quarta-feira, 24 de agosto de 2016

JOVENS: Quando o tédio resulta em caos.

O Despertar dos Entediados - Sol Serenat Omnia

Na ausência de ter o que fazer, a onda é fazer menos que nada. Engolidos por um tédio sem fim, e na desesperadora compulsão por encontrar um significado, eles descem em bando ladeira abaixo para as experiências mais alucinantes. São as tribos noturnas, compostas por jovens menores de 18 anos, causando o horror disfarçado de adrenalina, purpurina e anfetamina.

Sobre as novas gerações de hoje em dia? Surpreenda-se com o que não lhes surpreendem mais! De baladas abarrotadas de adolescentes entorpecidos por álcool, analgésicos e derivados de ecstasy às festas pansexuais a céu aberto nas metrópoles, todos querem saltar do anonimato na madrugada. Como definiu o TAB do UOL de 25/4/2016, a juventude é uma embriaguez hormonal, um coquetel de adrenalina, testosterona e endorfina, que fica explosivo se somado ao álcool, tabaco e substâncias ilícitas. E das ficadas, pegações e azarações uma coisa é garantida: a completa despreocupação com as consequências, como num desfile VIP de desnorteados em busca da bússola do prazer.

O curioso disso é a instintiva obsessão por deixar uma marca na própria vida ou na vida de alguém. Só há uma diferença: sem guerras mundiais, sob a overdose da super conexão tecnológica e cortejados por mimos paternais – que não viram corpos despedaçados nas trincheiras das décadas passadas – a militância de alguns millennials ladeia a insignificância.

Viu o caso das adolescentes reivindicando heroicamente a permissão de usarem shortinhos no Colégio Anchieta, na capital gaúcha? Em fevereiro deste ano, a tradicional escola se deparou com uma manifestação pretensiosamente séria, munida de cartazes, palavras de ordem e piquetes na frente da escola. Garotas do ensino particular exigiam o direito de colocar as pernas de fora. Ah, e apoiadíssimas por garotos militantes de primeira intenção, cheios de segundas intenções! Confesso que meu sangue de “pai de menina” ferveu. Onde fomos parar?

Na página Senso Incomum da web, outro pai surpreso, o colunista Flavio Morgenstern, também desabafou: é uma geração tão almofadada pela civilização que até quando caía de bicicleta ao redor da piscina no condomínio era curada com Merthiolate que não arde. Que heroísmo, que conquista individual, que missão e vocação podem ter estas pós-crianças?

Como se não bastasse, no mesmo mês a Revista Veja estampou na reportagem de capa a “juventude da diversidade” com a nova definição do “gênero neutro”. Impulsionados pela liberdade em 360 graus, surgem expressões como “amiguês” (sem o artigo masculino, nem feminino), “sexualidade fluida” e “assexualidade” desmontando qualquer prerrogativa social de orientação sexual. O resultado disso é uma geração surpreendentemente definida pela indefinição. E quer saber? Quanto mais voláteis, andrógenos e efêmeros forem, mais “causam” nesta debandada coletiva por significância.

Além disso, acompanha-se a surdez dos pais seguida de uma total mudez para argumentar contra a “geração mais bem informada da História”. Reféns deste sequestro de personalidade, nos sentimos impotentes por um resgate eficaz. Assustou? Continue lendo antes de arrepiar os cabelos…

Tem coisa certa para eles – muito certa!

Se é imperativa a busca pelo significado, por que se medir da testa ao chão enquanto podemos ser medidos da cabeça à eternidade? Olhar para cima deixou de ser discurso cafona de pais da velha-guarda para se tornar a entrada triunfal na fase adulta. Pois a idade mais indefinida da vida carece de atitudes relevantes que tornem a minoria que investe no futuro soberana à maioria que entra em débito no presente. Surge o contagiante empoderamento da Geração Merthiolate no ativismo reacionário do bem – trocando a confusão entediante pelo incômodo cheio de atitude.

Tanto quanto a hiper capacidade deles de se envolverem com o que não presta, essa é a oportunidade de provarem a que vieram ao mundo. Basta uma provocação certeira escancarando seu estado de sítio existencial para que, uma vez vulneráveis, aceitem desafios maiores, melhores e eternos. Por isso, acredito na força da identidade jovem descoberta no espelho da cruz – isso mesmo, o reflexo do seu lugar no universo lampeja através do brilho divino apagado no Calvário para se acharem no dia-dia.

Encurtando a história, que tal sete “twites” práticos como um “insta” durando um “snap”?

1. Não troque o que você mais quer na vida pelo que mais deseja no momento. Da perda da virgindade no banco de trás do carro ao “barato” das drogas na calçada da frente de casa, o que não presta sempre ilude muito e dura pouco. A longo prazo, só restará a vergonha, o vício e a solidão – compensa?

2. Nada é tão ruim que não possa piorar. O fundo do poço é mais fundo que a promessa falsa de luz no fim do túnel. Tentação é puxar para baixo – sempre! Aí está o alerta emergencial para uma brusca interrupção de qualquer contato com a miragem da insanidade travestida de felicidade. É parar e #partiuceu!

3. Convivência é conivência. Não tem outra saída. Se as companhias, tribos e relações pessoais são negativas, inevitavelmente, a influência evocará a complacência. É velho, eu sei, mas sempre verdadeiro: “diga-me com quem andas, e dir-te-ei quem és”. Atualizando, todos somos CTRL+V das amizades que fazemos CTRL+C.

4. Revolucione por princípios, não por principados. Chega de indefinidos – definam-se pelo que vale “ainda que caiam os Céus”. Nada, nem ninguém, tem autoridade maior que o seu livre-arbítrio. Por isso, o mundo carece emergencialmente de uma juventude ousada capaz de viver por princípios nobres. Saltar da mesmice entediante exige dos poucos corajosos o ativismo do bem.

5. Errado nunca será meio certo. Não relativize o absolutamente certo. Despropósito, sexo fútil, beijaços coletivos, mix alcoólicos, fuga da realidade, enfim, o prazer de papelão da geração BBB é pura ilusão. Não existe “quase errado” naquilo que já escapou do que é correto – resistir será a maior conquista.

6. Dê unfollow no que não presta. #simplesassim. Somos na vida real o que curtimos no mundo virtual. Na era do mobile, o corpo acaba sendo arrastado pelo que os dedos fuçam nas telas touch screen. É melhor sair logo de um péssimo grupo no WhatsApp do que se excitar com a miragem da depravação. Cedo ou tarde, flertar com o vazio alheio também esvaziará a si próprio.

7. Deixe Deus ser Deus e seja você. Existe uma força descomunal ao alcance de um jovem procurando ser feliz. Até os tristes extremos, do homicídio ao suicídio, demandam força. Por que não concentrar todos estes impulsos na direção do Céu? Só o Criador pode preencher os espaços carentes de suas criaturas. Esse assombroso senso de deslocamento jamais se curará na balada das paixões descartáveis, mas de joelhos dobrados perante o Salvador da autoestima.

Deixe de ser só um na multidão de anônimos sem sentido e desprenda-se nos poderosos braços do Único que pode ajudar. Como a Bíblia mesmo alerta: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, de todas estas coisas DEUS te pedirá conta” (Eclesiastes 11:9). Ameaçador? Jamais! Apenas o conselho aconchegante de um verdadeiro Amigo dando o maior dos avisos: jovem foi feito para ser eterno. E isso é tudo do lado de cá do Céu!

Com uma verdadeira identidade assim – de quem sabe que vale mais e para sempre – prometo que não terá mais tédio na vida. Quer encarar?

Graça e Paz!
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sábado, 20 de agosto de 2016

Filhos mimados formarão uma geração de incapazes de lidar com a frustração.

Criança Mimada - Sol Serenat Omnia

À mesa do restaurante, João faz manha exigindo o celular da mãe para se divertir durante o almoço. Maria se joga no chão da loja de brinquedos porque quer que o pai compre aquela boneca agora. E, sentado no sofá de casa, Pedro se irrita com os pais porque quer uma resposta urgente sobre poder ou não ir à festa dos amigos no sábado à noite. Todos eles, não importa a idade, têm algo em comum: vão se tornar adultos mimados, incapazes de lidar com as frustrações do mundo.

A culpa do destino dos três, João, Maria e Pedro, é do imediatismo que rege as relações atualmente. Temos, como pais, dito muitos “sim” para os filhos, quando, na verdade, o ideal seria dizer mais “não sei” ou “vou pensar”. Como explica a psicóloga e educadora Rosely Sayão, essa atitude traz como maior prejuízo uma alienação em relação à realidade.

— O adulto que tem o imediatismo cultivado, ao invés de controlado, tem dificuldade de compreender e se inserir no mundo.

Pressionados a responder às demandas dos filhos imediatamente, os pais acabam soltando respostas impensadas, e a consequência, na visão da coach de vida e carreira Ana Raia, é a criação de jovens pouco preparados para lidar com a vida.

Segundo ela, os pais, atualmente, não aguentam não ser imediatistas. Se no passado eles se permitiam deixar os filhos insatisfeitos por mais tempo, hoje atitudes como essa se transformaram em um dos maiores desafios na educação das crianças e jovens.

Ana acredita que a tecnologia colabore para o imediatismo a partir do momento em que, ao toque de um dedo na tela do celular, a resposta para qualquer pergunta ou busca de informação podem ser obtidas em pouquíssimos segundos.

— Não conseguimos sustentar uma dúvida por muito tempo, um incômodo. Não sabemos lidar com um mal-estar neste mundo onde a felicidade é imperativa.

E a dúvida, explica Rosely Sayão, é preciosa, assim como a espera e o pensamento, porque eles ajudam a criança a crescer e a amadurecer. Crianças que não têm momentos de “mente vazia”, por exemplo, poderão sofrer graves consequências na vida adulta.

Alguém que está sempre entretido terá para sempre a necessidade de entretenimento constante, alerta o médico Daniel Becker, criador do projeto Pediatria Integral. Segundo ele, para ser criativo, o cérebro humano precisa da criatividade.

— São necessários momentos em que ele está engajado com algo externo, e também momentos em que está ocioso, em estado de contemplação. Quando uma criança tem seu tempo completamente tomado com atividades como escola, inglês, natação, Facebook, Instagram, WhatsApp, ela fica incapacitada de ter importantes processos interiores.

Becker acrescenta que crianças que não interagem com seus pares ou com os adultos, porque passam o dia com eletrônicos na mão, terão menos inteligência emocional, menos empatia e menos capacidade de se comunicar com os outros quando crescerem.

Se este já não fosse um bom argumento, ainda haveria a opinião de outros especialistas, que enxergam o hábito dos pais de entregar celulares e tablets às crianças como algo benéfico apenas para os adultos.

Na opinião de Rosely Sayão, oferecer um eletrônico em momentos em que se espera que os filhos se socializem com a família e amigos não é um carinho, mas, sim, um comodismo.

— O celular e o tablet nestas situações têm a função do “cala a boca”, nada além disso.

Mas, então, o que fazer quando a conversa no restaurante está boa, mas os pequenos não param de dar chilique e pedir para ir embora? O pediatra Daniel Becker dá uma boa dica.

— As pessoas se esquecem que as crianças sabem conversar e que podem fazer pequenos contratos. Mesmo as menorzinhas têm essa capacidade de compreensão. Basta dizer ao filho que, nos momentos em que estiverem conversando em família, ele não terá o tablet, mas que, quando a mamãe e o papai estiverem falando só com seus amigos, ele poderá pegar o tablet emprestado por 15 minutos. Assim, se alcança um equilíbrio.

Soluções como esta são recursos para que os pais lidem não só com o imediatismo das crianças, como também o deles próprios, que pode, mesmo que de maneira não intencional, servir como exemplo negativo aos filhos, que acabam copiando as atitudes da família.

Para o pediatra presidente do Congresso Brasileiro de Urgências e Emergências Pediátricas, Hany Simon, a ansiedade e a angústia na adolescência e na vida adulta podem ser resultados do imediatismo paterno presenciado na infância. E, como reforça Rosely Sayão, viver de maneira urgente só traz impactos emocionais negativos nas crianças.

— Somos imediatistas desde que nascemos. Choramos para manifestar desconforto, somos atendidos e temos nossas necessidades básicas saciadas. Com isso, vem também uma sensação de prazer, que vamos desejar para sempre. No entanto, precisamos entender que não é o princípio do prazer que vai reger a nossa vida, e, sim, o princípio da realidade. O papel dos pais é, aos poucos, mostrar aos filhos a realidade do mundo.

Graça e Paz!
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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A responsabilidade legítima na educação dos filhos é dos pais.

Antes que seja tarde demais - Sol Serenat Omnia

Era uma quinta-feira de manhã e estávamos nos dirigindo à escola para deixar nossos filhos, antes de irmos para o trabalho. De repente, vimos uma criança correndo no meio de uma movimentada rua de nossa cidade. O menino não devia ter mais do que cinco anos. Estava de shorts e camiseta, com os pés descalços. Rindo, ele corria despreocupadamente, enquanto dois adultos tentavam pegá-lo e levá-lo para um lugar seguro. A cena aconteceu bem diante de nós, e só então percebemos que os adultos nem eram os pais da criança. Eram apenas pedestres que também viram o perigo e tentavam impedir que o pior acontecesse. Para o garotinho, tudo não passava de uma brincadeira de pega-pega.

Um rapaz conseguiu se aproximar e, enquanto os carros paravam, ele agarrou o menino e o segurou no colo. A última coisa que vimos foi alguém ligando para o 190, possivelmente para tentar localizar os pais da criança. Pelos trajes, tivemos a impressão de que o garoto tinha acabado de acordar e saiu à rua sem que os responsáveis percebessem. Fiquei pensando na reação da mãe quando percebeu que o filho não estava em casa e no desespero que deve tê-la acometido ao saber do risco a que o menino estivera exposto. Talvez o senso de culpa tenha atormentado os pais durante alguns dias, com a pergunta implacável: como pudemos deixar que isso acontecesse?

Enquanto aquela cena desesperadora vinha à minha mente, não pude deixar de fazer uma analogia com a situação de muitas famílias hoje. Será que as crianças estão realmente protegidas e seguras? Poderiam elas estar “perdidas” dentro de casa? Como pais, estamos assumindo a responsabilidade não só pelo bem-estar e integridade física delas, mas também por seu desenvolvimento emocional e espiritual? Ou estamos transferindo essa responsabilidade para outros?

Uma amiga, líder do Ministério da Criança e Adolescentes em um estado do Sul do Brasil, me enviou recentemente um áudio revelador. Trata-se da experiência que uma mãe teve com seu filhinho de apenas quatro anos de idade. De uma hora para outra, a criança começou a questionar por que tinha que ser menino. Por que não poderia ser uma menina? Os pais conversaram e explicaram, mas o menino continuou insistindo na ideia. Certo dia, enquanto a mãe estava preparando o almoço, o menino entrou na cozinha e perguntou por que ela havia mentido para ele. Então, ele afirmou de forma desafiadora que poderia ser menina, sim. Ele poderia ser o que quisesse. A mãe perguntou quem havia dito isso. E ele respondeu: “o meu amigo, que vem todos os dias brincar comigo.”

Como a mãe sabia que nenhuma outra criança tinha vindo brincar com o filho, ela perguntou que amigo era esse. A resposta foi surpreendente. O menino disse que o amigo estava sentado no sofá. Porém, não havia ninguém ali. Usando a psicologia, a mãe pediu que a criança descrevesse o tal amigo. Ela “gelou”, quando percebeu, pelos detalhes, quem era a figura que o menino estava descrevendo.

Atônita, a mãe disse ao menino que aquele “amigo” deveria ir embora imediatamente. Em seguida, ela levou o filho para o quarto e começou a orar com ele, pedindo perdão a Deus por ter deixado “brechas” por onde o inimigo estava não só passando, mas dia-a-dia se instalando naquele lar.

Só essa parte da história já seria suficiente para deixar dedicados pais e mães assustados. Mas, na sequência, a mulher contou que passou a orar diariamente para que Deus lhe mostrasse onde estavam as falhas. Como o menino passava grande parte do tempo em frente à televisão, ela decidiu assistir aos desenhos animados que a criança estava acostumada a ver. Agora tudo fazia sentido! No áudio, ela mencionou desenho por desenho e descreveu inclusive algumas cenas com mensagens explícitas demais para qualquer faixa etária.

A imagem da criança que mencionei no início do texto, correndo despreocupadamente, sem noção do perigo ao qual ela estava exposta, e a mensagem de alerta dessa mãe, me levaram a pensar nas advertências que Ellen G. White dá no livro Orientação da Criança. Quero partilhar algumas delas com você:

“Pais, despertem de sua sonolência espiritual e compreendam que os primeiros ensinos que a criança recebe devem ser dados por vocês. Devem ensinar seus pequenos a conhecer a Cristo. Vocês devem fazer esse trabalho antes que Satanás lance suas sementes no coração deles” (página 17).
“Os pais precisam compreender sua responsabilidade. O mundo está cheio de armadilhas para os pés dos jovens” (página 15).
“As influências educativas do lar são uma força decidida para o bem ou para o mal. […] Se a criança não for instruída corretamente ali, Satanás a educará por meio de fatores escolhidos por ele” (página 12).
“O Senhor não justificará a falta de controle dos pais. Centenas de filhos hoje enchem os exércitos do inimigo vivendo e trabalhando longe do propósito de Deus. São desobedientes, ingratos e não santificados; mas o pecado está à porta de seus pais. Pais cristãos, milhares de filhos estão perecendo em seus pecados devido à falha dos pais em governar sabiamente o lar” (página 127).
Sem dúvida, esses “puxões de orelha” doem. Mas, às vezes, eles são necessários para que despertemos e assumamos a responsabilidade legítima que temos como pais. Não seremos desculpados se transferirmos o controle da situação para outros canais que não sejam os indicados por Deus. Temos luz suficiente na Bíblia e nos testemunhos proféticos para não errarmos quanto à nossa missão. As crianças precisam ser conduzidas e orientadas para que o caráter delas seja um reflexo do caráter do Pai. Antes que seja tarde demais…

Graça e Paz!

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Era uma vez… A história original...

Era uma vez - Sol Serenat Omnia

Não sei se você percebeu uma nova tendência entre os filmes que estão sendo produzidos para o público infantil e de adolescentes. Histórias que conquistaram uma geração agora estão sendo recontadas, mas com um viés diferente, explorando o “antes”. Frases como: “Esta é uma velha história, contada de um jeito novo…” “Toda lenda tem um início…” “A história não contada…” “Saiba como tudo começou…” têm se tornado bastante comuns nas propagandas e trailers dos lançamentos.

Em um aspecto, os produtores desses filmes têm razão. Há realmente uma história original por trás das outras. Há um “antes”. No entanto, a pergunta que deve ser feita é: Quanto dessa história as pessoas conhecem?

Vou ser mais objetiva: Quanto dela você conhece? Que tal fazer um teste? Aqui está uma sinopse dela*:

Tudo era perfeito no Céu. Havia ordem e todos viviam felizes. Os anjos amavam Seu Criador. Como seres livres, servir a Deus era sua maior alegria.

Cristo, o Filho de Deus, também era muito amado pelos anjos. Até havia um nome pelo qual Ele Se identificava com os anjos: Arcanjo Miguel. A Bíblia nos diz que esse é um dos nomes de Jesus (Ap 12:9). Ele era o Comandante do Céu.

Tudo estava em perfeita harmonia. Até que um dia aconteceu algo que mudou esse estado de felicidade. Houve alguém que usou de forma errada a liberdade que Deus concedeu às Suas criaturas. Lúcifer, aquele que abaixo de Cristo era o mais honrado entre os habitantes do Céu, começou a desejar o poder que pertencia, por direito, ao Filho de Deus.

Quando Deus, o Rei do Universo, convocou os exércitos celestiais para reafirmar a verdadeira posição de Cristo, como Seu Filho, e anunciou que logo Jesus exerceria Seu poder divino na criação de um novo planeta e seus habitantes, a inveja tomou conta por completo do coração de Lúcifer.

“Por que Jesus deveria ter a supremacia?” Não era ele, Lúcifer, o mais honrado entre os anjos? Ele precisava fazer alguma coisa. Disfarçadamente, a princípio, ele começou a espalhar as sementes da dúvida com respeito às leis que governavam os seres celestiais, sugerindo que os anjos não precisavam dessas leis, pois eles já eram bastante inteligentes e sabiam o que fazer. Seus pensamentos já eram santos; não havia para eles maior possibilidade de errar do que para o próprio Deus. Muitos não perceberam as intenções de Lúcifer. Afinal, como querubim cobridor, ele era guardião da lei de Deus (ver Ez 28:14).

Lúcifer foi ainda um pouco mais longe e declarou que se ele fosse escolhido como líder ofereceria a liberdade para todos. Mas que liberdade? Eles já eram livres… Infelizmente, muitos anjos ficaram cegos por causa dos enganos de Lúcifer. Foram convencidos de que ele estava lutando para promover a harmonia e a paz, e que Jesus não devia ser exaltado.

Enquanto isso, Deus, conhecedor de tudo o que Lúcifer estava fazendo, foi paciente com ele. Deu oportunidade para que ele se arrependesse e voltasse atrás. Lúcifer quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu. Ele não quis retroceder. Considerou um sacrifício grande demais para alguém que tinha sido tão altamente honrado confessar que tinha cometido um erro.

Lúcifer insinuou que a paciência, a misericórdia e a bondade de Deus para com ele eram sinais de fraqueza. E decidiu se rebelar abertamente contra o governo de Deus. Assim, Lúcifer, o “portador de luz”, tornou-se Satanás, “o adversário” de Deus e dos seres santos. Ele convenceu a terça parte dos anjos a aceitá-lo como chefe. Em pouco tempo, o descontentamento e a desconfiança contaminaram o ambiente do Céu.

As coisas não podiam continuar assim. Então houve uma terrível guerra no Céu. Miguel e Seus anjos lutaram contra Lúcifer e os anjos que ficaram do seu lado. Por fim, estes últimos foram expulsos (Ap 12:7-9).

Muitos têm perguntado por que Deus não destruiu Lúcifer antes que as coisas tomassem essa proporção. A resposta está no fato de que o governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas todos os mundos que Ele tinha criado. Se Deus tivesse destruído Lúcifer, seria deixada uma dúvida quanto ao verdadeiro caráter de Deus e também quanto às reais intenções do inimigo. Por isso, Deus permitiu que Lúcifer continuasse em seus propósitos. Suas obras deveriam condená-lo.

Quando Adão e Eva pecaram, o inimigo achou que tinha vencido. No entanto, o primeiro dia do pecado na Terra marcou definitivamente o início da derrota de Satanás. Um plano foi imediatamente colocado em ação. Os seres humanos teriam a chance de ser resgatados e o caráter de Deus seria reivindicado para sempre por meio de Jesus. Ele viveria como um ser humano, provando que é possível guardar a lei de Deus, que é justa e perfeita, e morreria como o Redentor da humanidade. Sua ressurreição ligaria novamente a Terra ao Céu (1Tm 2:5, 6). Haveria chance de o ser humano voltar a viver como Deus sempre planejou. A possibilidade de um final feliz se tornou uma realidade e não apenas a conclusão de histórias inventadas.

Final Feliz

Ao longo do tempo, muitas pessoas fizeram parte desta história, que não é fictícia; é real. E agora, você se tornou um dos personagens dela. Cada dia, sem que você tenha consciência, uma batalha está sendo travada entre duas partes. De um lado está Aquele que tanto amou que não mediu esforços para salvar a humanidade (Jo 3:16). Do outro, está alguém que odeia e que deseja apenas a destruição do ser humano para atingir o coração de quem o criou. Sabendo que tem pouco tempo (Ap 12:12), o inimigo tem inventado um “antes” diferente para esta história, na tentativa de confundir as pessoas e levá-las a acreditar que os papéis estão invertidos.

Quando você vir frases do tipo: “Às vezes as trevas vêm de lugares inesperados…”, “Esta não é a história que você já conhece, porque às vezes os amigos começam como inimigos, e inimigos começam como amigos”, fique esperto. Jogue fora o roteiro alternativo e prefira a história original, escrita e dirigida pelo verdadeiro Autor da História. Ele garante que o final será realmente feliz. Mas lembre-se: é preciso conhecer a história toda. Muitas vezes as melhores surpresas se encontram nas últimas páginas.

* Texto baseado nos capítulos 1 a 4 do livro Os Escolhidos.

Graça e Paz!

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terça-feira, 16 de agosto de 2016

Três Decisões Importantes.

Escolhas Importantes - Sol Serenat Omnia

A nossa vida seria muito mais fácil se tivéssemos apenas decisões lógicas para serem tomadas. A vida seria mais fácil, mas também creio que seria muito sem graça. Todavia, como a vida humana é imprevisível, devemos aprender a tomar decisões estratégicas. Como sugere Sérgio Zaccarelli em seu livro Estratégia e Sucesso nas Empresas, a racionalidade da imprevisibilidade só pode ser enfrentada pelas decisões estratégicas. Isso vale para as empresas e para as pessoas.

Sem sombra de dúvida, tomar boas decisões, saber escolher bem, talvez seja nossa maior liberdade e nossa maior fonte de força. Entretanto, decidir é também uma grande responsabilidade. Afinal, para os seres humanos, decidir implica em vontade, enquanto que os animais simplesmente escolhem por instintos. De fato, os animais não têm escolha; eles seguem um script gravado no código genético. Nós precisamos escolher. Quem simplesmente se prende às circunstâncias, quem simplesmente não usa sua capacidade de decisão, está apenas sobrevivendo. Em vez de viver, está apenas existindo.

Na vida pessoal, quais seriam as decisões mais importantes? Esta é uma pergunta essencial e complexa, pois exige uma resposta bastante subjetiva. Na tentativa de encontrar uma resposta a essa pergunta, pensando e lendo aqui e acolá, eu selecionei algumas decisões ou escolhas que acredito serem fundamentais para uma vida de sucesso. Quero partilhar minha lista de apenas três itens.

Escolher nosso caráter
Ter um bom caráter certamente é uma boa escolha, pois nosso caráter é nossa marca que nos acompanha todos os dias de nossa vida. Ter um bom caráter faz toda a diferença.

O escritor Stephen Kanitz, conta o caso de um amigo de infância, o Zeca, que se casou com a garota mais linda de sua turma. Ela tinha uma irmã mais nova e mais bonita, de 16 anos. Após dois anos de casado, o Zeca acabou tendo um caso com a linda cunhada e foi prontamente descoberto pela esposa. Ele se desculpou dizendo: “Não sei o que passou pela minha cabeça, ela simplesmente se entregou”.

O professor Kanitz diz que muitos anos depois, cada vez que encontravam o Zeca, ele e os amigos tentavam disfarçar o sorriso malicioso. E mesmo depois de mais de vinte anos, toda vez que o encontra, Kanitz confessa que a primeira imagem que vem à sua mente é: “Lá vem o Zeca, aquele que teve um caso com a cunhada”.

O escritor reflete que ações que mancham nosso caráter nos marcam para o resto da vida. Por isso, transgredir a moral e a ética pode ser mais desastroso do que transgredir as leis do país. Ações que mancharam nosso caráter serão pagas inclusive pelos nossos filhos e netos. Eles terão que explicar as bobagens e erros que nós cometemos.

Ter um bom caráter talvez não nos garanta um lugar de destaque na empresa onde trabalhamos. Mas tenho absoluta convicção de que ter um bom caráter nos garantirá um sono tranquilo, uma consciência em paz e uma completa paz de espírito.

Blanchard afirma que “as circunstâncias nunca formam o caráter; elas meramente o revelam”. O pregador D. L. Moody costumava dizer que “caráter é o que o homem é no escuro”. Thomas Chalmers diz que “o caráter com que descemos à sepultura, quando morremos, é o mesmo caráter com que reapareceremos na ressurreição”.
Por sua vez, a Bíblia diz, no Salmo 1:3, que as pessoas de bom caráter “são como árvores que crescem na beira de um riacho. Tudo o que elas fazem prospera”. O que esse Salmo quer dizer é que Deus abençoa àquele que cultiva um bom caráter. Você quer ser uma pessoa abençoada por Deus? Quer receber as graças de Deus? Quer prosperar em seu trabalho? Quer prosperar em sua família? A receita é muito simples: preocupe-se em cultivar um bom caráter, e deixe o resto por conta de Deus. No tempo certo e da maneira certa, Ele vai recompensar o seu bom caráter.

Escolher a maneira como tratamos as pessoas
Podemos humilhar as pessoas, ou podemos valorizá-las. Podemos ser egocêntricos e egoístas, ou podemos ser prestativos e solidários. Podemos olhar as pessoas com desdém e arrogância, ou podemos olhá-las com respeito e amizade. Podemos nos vingar de uma ofensa, ou podemos perdoar. Podemos retribuir à altura o sorriso irônico, ou podemos sorrir com ingenuidade.

O fato é que nós decidimos a maneira como queremos tratar as pessoas.

Um certo beduíno estava dentro de sua tenda ao sol da Palestina, quando entrou correndo um garoto adolescente que se refugiou atrás dele, chorando e grunhindo. Logo em seguida, chegou uma turba alvoroçada, empunhando pedaços de pau e facas. Abriram a portinhola da tenda e disseram ao beduíno:

– Dá-nos este garoto porque ele é assassino.

O beduíno respondeu:

– Mas há uma lei entre nós que diz que, quando um assassino se refugia numa tenda e o dono da tenda lhe dá abrigo, ele está absolvido. Eu me compadeci deste garoto, quero perdoar-lhe.

E o garoto tremia… Mas eles disseram:

– Você lhe quer perdoar porque não sabe o que ele fez e nem quem ele matou.

O beduíno falou:

– Não importa; eu quero perdoá-lo.

Os homens então afirmaram:

– Ele matou seu filho. Vá ver o corpo sangrando na areia ali fora.

O beduíno caiu num profundo silêncio e angústia; depois enxugando as lágrimas, disse:

– Então eu vou criá-lo como se fosse o meu filho, a quem ele matou.

Nós decidimos a maneira como queremos tratar as pessoas. Temos o direito de ficar irados, bravos, indignados, mas não temos o direito de ferir e magoar as pessoas simplesmente porque estamos irados. Como pessoas maduras, não podemos simplesmente viver de reações: “Se alguém me faz mal, eu faço o dobro”. Não! Somos gente, gente inteligente. Tratar bem as pessoas certamente é uma decisão importante.

Ao lidar com as pessoas, podemos adotar uma das seguintes regras:

è Regra de ferro: “Farei aos outros o dobro do mal que me fizerem”. Gente insensata e desequilibrada age assim. Mas você – leitor, leitora – não é insensato e nem desequilibrado. Então, descartemos esta regra.

è Regra de prata: “Não farei aos outros o mal que me fizerem. Mas também não lhes farei nenhum bem”. Esta é uma atitude meramente interesseira, egoísta, pragmática. Também não serve para gente inteligente e sábia.

è Regra de Ouro: Conforme Mateus 7:12: “Farei aos outros o bem que gostaria que eles me fizessem”. Esta é a regra mais completa sobre como tratar as pessoas: “Farei aos outros o bem que gostaria que eles me fizessem”.

Escolher Deus
Alguém pode pensar que Deus é útil para os fracos e tolos, e, assim como Sigmund Freud, pode pensar que a religião é uma fuga da realidade, ou que a religião é desnecessária para pessoas mentalmente sadias, pois é uma neurose obsessiva e universal da humanidade. Todos têm o direito de pensar assim.

Entretanto, podemos pensar que a religião é a tentativa de conceber o universo inteiro como humanamente significativo, e que por isso a religião e o reconhecimento da existência de Deus são fundamentais para uma vida significativa. A religião e a religiosidade estão na substância da cultura e das pessoas. Podemos mudar o nome de Deus ou até fugir dEle, mas Ele está sempre lá. Podemos até rejeitar a Deus, mas Ele está lá, e é por isso que pode ser rejeitado. Ninguém rejeita aquilo que não existe.

Quando o assunto é Deus, normalmente nós temos seis alternativas:

Ignorar que Ele existe.
Não compreende-lo.
Evita-lo.
Combate-lo.
Adia-lo.
Desejamos conhecê-lo e viver à luz da Sua vontade.
Qual é sua postura? Eu espero que você deseje conhecê-lo diariamente e que viva à luz da Sua vontade.

Cultivar um bom caráter, tratar bem as pessoas e relacionar-se diariamente com Deus: escolhas de pessoas inteligentes como você!

Graça e Paz!
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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

As Quatro Leis do Desapego...

Desapegue-se - Sol Serenat Omnia

É possível que a palavra desapego lhe cause uma sensação de frieza e egoísmo. Nada está mais longe da realidade. A palavra desapego, compreendida dentro do contexto do crescimento pessoal, é um valor interno precioso que todos nós devemos aprender a desenvolver.
Praticar o desapego não significa abrir mão de tudo o que é importante para nós, rompendo vínculos afetivos ou relacionamentos pessoais com aqueles que fazem parte do nosso cotidiano.
“Desapego significa saber amar, apreciar e se envolver nos relacionamentos com uma visão mais equilibrada e saudável, libertando-se dos excessos que o prendem”.
Liberação emocional é viver mais honestamente, de acordo com as suas necessidades. Crescer, progredir com conhecimento de causa, sem prejudicar ninguém e não deixando ninguém o limitar.
Conheça abaixo as 4 leis do desapego para a liberação emocional. Vamos praticar?

1- Você é responsável por si mesmo

Ninguém pode viver por você. Ninguém pode respirar por você, se oferecer como voluntário para carregar suas tristezas ou sentir suas dores. Você é o arquiteto da sua própria vida e de cada passo que dá em seu caminhar.
Portanto, a primeira lei que deve ter em mente para praticar o desapego é tomar consciência de que você é totalmente responsável por si mesmo.
Não responsabilize os outros pela sua felicidade. Não imagine que para ser feliz é necessário encontrar o parceiro ideal ou ter o reconhecimento de toda sua família.
Se a opinião dos outros é a sua medida de satisfação e felicidade, você não vai conseguir nada além de sofrimento. Raramente os outros suprirão as nossas necessidades.
Cultive sua própria felicidade, seja responsável, maduro, conscientize-se das suas escolhas e consequências e nunca deixe que seu bem-estar dependa da opinião alheia.

2- Viva no presente, aceite e assuma a sua realidade

Muitas vezes, não conseguimos aceitar que nesta vida nada é eterno, nada permanece sempre igual; tudo flui e retoma seu caminho. Muitas pessoas estão sempre focadas no que aconteceu no passado, e isso se torna um fardo pesado que carregamos no presente.
Mesmo que seja doloroso, aceite, assuma o passado e aprenda a perdoar. Isso o fará se sentir mais livre e o ajudará a se concentrar no que realmente importa: “o aqui e agora”. Liberte-se!

3- Liberte-se e permita que os outros também sejam livres

  “Assuma que a liberdade é a forma mais plena, íntegra e saudável de aproveitar e compreender a vida em toda a sua imensidão”
Ser livre não nos impede de criar vínculos com os outros. Criar vínculos, amar e ser amado, fazem parte do nosso crescimento pessoal.
O desapego significa que você nunca deve assumir a responsabilidade pela vida dos outros, que eles não podem lhe impor seus princípios e nem tentar prendê-lo. É assim que surgem os problemas de relacionamento e o sofrimento.
Os apegos exagerados nunca são saudáveis. Temos como exemplo aqueles pais obcecados por proteger os filhos, que os impedem de crescer e avançar com confiança para explorar o mundo.
A necessidade de desapegar-se é fundamental nesses casos; cada um um deve sair dos seus limites de segurança para enfrentar o imprevisto e o desconhecido.

4- As perdas irão acontecer mais cedo ou mais tarde

Devemos aceitar que, nesta vida, nada dura para sempre. A vida, os relacionamentos e até os bens materiais acabam desaparecendo como fumaça, escapando por uma janela aberta ou deslizando através dos nossos dedos.
As pessoas vão embora, as crianças crescem, alguns amigos somem e perdemos alguns amores… Tudo isso faz parte do desapego. Temos que aprender que isso é normal e enfrentar essa situação com tranquilidade e coragem.
O que nunca pode mudar é a sua capacidade de amar. Comece sempre por você mesmo.

Graça e Paz!

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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Quem sofre de ansiedade percebe o mundo de maneira diferente.

Ansiedade - Sol Serenat Omnia


Não dá para discutir com a ciência: as pessoas não podem ser responsabilizadas por ter doenças mentais.

Quem ainda acredita na ideia antiquada de que doenças mentais são coisas “que só existem na cabeça das pessoas” tem mais um motivo para parar de acreditar nesse mito.

Segundo um novo estudo da revista Current Biology, quem sofre de ansiedade percebe o mundo de um jeito diferente – e isso se explica por variações no cérebro.

Tudo tem a ver com a plasticidade do cérebro, ou a capacidade do órgão de se reorganizar e formar novas conexões. Essas mudanças ditam como a pessoa responde a estímulos, e pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, descobriram que pessoas diagnosticadas com ansiedade têm menos propensão a distinguir entre estímulos “seguros” ou neutros e estímulos ameaçadores.

Os cientistas descobriram que as pessoas que sofrem de ansiedade têm uma plasticidade mais duradoura depois de uma experiência emocional (ou “estímulo”). Isso significa que o cérebro era incapaz de distinguir situações novas e irrelevantes de algo que é familiar e não-ameaçador, resultando em ansiedade. Em outras palavras, as pessoas ansiosas tendem a generalizar demais as experiências emocionais, sejam elas ameaçadoras ou não.

Mais importante, observam os pesquisadores, essa reação não é algo que esteja no controle dos indivíduos ansiosos, porque se trata de uma diferença fundamental do cérebro.

No estudo, os pesquisadores treinaram os indivíduos a associar três sons específicos com um de três resultados possíveis: perder dinheiro, ganhar dinheiro ou ficar na mesma. Na fase seguinte, os participantes ouviram cerca de 15 tons e identificaram se já tinham ouvido os sons antes ou não.
A melhor maneira de “ganhar” o jogo era não confundir ou generalizar os novos sons em relação aos que eles já tinham escutado antes. Os autores descobriram que as pessoas com ansiedade tinham maior propensão a achar que um som novo era uma repetição.
A explicação não está em problemas de aprendizado ou de audição – na realidade, algumas pessoas associaram os sons da primeira fase do estudo a uma experiência emocional (ganhar ou perder dinheiro) de maneira diferente de outros participantes do estudo.

Os pesquisadores também descobriram que, durante o exercício, as pessoas com ansiedade exibiram diferenças na amídala, a região do cérebro associada ao medo. O resultado pode explicar por que algumas pessoas desenvolvem transtorno de ansiedade e outras, não.

“Os traços da ansiedade podem ser completamente normais e até benéficos do ponto de vista da evolução. Mas um evento emocional, mesmo que de pouca importância,pode induzir mudanças no cérebro que podem levar a um transtorno de ansiedade”, disse o pesquisador Rony Paz em um comunicado.

A nova pesquisa é um lembrete de que as pessoas não podem ser responsabilizadas por ter doenças mentais; as evidências indicam que a saúde mental tem raízes genéticas e fisiológicas. Um estudo de 2015 descobriu que a ansiedade pode ser hereditária, enquanto outras pesquisas sugerem que a depressão pode ser uma doença inflamatória.

Entretanto, apesar de um crescente conjunto de pesquisa, ainda as doenças mentais são cercadas por estigma. Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças, órgão do governo americano, apenas 25% das pessoas que sofrem de doença mental acreditam que os outros compreendem suas experiências.

Graça e Paz!

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