segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A Fé Secreta - J. Sousa

Fé - Sol Serenat Omnia

Ó meu Pai do céu ajudai.
Indigno sou de pedir,
Fé em sonho colocai,
Como posso o irmão ferir...?

Tu que tudo vês revela-me
Pai Santo o caminho.
Em secreto sou o teu servo;
Ajuda-me com carinho.

Quero ter a cidade santa,
Que tu, meu salvador, regerá.
Quero paz eterna que encanta
O amigo quando vir julgar.

Sente, Senhor, meu pulsar interno
E de todos os viventes;
Sabes também o caminho do inferno
Que espera os descrentes.

Abençoa-me Pai, me chamam crente.
Aumente-me as forças humildemente.
Ilumina-me na tua obra a toda gente,
Sem descrença, com fé...
Serenamente.


A Fonte Eterna - J. Sousa

A Fonte Eterna - Sol Serenat Omnia

Imperceptível, branca, cristalina,
Nascente eterna, início da vida.
Inspiradora luz nada contamina,
Nascente de luz pura concebida.

Magnânima força que gera tal poder,
Inspirado ato da concepção.
Reflexo do bem, geradora de um ser,
Quando dois elos em união

Ela vem do poder criador de tudo,
Do Deus Trino perfeito.
Com ela no universo quase mudo,
Floresce em suave leito.

Em um lado é a matéria,
No outro a sobrenaturalidade.
Desejo que o Pai quisera,
Reluzente vínculo; eternidade.

Sua origem é sábia, início.
A criação da humanidade.
A esperança do princípio,
E tudo na universalidade.

A verdadeira criadora,
A mensagem de benefício
É a força reformadora,
Eternidade Jesus Cristo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

"Quase" - Poema de Sarah Westphal

Quase - Sol Serenat Omnia

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


POEMA: Hoje eu trouxe uma rosa pra você...

Hoje eu trouxe uma rosa - Sol Serenat Omnia


Hoje eu trouxe uma rosa pra você,

falar um pouco do muito que tenho a dizer.

Tenho tentado e tenho fugido.

Às vezes penso que digo mas nada além, penso...

Penso que digo, porém não ouço,

Mas quando sonho, ouço o que digo.

Ouço meus pensamentos e penso que disse,

Mas sei que você não ouviu

afinal você só pode me ouvir

quando todos no mundo se calam...

Hoje eu trouxe uma rosa pra você,

mas as rosas não falam.


Carmina Burana - Estuans Interius

Estuans interius
ira vehementi
in amaritudine
loquor mee menti:
factus de materia,
cinis elementi
similis sum folio,
de quo ludunt venti.

Cum sit enim proprium
viro sapienti
supra petram ponere
sedem fundamenti,
stultus ego comparor
fluvio labenti,
sub eodem tramite
nunquam permanenti.

Feror ego veluti
sine nauta navis,
ut per vias aeris
vaga fertur avis;
non me tenent vincula,
non me tenet clavis,
quero mihi similes
et adiungor pravis.

Mihi cordis gravitas
res videtur gravis;
iocis est amabilis
dulciorque favis;
quicquid Venus imperat,
labor est suavis,
que nunquam in cordibus
habitat ignavis.

Via lata gradior
more iuventutis,
inplicor et vitiis
immemor virtutis,
voluptatis avidus
magis quam salutis,
mortuus in anima
curam gero cutis.

Queimando por dentro
com ira veemente,
com amargura
digo a mim mesmo:
feito de matéria,
cinza dos elementos,
sou como uma folha
com a qual brincam os ventos.

Pois se é próprio
do homem sábio
constuir sobre pedra
as fundações,
eu, tolo, me comparo
ao rio corrente,
que sob o mesmo curso
nunca permanece.

Sou levado embora
como um navio sem timoneiro,
assim como pelos caminhos do ar
um pássaro é levado sem rumo;
correntes não me seguram,
chave não me segura,
procuro pelos meus semelhantes
e me junto aos perversos.

O peso do coração
me parece um fardo;
a diversão é prazerosa
e mais doce que um favo de mel;
tudo o que Vênus ordena
é trabalho suave,
e nunca mora
em corações (ignavis?).

Percorro caminhos largos
à maneira da juventude,
Estou metido em vícios
e esquecido da virtude,
ávido pela voluptuosidade
mais do que pela saúde,
morto na alma,
cuido do meu corpo.

Carmina Burana - Ecce Gratum

Ecce gratum

Ecce gratum

et optatum

Ver reducit gaudia,

purpuratum

floret pratum,

Sol serenat omnia.

Iamiam cedant tristia!

Estas redit,

nunc recedit

Hyemis sevitia. Ah!

Iam liquescit

et decrescit

grando, nix et cetera;

bruma fugit,

et iam sugit

Ver Estatis ubera;

illi mens est misera,

qui nec vivit,

nec lascivit

sub Estatis dextera.

Gloriantur

et letantur

in melle dulcedinis,

qui conantur,

ut utantur

premio Cupidinis:

simus jussu Cypridis

gloriantes

et letantes

pares esse Paridis. Ah!

Eis a cara primavera

Eis a cara

e desejada

primavera que traz de volta a alegria:

flores púrpuras

cobrem os prados,

o sol a tudo ilumina.

Já se dissipam as tristezas!

Retorna o verão,

agora fogem

os rigores do inverno. Ah!

Já se liqüefazem

e desaparecem

o gelo, neve, etc.

a bruma foge,

e a primavera suga

o seio do verão;

é de lamentar-se

aquele que não vive

nem se entrega

à doce lei do verão. Ah!

Que provem glória

felicidade

doce como o mel,

aqueles que ousam

aspirar

ao prêmio de Cupido;

sob o comando de Vênus

glorifiquemos

e rejubilemo-nos

a exemplo de Paris. Ah!

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