que se encontram ao seu redor. A religião que afeta positivamente a comunidade como uma consequência de os indivíduos estarem “religados” a Deus.

Em meio às atrocidades e o sofrimento dessas famílias refugiadas, nós podemos também ver os milagres da salvação. Milhares de pessoas tomaram conhecimento do verdadeiro Deus quando a dor os tirou da zona de conforto. Há uma saída para essa guerra pseudo-religiosa, mas obrigatoriamente ela passa pelo trono de Deus. Qualquer solução que não seja a volta de Jesus e o estabelecimento do Seu reino aqui na Terra será apenas um paliativo. Afinal, em diferentes circunstâncias, é claro, todos nós estamos longe do nosso verdadeiro lar. Somos todos refugiados de uma maneira ou de outra. Quando Jesus andou por aqui Ele provou que a maior força contra a crueldade, a intolerância e o terrorismo é o amor. E se existe alguém que pode pôr um fim a tudo isso, esse alguém é Jesus. Oremos para que Ele ponha um ponto final em todo o sofrimento e que todos Seus filhos, refugiados e em trânsito nesse novo êxodo possam logo chegar à Terra Prometida.

Graça e Paz!

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sexta-feira, 25 de março de 2016

Desafios da Mulher Moderna

Desafios da Mulher Moderna - Sol Serenat Omnia

Não adianta. Tenho mesmo uma personalidade reflexiva e sempre aproveito essas datas comemorativas para analisar certas questões. No dia 8 de março comemoramos mundialmente o Dia da Mulher e resolvi analisar o tema. Para isso, vou pegar uma família brasileira de classe média e observar as mudanças que ocorreram ao longo dos anos.

Muito bem, a mulher que nasceu no início do século XX não tinha direito a voto e interferia de forma indireta nas decisões de seus maridos, irmãos, filhos e outros parentes ou amigos do sexo masculino. Suas funções eram ter filhos, criar e educar. Era pacata e gastava seu tempo com os afazeres domésticos. Nas horas livres fazia tricô e crochê. Não estudava, não entrava em mercados ou ambientes do gênero, afinal, mulheres de família não frequentavam esses lugares. Sua maior alegria era estar cercada pelos seis filhos da família.

Uma de suas filhas, nascida perto da década de 30 tinha um espírito mais aventureiro. Já havia meninas estudando e ela decidiu que também queria estudar. Casou cedo e logo teve filhos, como era o hábito, mas percebeu que não gostava de ficar só em casa, cuidando de afazeres domésticos e, portanto, mergulhou um pouco mais profundamente no preparo acadêmico. Lógico que essa atitude não foi vista com bons olhos pela família. Mas outras estavam fazendo o mesmo e ela seguiu em frente. Foi uma das primeiras professoras de sua cidade.

Já estamos na terceira geração e, entre a década de 40 e 50, nasceu mais uma menina na família, que agora já tem a prole reduzida para 4 crianças. Essa já é mais estimulada aos estudos, mas ainda com foco na casa. Entre aulas de matemática e português, também frequenta aulas de prendas domésticas, costura e culinária. Casa, tem dois filhos e começa a administrar uma rotina de trabalho e família.

Nascida entre as décadas de 60 e 70, a quarta geração da família já vive os reflexos do feminismo que explodiu na Europa e nos Estados Unidos e, que, mesmo que com menor força, também chegou forte ao Brasil. A realidade é outra, a família já não se preocupa nem um pouco em ensinar as artes domésticas para a doce menina. O foco agora são os estudos e os cursos extras bastante necessários, como inglês e datilografia.

A quinta geração nasce um pouco mais tarde, afinal a mãe está se dedicando ao trabalho e aos seus cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado. Além disso, administra três jornadas de trabalho. É uma geração que nasce perto da virada para o século XXI, mergulhada em um mundo consumista que valoriza o “ter” e não o “ser’. A menina, ainda novinha, já tem seu computador, seu ipad e seu celular de última geração. Foca nos estudos e nos intercâmbios, estuda e faz vários cursos de especialização. Tarefas domésticas? O que é isso? Casar? Hum… talvez, mas um pouco mais tarde. Enfim… casa. Filhos? Hum… talvez, mas um pouco mais tarde. Enfim, lá pelos 35, 37, nasce o filho, único, porque hoje em dia está difícil.

Vamos parar nosso relato por aqui e vamos dar um rápido passeio pela Bíblia. Gosto demais do texto bíblico de Provérbios 31:10-31. Acredito que ele seja uma descrição do desejo de Deus para nós, mulheres. O texto é longo e não dá para transcrever aqui, cito apenas alguns pedaços e convido você a ler: “Se você encontrar uma esposa fiel e dedicada, achará um tesouro mais valioso que ouro e pedras preciosas… Ela sempre procura ajudar o marido… Ela compra os tecidos e faz as roupas da família. Sem se cansar, ela anda à procura da melhor comida para sua família, procurando sempre o preço mais barato. Antes de o sol raiar ela já está de pé, preparando a primeira refeição da família… Com a agulha e a linha ela faz roupas e dá aos pobres e necessitados… Suas grandes virtudes são a energia e a honra. Ela não se preocupa com a velhice. Quando ensina seus filhos ela mostra sabedoria, ensina e corrige com amor… A mulher que fizer isso deve ser elogiada diante de todos; deve receber cumprimentos e homenagens de toda a sociedade”.

Quando a gente vê o que aconteceu ao longo da história e lê um texto como esse, com certeza ficamos confusas. Afinal, especialmente nós e nossas filhas já fomos criadas, moldadas nesse contexto mais moderno e temos dificuldade de nos adaptar ao conselho bíblico. Mas, para não esticar muito o artigo, deixo a você a seguinte reflexão: será que somos mais felizes hoje? Será que nossas filhas, que levarão avante essas mudanças serão mais felizes? O que é o ideal: a forma humana de moldar a vida, ou o conselho de Deus? Pense e, se quiser, deixe seu comentário.

Graça e Paz!

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quinta-feira, 3 de março de 2016

SAÚDE: ABLD – Atrofia Braquial Lateral Direita

Saúde - Sol Serenat Omnia

Você sofre de ABLD? Está a sua igreja sendo afetada pela ABLD? O Estudo de Saúde Adventista, realizado nos Estados Unidos, mostrou que a proporção de adventistas vegetarianos é de 50%. Isso pode significar que metade da igreja não segue os princípios da reforma de saúde. E a minha pergunta é: por quê? Talvez este seja um problema mundial até pior em outros países onde certamente o índice de vegetarianismo é muito menor.

Isso dói e me parece muito estranho numa época em que a população geral está se preocupando mais com a saúde. Hoje existe uma tendência geral do público à procura de alimentos mais saudáveis, ricos em nutrientes, isentos de pesticidas, hormônios e antibióticos e que não sejam geneticamente modificados. E 50% por cento ou mais dos nossos irmãos ainda estão dormentes na questão da reforma da saúde e sofrendo de ABLD.

ABLD significa Atrofia Braquial Lateral Direita, ou atrofia do braço direito. Para aqueles que não são adventistas, o braço direito é considerado a obra da reforma da saúde dentro do corpo que é Cristo. Somos aconselhados a usar o braço direito, assim como Cristo usou o ministério de curar e depois pregou o evangelho. Assim, o braço direito, ou nosso ministério de saúde, deveria ser uma das atividades prioritárias da igreja e dos membros individualmente.

É interessante observar que muitos especialistas não adventistas não sofrem de ABLD. Recentes avanços da medicina preventiva têm sido realizados por médicos não adventistas, muitos deles ateus e evolucionistas. Por exemplo, o Dr. Esselstyn, da Clinica Cardiológica de Cleveland e o Dr Ornish foram os primeiros a provar que a doença cardíaca pode ser revertida por uma dieta estritamente vegetariana. Seus resultados foram publicados em jornais científicos com vários casos comprovados com raio X, tomografia e ultrassonografia.

Não conheço nenhum outro médico cardiologista adventista que tenha feito algo semelhante, provando que a doença das coronárias está relacionada com o estilo de vida e principalmente com a dieta e assim pode ser revertida se a dieta for corrigida. E essa é a doença que mais mata no mundo, mesmo em países em desenvolvimento e até entre os adventistas. Segundo o Dr. Fraser, do Estudo de Saúde Adventista, os membros da igreja sofrem e morrem das mesmas enfermidades que a população geral, só que morrem mais tarde.

Mas a pergunta ainda está no ar: porque grande parte da igreja não está interessada na reforma da saúde? Por que existe uma epidemia de ABLD em um tempo em que a prevenção e reversão das doenças são evidenciadas pela ciência? Minha resposta é simples, porque não fomos ensinados sobre a reforma da saúde e de que para termos saúde é necessária uma mudança de hábitos. Em muitos países, a reforma da saúde defendida pela igreja consiste apenas em não comer carne de porco, não fumar e não tomar bebidas alcoólicas. Essa tem sido a essência da reforma da saúde.

Por exemplo. Tenho sido adventista toda a minha vida, meus avós todos eles eram adventistas e pelo menos uma das minhas bisavós era adventista. Porém, só descobri que existia a reforma da saúde ao redor dos meus 18 anos. Até então não fumava, não bebia, não comia carne de porco e nem de camarão, porém, comia carne, como bom gaúcho, comia açúcar e doces sem restrição, não fazia caso de cereais refinados e nem restringia nenhum refrigerante.

Quando meu pai comprou os livros de Ellen White, em poucos meses eu li os cinco livros de saúde por ela escritos: Temperança, Conselhos sobre o Regime Alimentar, Conselhos Sobre Saúde, Medicina e Salvação e a Ciência do Bom Viver. Isto foi o bastante para mudar meu estilo de vida completamente e me inspirou a entrar na escola de medicina e finalmente me conduziu a Loma Linda, onde já estou por mais de vinte anos (como estudante primeiramente e agora como professor).

Ao voltar a estes livros e as mensagens de saúde que Ellen White foi inspirada a escrever, concluí que o regime vegetariano deveria ser promovido em nossa igreja com mais ênfase assim como os outros princípios da reforma de saúde, os oito remédios. Se a mensagem de saúde é o braço direito, então esse ministério deveria ser colocado em primeiro lugar como atividade na igreja.

Por que algumas igrejas nem mesmo tem um departamento de saúde? E por que não existe um enfoque maior na saúde do que na Música, Desbravadores, Ministério Jovem e Escola Sabatina? Um grande problema é o acúmulo de funções nos diferentes níveis hierárquicos da organização adventista. As pessoas têm o cargo de Ministério da Saúde e outros tantos junto. E mesmo na Igreja local, portanto não têm tempo de cuidar nem de sua saúde, quanto mais da saúde da igreja.

Durante cinco anos, fui o diretor do departamento de saúde de uma de nossas grandes igrejas. No final, tive um desacordo com o pastor da mesma e fiz a seguinte pergunta: por que temos um departamento de Música na igreja que custa mais de 100 mil dólares por ano e o departamento de Saúde não ganha um centavo? E quando tenho que promover meus programas de saúde tenho que tirar dinheiro do meu bolso?

Sua resposta foi rápida e bem clara: “a igreja tem uma tradição de música e procuramos mantê-la. O amigo leitor não se espantaria ao saber que pedi minha demissão. Que tipo de argumento foi este? A música é importante, e gosto muito dela, toco alguns instrumentos, canto, e já tive vários grupos musicais e instrumentais. Mas o exemplo de Jesus era de curar, ensinar e pregar.

Sei que não é fácil mudar principalmente, mas a mensagem é bem clara. “Aqueles que estão esperando pela volta do Senhor vão abandonar os alimentos cárneos; carne não fará mais parte de sua dieta. Deveríamos ter isto em mente e promover esta mensagem com firmeza. ” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar páginas 380-381, Ellen White). Vivemos num tempo em que “os filhos das trevas são mais sábios que os filhos da luz. ” (Lucas 16:8).

Já ouviram falar da Dieta Aleluia – totalmente vegetariana – que está baseada em Genesis 1:29 promovida por cristãos não adventistas e já ouviram falar da Dieta de Daniel, promovida por vários evangélicos baseada em Daniel 1:12. Nós estamos seguindo os conselhos de Deus para estes últimos tempos?  Ou estamos todos sofrendo de ABLD, atrofiando tanto o nosso braço direito como o da igreja!

Graça e Paz!

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domingo, 28 de fevereiro de 2016

SAÚDE: Falando sobre microcefalia...

Saúde - Sol Serenat Omnia

Estamos acompanhando estarrecidos o crescente número de casos de zika em nosso país. Tudo começou um tanto quanto discreto, mas de repente uma epidemia se instalou e veio a notícia: o vírus da zika pode estar relacionada com o aumento do número de casos de bebês nascidos com microcefalia. A notícia veio de Pernambuco e outros casos foram aparecendo e sendo confirmados em outras cidades e países. Pronto, estava armado o maior pânico entre as grávidas, mundialmente falando. Confesso que também estaria bem assustada se estivesse gestante nesse momento.

Tenho amigas grávidas e até brinquei com uma delas esses dias: “que tal ganhar uma burca de presente? Nada mal, hein! Bem apropriado para o momento”. Tentei brincar apenas para quebrar um pouco o clima de preocupação que, sem dúvida alguma, está no ar. Afinal, é triste assistir as matérias que apresentam pequeninos bebês, frágeis pelo fato de serem recém-nascidos, mas mais fragilizados ainda, pelo fato de carregarem uma má formação que irá acompanhá-los por toda vida. A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que de outras da mesma idade e sexo. Crianças com microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há cura.

Mas isso não é tudo. Acredito que pior que tudo isso é o fato de nosso país não estar preparado para lidar com a microcefalia e com outras necessidades especiais. Definitivamente não estamos preparados. Ainda há um preconceito enorme para com pessoas que têm qualquer tipo de deficiência. E some-se ao preconceito o fato de não termos estrutura para os mais diversos tipos de deficiências. Minha mãe, por exemplo, usa cadeira de rodas para se locomover. É imensamente difícil sairmos com ela porque não há rampas apropriadas, as vagas especiais nos estacionamentos não são respeitadas, as ruas não têm os devidos rebaixamentos e por aí afora.

Tenho muitos amigos que têm filhos com Síndrome de Down. Muitos comentam da tristeza que sentem com a falta de paciência e tato das pessoas para lidarem com essas crianças especiais. Para os que têm problemas auditivos, não há sinalizações especiais nas ruas; para os que têm deficiência visual, pouquíssimas são as cidades preparadas para recebê-los com as devidas sinalizações nas ruas, semáforos e locais públicos. Raras são as cidades que têm esses cuidados, e quando têm, são apenas em poucos pontos privilegiados. Isso sem falar em outras dificuldades relacionadas com todos os aspectos da vida que esses e outros especiais enfrentam.

Há, é claro, esforços por parte de algumas pessoas, ONGs e algumas secretarias governamentais que se dedicam a melhorar um pouco a qualidade de vida dos especiais. Mas ainda falta um longo, longo, loooooongo caminho a ser percorrido para que tenhamos a alegria de ver essas pessoas receberem o tratamento que merecem. Entretanto, não tenho dúvidas de que esse caminho começa em casa. É no lar, conversando com nossos filhos sobre essas situações e dando exemplos dignos de ser imitados sobre esse assunto que podemos contribuir para uma melhora significativa dessa triste realidade.

Por hora, enquanto acompanho as matérias sobre os muitos casos de microcefalia, fico me perguntando se a verdadeira microcefalia não está no meio da nossa sociedade. É sério. É pra pensar!

Graça e Paz!

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

REFLEXÃO: Faz sentido viver?

Faz sentido viver? - Sol Serenat Omnia



Resolvi perguntar à minha esposa sobre o que ela achava que eu deveria escrever aqui neste mês. Ela começou me respondendo com um questionamento. Você já se perguntou: “Qual é o verdadeiro sentido da vida?”

Mary Roberts Rinehart disse o seguinte sobre o sentido da vida: “Um pouco de trabalho, um pouco de sono, um pouco de amor, e tudo acabou.” Não é vazia demais a definição desta escritora americana? Sendo bem honestos e francos, ao pararmos para refletir sobre o nosso contexto de mundo atual, onde presenciamos tantas tragédias, abalos da natureza, confusão política e insegurança econômica, será que realmente vale a pena viver? Como se tais coisas não bastassem, ainda é preciso conviver com transtornos como estresse, depressão e ansiedade. Pessoas com a mente confusa precisam lidar com a falta de amor, de cuidado, de afeto, com a triste e dura solidão… E por aí vai… Como responder às básicas perguntas, mas de extrema significância: “De onde eu vim? Para onde eu vou? Que propósito existe para a minha vida?”

Talvez você possa questionar: “Pera aí, mas que post é esse que me fala apenas de coisas ruins, negativas?” Por favor, siga lendo, pois o melhor ainda está por vir.

Todos os seres humanos, de alguma forma, procuram o sentido da vida. Muitos acreditam que esse sentido, na verdade, é um segredo que jamais será desvendado por completo, tamanha complexidade humana diante do universo em que vive. Se o sentido da vida não é uma simples regra de nascer, crescer, viver 70 anos e morrer, que tal ter uma explicação que tenha clareza e que convença que é possível ter esperança em meio a tudo isso?

Tenho algo especial para compartilhar com você. Pode ser que você não entenda nem mesmo o sentido, o porquê, de estar lendo este artigo, mas o fato é que você está na mira de Deus. Agora, talvez você suspire fundo e diga: “Eu já imaginava… Mais alguém querendo me dar explicações espirituais! Mas onde está Deus diante de tanta calamidade? Como posso confiar nele? Será que ele não está acompanhando todo o sofrimento que existe em nosso planeta?”

É? Então não pare de ler. Talvez eu não tenha respostas para todas as suas perguntas, mas uma coisa é certa: o mundo está do jeito que está porque a humanidade tem virado as costas para Deus. Sem ele, que é a vida em todo o seu significado presente e eterno, a vida na Terra oferece, no máximo, um “sucesso vazio”, que no final das contas se esvai como areia entre os dedos. Por isso, eu convido você a dar ouvidos à voz de Jesus, que resume o sentido da vida numa única frase: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6). Ainda existe esperança! Você quer conhecê-la? Lembre-se do que Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração…” (João 14:1). Cristo, preocupado comigo e com você na pessoa dos discípulos, nos deu essa recomendação: “Não fiquem com o coração sobrecarregado!”

Tem tanta gente falando tanta coisa por aí. São tantos os discursos sobre sinais e profecias. Tantas tentativas de responder às perguntas da vida. Mas quer saber? O mais importante é o relacionamento. Quando Jesus nasceu, os escribas e os fariseus eram os “sabe tudo”. Mas eles não tiveram o relacionamento que deveriam ter com aquele Messias. “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1:11). E por que não receberam? Porque o relacionamento, a comunhão com Deus deles era nota zero!

Portanto, se você aceitar o que Jesus fez por você, entregar-lhe o controle da sua vida e viver para sempre com Ele, quando Ele voltar, levará você para a casa do Pai. Ter hoje a plena convicção de que em breve ouviremos estas palavras de seus próprios lábios: “Sejam bem-vindos, vocês que aceitaram o meu sacrifício e desejam viver na minha presença pra sempre”, é o que pode dar o verdadeiro significado de viver.

Quando minha esposa, Fátima Silva, me levou a esta reflexão, mesmo já sendo pastor, resolvi, mais uma vez, mudar de vida. E você, o que vai fazer?

Graça e Paz!
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