domingo, 13 de dezembro de 2009

REFLEXÃO: Sobre as Redes Sociais (de Arnaldo Jabor)

Arnaldo Jabor - Sol Serenat Omnia

Não estou no “twitter”, não sei o que é o “twitter”, jamais entrarei nesse terreno baldio e, incrivelmente, tenho 26 mil “seguidores” no “twitter”. Quem me pôs lá? Quem foi o canalha que usou meu nome? Jamais saberei. Vivemos no poço escuro da web. Ou buscamos a exposição total para ser “celebridade” ou usamos esse anonimato irresponsável com o nome dos outros. Tem gente que fala para mim: “Faz um blog, faz um blog!” Logo eu, que já sou um blog vivo, tagarelando na TV, rádio e jornais… Jamais farei um blog, esse nome que parece um coaxar de sapo boi. Quero o passado. Quero o lápis na orelha do quitandeiro, quero o gato do armazém dormindo sobre o saco de batatas, quero o telefone preto, de disco, que não dá linha, em vez dos gemidinhos dos celulares incessantes.

Comunicar o quê? Ninguém tem nada a dizer. Olho as opiniões, as discussões “on line” e só vejo besteira, frases de 140 caracteres para nada dizer. Vivemos a grande invasão dos lugares-comuns, dos uivos de medíocres ecoando asnices para ocultar sua solidão deprimente.
O que espanta é a velocidade da luz para a lentidão dos pensamentos, uma movimentação “em rede” para raciocínios lineares. A boa e velha burrice continua intocada, agora disfarçada pelo charme da rapidez. Antigamente, os burros eram humildes; se esgueiravam pelos cantos, ouvindo, amargurados, os inteligentes deitando falação. Agora não; é a revolução dos idiotas “on line”.

Quero sossego, mas querem me expandir, esticar meus braços em tentáculos digitais, meus olhos no “Google” (”goggles” – olhos arregalados) em órbitas giratórias, querem que eu seja ubíquo, quando desejo caminhar na condição de pobre bicho bípede; não quero tudo saber, ao contrário, quero esquecer; sinto que estão criando desejos que não tenho, fomes que perdi. Estamos virando aparelhos; os homens andam como robôs, falam como microfones, ouvem como celulares, não sabemos se estamos com tesão ou se criam o tesão em nós. O Brasil está tonto, perdido entre tecnologias novas cercadas de miséria e estupidez por todos os lados. A tecnociência nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas vivas, chips, pílulas para tudo, enquanto a barbárie mais vagabunda corre solta no país, balas perdidas, jaquetas e tênis roubados, com a falsa esquerda sendo pautada pela mais sinistra direita que já tivemos, com o Jucá e o Calheiros botando o Chávez no Mercosul para “talibanizar” de vez a América Latina. Temos de ‘funcionar’ – não de viver. Somos carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa. Assistimos a chacinas diárias do tráfico entre chips e “websites”.

O leitor perguntará: “Por que esse ódio todo, bom Jabor?” Claro que acho a revolução digital a coisa mais importante dos séculos. Mas estou com raiva por causa dos textos apócrifos que continuam enfiando na internet com meu nome.

Já reclamei aqui desses textos, mas tenho de me repetir. Todo dia surge uma nova besteira, com dezenas de emails me elogiando pelo que eu “não” fiz. Vou indo pela rua e três senhoras me abordam: “Teu artigo na internet é genial! Principalmente quando você escreve: ‘As mulheres são tão cheirosinhas; elas fazem biquinho e deitam no teu ombro…’ “Não fui eu…”, respondo. Elas não ouvem e continuam: “Modéstia sua! Finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres! Mandei isso para mil amigas! Adoraram aquela parte: ‘Tenho horror à mulher perfeitinha. Acho ótimo celulite…’” Repito que não é meu, mas elas (em geral barangas) replicam: “Ah… É teu melhor texto…” – e vão embora, rebolando, felizes.

Sei que a internet democratiza, dando acesso a todos para se expressar. Mas a democracia também libera a idiotia. Deviam inventar um “antispam” para bobagens.

Vejam mais o que “eu” escrevi: “As mulheres de hoje lutam para ser magrinhas. Elas têm horror de qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba!…” Luto dia e noite contra cacófatos e jamais escreveria “cós acaba!” Mas, para todos os efeitos, fui eu. Na internet, eu sou amado como uma besta quadrada, um forte asno… (dirão meus inimigos: “Finalmente, ele se encontrou…”)

Vejam as banalidades que me atribuem:

“Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!”

Ou: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!”

Ainda sobre a mulher: “São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades”.

Há um texto bem gay sobre os gaúchos, há mais de um ano. Fui “eu”, a mula virtual, quem escreveu tudo isso. E não adianta desmentir.

Esta semana, descobri mais. Há um texto rolando (e sendo elogiado) sobre “ninguém ama uma pessoa pelas qualidades que ela tem” ou outro em que louvo a estupidez, chamado “Seja Idiota!”…

Mas o pior são artigos escritos por inimigos covardes para me sujar.

Há um texto de extrema direita, boçal, xingando os brasileiros, onde há coisas como: “Brasileiro é babaca. Elege para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari. Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de R$ 90 mensais para não fazer nada não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo. Noventa por cento de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como ‘aviãozinho’ do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora… O brasileiro merece! É igual a mulher de malandro – gosta de apanhar…”

E o pior é que muita gente me cumprimenta pela “coragem” de ter escrito essa sordidez.

Ou seja: admiram-me pelo que eu teria de pior; sou amado pelo que não escrevi.

Na internet, eu sou machista, gay, idiota, corno e fascista.

É bonito isso?


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Como NÃO fazer um trabalho.

Trabalho - Sol Serenat Omnia


ESTA É UMA HISTÓRIA SOBRE 4 PESSOAS: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém.

Havia um importante trabalho a ser feito e Todo Mundo tinha certeza de que Alguém o faria.
Qualquer Um poderia tê-lo feito, mas Ninguém o fez. 
Alguém zangou-se por que era um trabalho de Todo Mundo.

Todo Mundo pensou que Qualquer Um poderia fazê-lo,
mas Ninguém imaginou que Todo Mundo deixasse de fazê-lo.

Ao final Todo Mundo culpou Alguém quando Ninguém fez o que Qualquer Um poderia ter feito.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

REFLEXÃO: Receita de Bolo.

Receita de Bolo - Sol Serenat Omnia


Às vezes nos perguntamos: "O que eu fiz pra merecer isso?", ou "Por que Deus tinha que fazer isso justo comigo?"

Aqui vai uma belíssima explicação:
A filha dizia a sua Mãe como tudo ia errado. Ela não se saiu bem na prova de Matemática, o amorado resolveu terminar com ela e a sua melhor amiga estava de mudança para outra cidade.
Enquanto isso, sua Mãe preparava um bolo e perguntou se a filha gostaria de um pedaço, e ela disse: 

- É claro mãe, eu adoro os seus bolos.
- Toma, um pouco de óleo de cozinha.
- Credo!
- Que tal então comer uns ovos crus?
- Que nojo, Mãe!
- Quer então um pouquinho de Farinha de Trigo ou Bicarbonato de Sódio?
- Mãe, isso não presta!
A Mãe então respondeu:
- É verdade, todas essas coisas parecem ruins sozinhas, mas quando as colocamos juntas, na medida certa, elas fazem um bolo delicioso e Deus trabalha do mesmo jeito.

Às vezes a gente se pergunta por que Ele quis que nós passássemos por momentos difíceis, mas Deus sabe que quando Ele põe todas essas coisas na ordem exata, elas sempre nos farão bem.

A gente só precisa confiar n'Ele e todas essas coisas ruins se tornarão algo fantástico! Deus ama muito você.

Ele te manda flores em todas as Primaveras e o nascer o Sol todas as manhãs.
Sempre que você quiser conversar, Ele vai te ouvir. 
Ele pode viver em qualquer lugar do universo, e Ele escolheu o seu coração.


O que é ser professor...


Ser Professor - Sol Serenat Omnia

Dedico este poema a todos os meus amados amigos e colegas de profissão.

"Ontem você não entendia muitas coisas, hoje precisa se fazer entender, criar soluções.
No seu dia-a-dia a sua capacidade de amar é colocada à disposição de todos.
Quando você volta para casa, a tarefa ainda não está terminada, mas a sua consciência está em paz.
Você corre em paralelo com o tempo para não ficar ultrapassado. Aceita-se todo por dentro para mostrar a seriedade que é exigida e ainda sorrir para aqueles que precisam de afeto.
Na sua angústia existencial ainda se propõe a ajudar a quem procura.
Você avalia. Que coisa difícil é avaliar.
Aprova , reprova e  finalmente recupera.
Pelos caminhos da sua vida você vai encontrando tantas portas... umas quase se fecham, quando deveriam se abrir.
Tantas que se abrem, quando deveriam fechar-se, portas sombrias, enferrujadas, à espera de alguém ansioso por um toque, outras escancaradas pela falta de responsabilidade e amor.
E você, passo a passo, vai contribuindo para cada uma delas.
Você transforma, ilumina, esclarece, compreende e vence o desafio.
É o suave mistério da sua vocação."

Como você é importante!


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

REFLEXÃO: O Cego e a parede.

Paisagem - Sol Serenat Omnia


Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. Sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente
enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela...que dava, afinal, para uma parede de tijolo! O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede.

"Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".

Moral da História:

"Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada. Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar. O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que o chamam de presente."


Datas comemorativas brasileiras

festa-6227

 

Janeiro      
1 Dia Mundial da Paz - Ano Novo 7 Dia da Gratidão
8 Dia do Fotógrafo 20 Dia do Farmacêutico
21 Dia Mundial da Religião 24 Dia do Aposentado
25 Dia do Carteiro    
       
Fevereiro      
2 Dia do Agente Fiscal 7 Dia Nacional do Gráfico
10 Dia do Atleta Profissional 11 Dia Mundial do Enfermo
Março      
7 Dia do Fuzileiro Naval 8 Dia Internacional da Mulher
14 Dia da Poesia 19 Dia do Artesão
Abril      
1 Dia da Mentira 27 Dia da Empregada Doméstica
28 Dia da Estação - Dia da Sogra 30 Dia Nacional da Mulher
Maio      
01 Dia do Trabalho 3 Dia do Sertanejo
8 Dia do Pintor 8 Dia do Artista Plástico
10 Dia da Cozinheira 12 Dia do Enfermeiro
13 Dia da Abolição da Escravatura 16 Dia do Gari
24 Dia do Datilógrafo 25 Dia da Costureira
26 Dia do Revendedor Lotérico 27 Dia do Profissional Liberal
29 Dia do Policial 31 Dia da Aeromoça
Junho      
12 Dia dos Namorados 21 Dia dos Profis.de Marketing
29 Dia da Telefonista    
Julho      
1 Dia do Bancário 2 Dia do Bombeiro
8 Dia do Panificador 20 Dia Internacional da Amizade
21 Dia da Vovó 23 Dia do Guarda Rodoviário
25 Dia do Motorista 25 Dia do Escritor
26 Dia do Vovô 27 Dia do Motociclista
28 Dia do Agricultor    
Agosto      
4 Dia do Padre 10 Dia do Estudante
11 Dia do Advogado 11 Dia dos Magistrados
13 Dia do Economista 23 Dia do Artista
25 Dia do Feirante 27 Dia do Corretor de Imóveis
Setembro      
3 Dia do Guarda Civil 06 Dia do Barbeiro
6 Dia do Alfaiate 9 Dia do Veterinário
9 Dia do Adm. de Empresas 10 Dia do Jornalista
20 Dia do Func.Municipal 21 Dia do Fazendeiro
27 Dia do Encanador 27 Dia Internacional do Idoso
30 Dia da Secretária 30 Dia dos Amantes
Outubro      
6 Dia do Pedreiro 7 Dia do Compositor
9 Dia do Atletismo 12 Dia da Criança
15 Dia do Professor 17 Dia do Eletricista
18 Dia do Médico 20 Dia do Poeta
23 Dia do Aviador 25 Dia do Dentista
25 Dia do Sapateiro 27 Dia da Juventude
28 Dia do Funcionário Público    
Novembro      
9 Dia do Hoteleiro 11 Dia do Diretor de Escola
22 Dia do Músico    
Dezembro      
1 Dia do Casal 4 Dia do Publicitário
4 Dia do Orientador Educacional 8 Dia da Família
11 Dia do Engenheiro 11 Dia do Arquiteto
13 Dia do Pedreiro 23 Dia do Visinho
25 Natal    
sábado, 29 de agosto de 2009

REFLEXÃO: Encontre um homem que…

Encontre um homem que... - Sol Serenat Omnia


"Encontre um homem que te chame de linda em vez de gostosa. Que te ligue de volta quando você desligar na cara dele.
Que deite embaixo das estrelas e escute as batidas do seu coração, ou que permaneça acordado só para observar você dormindo. Espere pelo homem que te beije na testa.
Que queira te mostrar para todo mundo mesmo quando você está suando.  Um homem que segure sua mão na frente dos amigos dele.
Que te ache a mulher mais bonita do mundo mesmo quando você está sem nenhuma maquiagem e que insista em te segurar pela cintura.
Aquele que te lembra constantemente o quanto ele se preocupa com você e o quanto sortudo ele é por estar ao seu lado.
Espere por aquele que esperará por você... Aquele que vire para os amigos e diga...É ELA!"


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

POEMA: O Amor não tem idade.


O Amor não tem idade - Sol Serenat Omnia

O amor não tem idade!
Tais palavras fizeram eco no coração
Daquela quem para amar
Já julgava ser tarde.

De repente se viu sorrindo,
O dia chuvoso lhe parecia lindo!
Era o início de um sentimento,
Que de prazer encheria sua vida,
Cujo resultado final seria 
Um culto de casamento.

Não importa a idade,
Importa o amor,
A festa que se faz dentro do coração,
Porque em qualquer idade
Ele é fonte de satisfação.

Não importa a idade,
Importa Ter alguém bem perto,
Encontrar o companheiro certo
E aos olhos de Deus fazer o correto.

Importa uma frase simples,
Uma gostosa conversa,
Sem mínima pressa.
Importa no rosto uma lágrima cair
Por causa de um doce e esplêndido porvir.


sábado, 18 de julho de 2009

POEMA: Para pintar um pássaro - Jacques Prévert

Pintar um Pássaro - Sol Serenat Omnia

Primeiro pintar uma gaiola com a porta aberta
pintar depois algo de lindo, algo de simples,
algo de belo, algo de útil para o pássaro.

Depois dependurar a tela numa árvore,
num jardim, num bosque ou numa floresta.
Esconder-se atrás da árvore sem nada dizer
sem se mexer....

Às vezes o pássaro chega logo 
mas pode ser também que leve muitos anos
para se decidir. 
Não perder a esperança. Esperar...

Esperar se preciso muitos anos.
A pressa ou a lentidão da chegada do pássaro
nada tendo a ver com o sucesso do quadro.

Quando o pássaro chegar... se chegar...
guardar o mais profundo silêncio;
esperar que o pássaro entre na gaiola
e quando já estiver lá dentro
fechar lentamente a porta com o pincel.

Depois apagar uma a uma todas as grades
tendo o cuidado de não tocar numa única pena do pássaro.
Fazer depois o desenho da árvore
escolhendo o mais belo galho para o pássaro.

Pintar também a folhagem verde e a frescura do vento;
a poeira do sol e o barulho dos insetos pelo capim no calor do verão.
E depois esperar que o pássaro queira cantar.

Se o pássaro não cantar, mau sinal.
Sinal de que o quadro é ruim.
Mas se cantar bom sinal
sinal de que pode assiná-lo.
Então você arranca delicadamente
uma pena do pássaro e escreve seu nome num canto do quadro.


terça-feira, 14 de julho de 2009

Cavaleiros do Velho Código.

Cavaleiro - Sol Serenat Omnia

Um cavaleiro jura bravura.
Seu coração só tem virtudes.
Sua espada defende o oprimido.
Seu poder apoia os fracos. 
Sua palavra só fala a verdade.
Sua fúria destrói a maldade.


POEMA: Se minhas palavras… - Ab.W.

Palavras - Sol Serenat Omnia


Se as minhas palavras tivessem o poder de te tocar

Seriam pureza do tocar de vento em vento.

Suavemente falando-te face a face

Vento manso com sons de silêncio.

Empoeirando em meio a gotas de passado

Palavras escritas e jamais lidas.

Seriam essa brisa suave

A bagunçar teus cabelos

A lhe falar dos enredos

De primavera eterna que não virou verão...

Céu azul que tudo envolve desde o mais terno amanhecer

Lhe sussurrando aos ouvidos:

Prazer em lhe (re)conhecer.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Nessun Dorma – Luciano Pavarotti

LATIM ENGLISH PORTUGUÊS

Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o, Principessa,
nella tua fredda stanza,
guardi le stelle
che fremono d'amore
e di speranza.
Ma il mio mistero e chiuso in me,
il nome mio nessun sapra!
No, no, sulla tua bocca lo diro
quando la luce splendera!
Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
che ti fa mia!
(Il nome suo nessun sapra!...
e noi dovrem, ahime, morir!)
Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vincero!
vincero, vincero!

None must sleep! None must sleep!
And you, too, Princess,
in your cold room,
gaze at the stars
which tremble with love
and hope!
But my mystery is locked within me,
no-one shall know my name!
No, no, I shall say it as my mouth
meets yours when the dawn is breaking!
And my kiss will break the silence
which makes you mine!
(No-one shall know his name,
and we, alas, shall die!)
Vanish, o night!
Fade, stars!
At dawn I shall win

Ninguém durma! ninguém durma!
Tu também, ó princesa, na tua fria alcova olhas as
Estrelas que tremulam de amor e de esperança!
Mas o meu mistério está fechado comigo,
O meu nome ninguém saberá!
Não, não, sobre a tua boca o direi,
Quando a luz resplandescer!
E o meu beijo destruirá o silêncio que te faz minha!
O seu nome ninguém saberá ...
E nós deveremos, ai de nós, morrer!
Morrer!
Desvaneça, ó noite!
Desapareçam, estrelas!
Desapareçam, estrelas!
Pela manhã vencerei!
Vencerei! vencerei!

domingo, 7 de junho de 2009

REFLEXÃO: Experiência de vida.



Dizem que esse texto é de um candidato em um processo de seleção. Se é verdade não sei, só sei que sempre que leio o texto me emociono.


"Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.

Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela.

Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho e até já brinquei de ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.

Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés de fora.

Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e acabei me viciando.

Já roubei beijo, já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pro melhor amigo.

Já confundi sentimentos, peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.

Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda.

Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada dia.

Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.

Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas.

Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.

Já vi o pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormente meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.

Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.

Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim.

Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.

Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: - "Qual sua experiência?"

Essa pergunta ecoa no meu cérebro:

"Experiência...experiência..."

Será que ser plantador de sorrisos é uma boa experiência?

Não, não... talvez eles não saibam ainda colher sonhos!"

sexta-feira, 5 de junho de 2009

10 atitudes para se manter jovem.

Pra Sempre Jovem - Sol Serenat Omnia



1. Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.

2. Freqüente, de preferência, seus amigos alegres. Os "baixo-astrais" puxam você para baixo.

3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.

4. Curta coisas simples.

5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.

6. Lágrimas acontecem. Agüente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO enquanto você viver.

7. Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.

8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a.Se está abaixo desse nível, peça ajuda.

9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para uma cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens negativas ao passado.

10. Àqueles que você ama, diga sempre que você realmente os ama em todas as oportunidades.

E lembre-se sempre que a vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego de tanto rir... de surpresa, de êxtase, de felicidade.



De acordo com Madre Tereza de Calcutá…

Madre Tereza de Calcutá
( 1910 -1997 )


A COISA MAIS FÁCIL É ERRAR.

O MAIOR OBSTÁCULO É O MEDO.

O PIOR DEFEITO É O MAU HUMOR.

O PRESENTE MAIS BELO É O PERDÃO.

A SENSAÇÃO MAIS AGRADÁVEL É A PAZ INTERIOR.

A PROTEÇÃO EFETIVA É O SORRISO.

A MAIS BELA DE TODAS AS COISAS É O AMOR.


sábado, 30 de maio de 2009

Quer mandar uma mensagem para AQUELE amigo especial?

Melhor Amigo - Mensagem Especial - Sol Serenat Omnia


O que você faria se toda hora em que você se apaixonasse por alguém você tivesse que dizer adeus???

O que você faria se toda hora em que você quisesse alguém essa pessoa não estivesse lá pra você???

O que você faria se para cada momento em que você se sentisse realmente feliz teria que passar por 10 momentos de tristeza profunda???

O que você faria se o seu melhor amigo morresse amanhã e você não pudesse contar a ele como você se sentiu com isso???

O que você faria se você amasse alguém mais do que qualquer outra coisa no mundo e nunca pudesse ter essa pessoa???

Algumas pessoas vivem e outras morrem, mas eu quero te contar que eu te amo e que você é um verdadeiro amigo e que eu sempre estarei aqui para quando você precisar de mim.

Se eu morresse amanhã, quero que saiba que você estaria no meu coração para sempre. Eu estaria no seu?

Você pode ter amigos um ano, muito bons amigos no ano seguinte, nem ao menos se falar no outro ano, e nem querer falar
por vergonha ou medo ou qualquer outro motivo nos anos que se seguirem.

Então…

Deixe os seus antigos amigos saberem que você nunca os esqueceu, e conte para os seus novos amigos que você nunca se esquecerá deles. 

Lembre-se, todos precisam de amigos, se algum dia você pensar que NÃO TEM NENHUM AMIGO, apenas lembre-se de mim, e se conforte em saber, que em algum lugar do mundo, alguém gosta de você .


Carta de Amor – Algum dia em sua vida



Algum dia em sua vida , você se lembrará de um lugar, de alguém tocando o seu rosto, você irá se voltar e olhará em sua volta, algum dia em sua vida , você se lembrará do Amor que encontrou aqui você se lembrará de mim de algum modo. E mesmo que não precise de mim agora, estarei em seu coração e quando as coisas se desfizerem, você se lembrará algum dia… algum dia em sua vida, quando perceber que você esteve sempre esperando pelo Amor que costumávamos partilhar, basta me chamar e eu estarei aí, você se lembrará de mim de algum modo, e mesmo não precise de mim agora, estarei em seu coração, você se lembrará algum dia, quando você precisar de mim, basta me chamar e eu estarei aí.
terça-feira, 10 de março de 2009

Belíssima Mensagem - Aprenda a valorizar sua família.

Valorize sua família - Sol Serenat Omnia

Eu tive que perder minha família
para perceber o benefício que ela me proporcionava.
É triste aceitar esse engano 
quando já se esgotaram as
Possibilidades.

E agora sofro as atitudes que
tomei por acreditar em
verdades Ignorantes.

Que na época tomei acreditando numa moda passageira que se foi
tal qual fumaça.
Não respeitei o sacrifício que custa para construir a fortaleza que
se chama família.

Acabamos no fim perdendo a quem nos ama.
Só por que o jornaleiro da esquina falou que é otário aquele que
confia.

E é tão difícil confiar em alguém quando a gente aceita se mentir.
Somente conhecendo a beleza da união é que a gente tem a força
Para não, não se enganar.

Eu que me achava um diamante nas mãos de mendigos.
Só pelo medo de não sê-lo não respeitei o sacrifício que custa
para construir a fortaleza que se chama família.


sábado, 7 de março de 2009

POEMA: Sem Amor...

Amor - Sol Serenat Omnia

A inteligência sem amor, te faz perverso 
A justiça sem amor, te faz implacável 
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita 
O êxito sem amor, te faz arrogante 
A riqueza sem amor, te faz avaro 
A docilidade sem amor te faz servil 
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso 
A beleza sem amor, te faz ridículo 
A autoridade sem amor, te faz tirano 
O trabalho sem amor, te faz escravo 
A simplicidade sem amor, te deprecia 
A oração sem amor, te faz introvertido 
A lei sem amor, te escraviza 
A política sem amor, te deixa egoísta 
A fé sem amor te deixa fanático 
A cruz sem amor se converte em tortura 
A vida sem amor... não tem sentido


quinta-feira, 5 de março de 2009

O que é o verdadeiro amor?

Amor Verdadeiro - Sol Serenat Omnia


Vida é o Amor existencial.

Razão é o Amor que pondera.

Estudo é o Amor que analisa.

Ciência é o Amor que investiga.

Filosofia é o Amor que pensa.

Religião é o Amor que busca Deus. 

Verdade é o Amor que se eterniza. 

Ideal é o Amor que se eleva. 

Fé é o Amor que se transcende. 

Esperança é o Amor que sonha. 

Caridade é o Amor que auxilia. 

Fraternidade é o Amor que se expande. 

Sacrifício é o Amor que se esforça. 

Renúncia é o Amor que se depura. 

Simpatia é o Amor que sorri. 

Trabalho é o Amor que constrói.

Indiferença é o Amor que se esconde.

Desespero é o Amor que se desgoverna. 

Paixão é o Amor que se desequilibra. 

Ciúme é o Amor que se desvaira. 

Orgulho é o Amor que enlouquece. 

Sensualismo é o Amor que se envenena. 

Ódio, que julgamos ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.


sábado, 28 de fevereiro de 2009

POEMA: É preciso ter força - Autor desconhecido


É preciso - Sol Serenat Omnia

É preciso ter força para ser firme, 
mas é preciso coragem para ser gentil. 
É preciso ter força para se defender, 
mas é preciso coragem para baixar a guarda. 
É preciso ter força para ganhar uma guerra, 
mas é preciso coragem para se render. 
É preciso ter força para estar certo, 
mas é preciso coragem para ter dúvida. 
É preciso ter força para manter-se em forma, 
mas é preciso coragem para ficar de pé. 
É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, 
mas é preciso coragem para sentir as próprias dores. 
É preciso ter força para esconder os próprios males, 
mas é preciso coragem para demonstrá-los. 
É preciso ter força para suportar o abuso, 
mas é preciso coragem para faze-lo parar. 
É preciso ter força para ficar sozinho, 
mas é preciso coragem para pedir apoio. 
É preciso ter força para amar, 
mas é preciso coragem para ser amado. 
É preciso ter força para sobreviver, 
mas é preciso coragem para viver.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

POEMA: As bem-aventuranças do idoso - Ester Walker


Bem-aventurança do idoso - Sol Serenat Omnia

Bem aventurados são aqueles que mostram compreensão 

quando meus passos são incertos e minha mão treme. 

Bem Aventurados os que compreendem 
que meus ouvidos nem tudo podem ouvir. 

Bem Aventurados aqueles que aceitam 
que não enxergo bem e não posso acompanhá-los. 

Bem Aventurados aqueles que fingem não notar
 que derrubo e sujo coisas na mesa. 

Bem Aventurados aqueles que param um momento 
para bater um papinho comigo. 

Bem Aventurados aqueles que nunca dizem: 
 - Você já contou isso... 

Bem Aventurados aqueles que 
me deixam contar coisas do passado. 

Bem Aventurados aqueles que 
me fazem sentir que me amam, 
que não estou sozinho. 

Bem Aventurados aqueles que 
me respeitam quando tenho dificuldade 
em carregar minha cruz. 

Bem Aventurados os que me ajudam 
por sua bondade a encontrar 
o caminho para o Pai Bondoso.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

MÚSICA: A Origem dos nomes das notas musicais.

Música - Sol Serenat Omnia
    
     Os nomes das NOTAS MUSICAIS foram tirados das primeiras sílabas dos seguintes versos latinos, escritos em honra de São João, pelo monge italiano Guido d'Arezzo:


“ UT QUEANT LAXIS 
RESONARE FIBRIS 
MIRA GESTORUM 
FAMULI TUORUM 
SOLVE POLLUTI 
LABII REATUM 
SANCTE IOANNES.”

"Purifica, ó São João, 

nossos lábios culposos 
a fim de que teus servos 
possam celebrar 
a plena voz 
as tuas maravilhas".



- A nota SI é formada pelas iniciais de SANCTE IOANNES
- A nota UT foi substituída pelo DO mais tarde, no século XVII, pelo músico Doni, também italiano.
- No século XV, os sons eram representados por letras do alfabeto latino e outros complicados sinais chamados "neumas".
- Na França o DÓ ainda é chamado de UT.


sábado, 14 de fevereiro de 2009

A arte de discordar - Giordano Bruno

A Ciência do Pensar - Sol Serenat Omnia

Se eu, ilustríssimo Cavaleiro, manejasse um arado, apascentasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse uma veste, ninguém me daria atenção, poucos me observariam, raras pessoas me censurariam e eu poderia facilmente agradar a todos. Mas, por ser eu delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado pela cultura do espírio e dedicado à atividade do intelecto, eis que os visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os desmascarados me devoram. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase todos. Se quiserdes saber por que isto acontece, digo-vos que o motivo é que tudo me desagrada, detesto o vulgo, a multidão não me contenta. Somente uma coisa me fascina: aquela em virtude da qual me sinto livre na sujeição, contente no sofrimento, rico na indigência e vivo na morte. Aquela em virtude da qual não invejo os que são servos na liberdade, sofrem no prazer, são pobres nas riquezas e mortos em vida, porque trazem no próprio corpo os grilhões que os prendem, no espírito o inferno que os oprime, na alma o erro que os debilita, na mente o letargo que os mata. Não há, por isso, magnamidade que os liberte nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes

Vinícius de Moraes - Sol Serenat Omnia

De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 

Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento 

E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 

Eu possa me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Presente de Amante - Rabindranath Tagore

Rabindranath Tagore - Sol Serenat Omnia

Ela está perto de meu coração, tão linda quanto uma flor no jardim; é suave, como é o descanso para o meu corpo. O amor que lhe tenho é minha vida fluindo plena, como corre o riacho nas manhãs de outono, em sereno abandono. Minhas canções são únicas como meu amor, como é único o murmúrio de um rio que canta com todas suas ondas e correntes.

Na luz desta manhã de primavera, canta, poeta, daqueles que passam sem se deter, que vivem sorrindo sem olhar para trás, que florescem em uma hora de deleite sem sentido, e se entristecem num instante, sem pensar. Não fique calado, recitando o rosário de suas lágrimas e alegrias que passaram; não pare para colher as pétalas caídas das flores; não corra atrás do que é enganoso, por desconhecer o seu sentido. Deixe as coisas insignificantes de sua vida onde estão, para que a música surja de suas profundezas.

Durante a noite, no jardim, lhe ofereci o vinho espumante de minha juventude. Você bebeu, fechou os olhos e sorriu; e enquanto eu levantei seu véu, soltei suas tranças e deitei em meu peito seu rosto docemente silencioso; durante a noite, quando o sonho da lua embalava o seu sono. Agora, na calma refrescada do campo, você caminha em direção ao templo de Deus, banhada e vestida de branco, com uma cesta de flores na mão. Eu, à sombra da árvore, deito a cabeça; na calma refrescada do campo, junto ao caminho solitário do templo.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

POEMA: Minh'alma anda perdida - Florbela

Minh'alma - Sol Serenat Omnia

Minh'alma de sonhar-te anda perdida,
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és, sequer, razão do meu viver
Pois tu és, já, toda a minha Vida.

Não vejo nada, assim, enlouquecida.
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida.

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa."
Quando me dizem isto, toda a graça
De uma boca divina fala em mim.
E, olhos postos em ti, digo de rastos
"Ah!Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como Deus, Princípio e Fim."


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A Fé Secreta - J. Sousa

Fé - Sol Serenat Omnia

Ó meu Pai do céu ajudai.
Indigno sou de pedir,
Fé em sonho colocai,
Como posso o irmão ferir...?

Tu que tudo vês revela-me
Pai Santo o caminho.
Em secreto sou o teu servo;
Ajuda-me com carinho.

Quero ter a cidade santa,
Que tu, meu salvador, regerá.
Quero paz eterna que encanta
O amigo quando vir julgar.

Sente, Senhor, meu pulsar interno
E de todos os viventes;
Sabes também o caminho do inferno
Que espera os descrentes.

Abençoa-me Pai, me chamam crente.
Aumente-me as forças humildemente.
Ilumina-me na tua obra a toda gente,
Sem descrença, com fé...
Serenamente.


A Fonte Eterna - J. Sousa

A Fonte Eterna - Sol Serenat Omnia

Imperceptível, branca, cristalina,
Nascente eterna, início da vida.
Inspiradora luz nada contamina,
Nascente de luz pura concebida.

Magnânima força que gera tal poder,
Inspirado ato da concepção.
Reflexo do bem, geradora de um ser,
Quando dois elos em união

Ela vem do poder criador de tudo,
Do Deus Trino perfeito.
Com ela no universo quase mudo,
Floresce em suave leito.

Em um lado é a matéria,
No outro a sobrenaturalidade.
Desejo que o Pai quisera,
Reluzente vínculo; eternidade.

Sua origem é sábia, início.
A criação da humanidade.
A esperança do princípio,
E tudo na universalidade.

A verdadeira criadora,
A mensagem de benefício
É a força reformadora,
Eternidade Jesus Cristo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

"Quase" - Poema de Sarah Westphal

Quase - Sol Serenat Omnia

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


POEMA: Hoje eu trouxe uma rosa pra você...

Hoje eu trouxe uma rosa - Sol Serenat Omnia


Hoje eu trouxe uma rosa pra você,

falar um pouco do muito que tenho a dizer.

Tenho tentado e tenho fugido.

Às vezes penso que digo mas nada além, penso...

Penso que digo, porém não ouço,

Mas quando sonho, ouço o que digo.

Ouço meus pensamentos e penso que disse,

Mas sei que você não ouviu

afinal você só pode me ouvir

quando todos no mundo se calam...

Hoje eu trouxe uma rosa pra você,

mas as rosas não falam.


Carmina Burana - Estuans Interius

Estuans interius
ira vehementi
in amaritudine
loquor mee menti:
factus de materia,
cinis elementi
similis sum folio,
de quo ludunt venti.

Cum sit enim proprium
viro sapienti
supra petram ponere
sedem fundamenti,
stultus ego comparor
fluvio labenti,
sub eodem tramite
nunquam permanenti.

Feror ego veluti
sine nauta navis,
ut per vias aeris
vaga fertur avis;
non me tenent vincula,
non me tenet clavis,
quero mihi similes
et adiungor pravis.

Mihi cordis gravitas
res videtur gravis;
iocis est amabilis
dulciorque favis;
quicquid Venus imperat,
labor est suavis,
que nunquam in cordibus
habitat ignavis.

Via lata gradior
more iuventutis,
inplicor et vitiis
immemor virtutis,
voluptatis avidus
magis quam salutis,
mortuus in anima
curam gero cutis.

Queimando por dentro
com ira veemente,
com amargura
digo a mim mesmo:
feito de matéria,
cinza dos elementos,
sou como uma folha
com a qual brincam os ventos.

Pois se é próprio
do homem sábio
constuir sobre pedra
as fundações,
eu, tolo, me comparo
ao rio corrente,
que sob o mesmo curso
nunca permanece.

Sou levado embora
como um navio sem timoneiro,
assim como pelos caminhos do ar
um pássaro é levado sem rumo;
correntes não me seguram,
chave não me segura,
procuro pelos meus semelhantes
e me junto aos perversos.

O peso do coração
me parece um fardo;
a diversão é prazerosa
e mais doce que um favo de mel;
tudo o que Vênus ordena
é trabalho suave,
e nunca mora
em corações (ignavis?).

Percorro caminhos largos
à maneira da juventude,
Estou metido em vícios
e esquecido da virtude,
ávido pela voluptuosidade
mais do que pela saúde,
morto na alma,
cuido do meu corpo.

Carmina Burana - Ecce Gratum

Ecce gratum

Ecce gratum

et optatum

Ver reducit gaudia,

purpuratum

floret pratum,

Sol serenat omnia.

Iamiam cedant tristia!

Estas redit,

nunc recedit

Hyemis sevitia. Ah!

Iam liquescit

et decrescit

grando, nix et cetera;

bruma fugit,

et iam sugit

Ver Estatis ubera;

illi mens est misera,

qui nec vivit,

nec lascivit

sub Estatis dextera.

Gloriantur

et letantur

in melle dulcedinis,

qui conantur,

ut utantur

premio Cupidinis:

simus jussu Cypridis

gloriantes

et letantes

pares esse Paridis. Ah!

Eis a cara primavera

Eis a cara

e desejada

primavera que traz de volta a alegria:

flores púrpuras

cobrem os prados,

o sol a tudo ilumina.

Já se dissipam as tristezas!

Retorna o verão,

agora fogem

os rigores do inverno. Ah!

Já se liqüefazem

e desaparecem

o gelo, neve, etc.

a bruma foge,

e a primavera suga

o seio do verão;

é de lamentar-se

aquele que não vive

nem se entrega

à doce lei do verão. Ah!

Que provem glória

felicidade

doce como o mel,

aqueles que ousam

aspirar

ao prêmio de Cupido;

sob o comando de Vênus

glorifiquemos

e rejubilemo-nos

a exemplo de Paris. Ah!

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