sábado, 28 de fevereiro de 2009

POEMA: É preciso ter força - Autor desconhecido


É preciso - Sol Serenat Omnia

É preciso ter força para ser firme, 
mas é preciso coragem para ser gentil. 
É preciso ter força para se defender, 
mas é preciso coragem para baixar a guarda. 
É preciso ter força para ganhar uma guerra, 
mas é preciso coragem para se render. 
É preciso ter força para estar certo, 
mas é preciso coragem para ter dúvida. 
É preciso ter força para manter-se em forma, 
mas é preciso coragem para ficar de pé. 
É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, 
mas é preciso coragem para sentir as próprias dores. 
É preciso ter força para esconder os próprios males, 
mas é preciso coragem para demonstrá-los. 
É preciso ter força para suportar o abuso, 
mas é preciso coragem para faze-lo parar. 
É preciso ter força para ficar sozinho, 
mas é preciso coragem para pedir apoio. 
É preciso ter força para amar, 
mas é preciso coragem para ser amado. 
É preciso ter força para sobreviver, 
mas é preciso coragem para viver.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

POEMA: As bem-aventuranças do idoso - Ester Walker


Bem-aventurança do idoso - Sol Serenat Omnia

Bem aventurados são aqueles que mostram compreensão 

quando meus passos são incertos e minha mão treme. 

Bem Aventurados os que compreendem 
que meus ouvidos nem tudo podem ouvir. 

Bem Aventurados aqueles que aceitam 
que não enxergo bem e não posso acompanhá-los. 

Bem Aventurados aqueles que fingem não notar
 que derrubo e sujo coisas na mesa. 

Bem Aventurados aqueles que param um momento 
para bater um papinho comigo. 

Bem Aventurados aqueles que nunca dizem: 
 - Você já contou isso... 

Bem Aventurados aqueles que 
me deixam contar coisas do passado. 

Bem Aventurados aqueles que 
me fazem sentir que me amam, 
que não estou sozinho. 

Bem Aventurados aqueles que 
me respeitam quando tenho dificuldade 
em carregar minha cruz. 

Bem Aventurados os que me ajudam 
por sua bondade a encontrar 
o caminho para o Pai Bondoso.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MÚSICA: A Origem dos nomes das notas musicais.

Música - Sol Serenat Omnia
    
     Os nomes das NOTAS MUSICAIS foram tirados das primeiras sílabas dos seguintes versos latinos, escritos em honra de São João, pelo monge italiano Guido d'Arezzo:


“ UT QUEANT LAXIS 
RESONARE FIBRIS 
MIRA GESTORUM 
FAMULI TUORUM 
SOLVE POLLUTI 
LABII REATUM 
SANCTE IOANNES.”

"Purifica, ó São João, 

nossos lábios culposos 
a fim de que teus servos 
possam celebrar 
a plena voz 
as tuas maravilhas".



- A nota SI é formada pelas iniciais de SANCTE IOANNES
- A nota UT foi substituída pelo DO mais tarde, no século XVII, pelo músico Doni, também italiano.
- No século XV, os sons eram representados por letras do alfabeto latino e outros complicados sinais chamados "neumas".
- Na França o DÓ ainda é chamado de UT.


sábado, 14 de fevereiro de 2009

A arte de discordar - Giordano Bruno

A Ciência do Pensar - Sol Serenat Omnia

Se eu, ilustríssimo Cavaleiro, manejasse um arado, apascentasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse uma veste, ninguém me daria atenção, poucos me observariam, raras pessoas me censurariam e eu poderia facilmente agradar a todos. Mas, por ser eu delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado pela cultura do espírio e dedicado à atividade do intelecto, eis que os visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os desmascarados me devoram. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos. Se quiserdes saber por que isto acontece, digo-vos que o motivo é que tudo me desagrada, detesto o vulgo, a multidão não me contenta. Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte. Aquela em virtude da qual não invejo os que são servos na liberdade, sofrem no prazer, são pobres nas riquezas e mortos em vida, porque trazem no próprio corpo os grilhões que os prendem, no espírito o inferno que os oprime, na alma o erro que os debilita, na mente o letargo que os mata. Não há, por isso, magnamidade que os liberte nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes

Vinícius de Moraes - Sol Serenat Omnia

De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 

Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento 

E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 

Eu possa me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Presente de Amante - Rabindranath Tagore

Rabindranath Tagore - Sol Serenat Omnia

Ela está perto de meu coração, tão linda quanto uma flor no jardim; é suave, como é o descanso para o meu corpo. O amor que lhe tenho é minha vida fluindo plena, como corre o riacho nas manhãs de outono, em sereno abandono. Minhas canções são únicas como meu amor, como é único o murmúrio de um rio que canta com todas suas ondas e correntes.

Na luz desta manhã de primavera, canta, poeta, daqueles que passam sem se deter, que vivem sorrindo sem olhar para trás, que florescem em uma hora de deleite sem sentido, e se entristecem num instante, sem pensar. Não fique calado, recitando o rosário de suas lágrimas e alegrias que passaram; não pare para colher as pétalas caídas das flores; não corra atrás do que é enganoso, por desconhecer o seu sentido. Deixe as coisas insignificantes de sua vida onde estão, para que a música surja de suas profundezas.

Durante a noite, no jardim, lhe ofereci o vinho espumante de minha juventude. Você bebeu, fechou os olhos e sorriu; e enquanto eu levantei seu véu, soltei suas tranças e deitei em meu peito seu rosto docemente silencioso; durante a noite, quando o sonho da lua embalava o seu sono. Agora, na calma refrescada do campo, você caminha em direção ao templo de Deus, banhada e vestida de branco, com uma cesta de flores na mão. Eu, à sombra da árvore, deito a cabeça; na calma refrescada do campo, junto ao caminho solitário do templo.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

POEMA: Minh'alma anda perdida - Florbela

Minh'alma - Sol Serenat Omnia

Minh'alma de sonhar-te anda perdida,
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és, sequer, razão do meu viver
Pois tu és, já, toda a minha Vida.

Não vejo nada, assim, enlouquecida.
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida.

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa."
Quando me dizem isto, toda a graça
De uma boca divina fala em mim.
E, olhos postos em ti, digo de rastos
"Ah!Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como Deus, Princípio e Fim."


FEED

VEJA MAIS:

 
;