quinta-feira, 29 de maio de 2014

POESIA: Soneto - Tomás Antônio Gonzaga



Obrei quando o discurso me guiava: 
Ouvi aos sábios quando errar temia; 
Aos bons no gabinete o peito abria, 
Na rua a todos como iguais tratava. 

Julgando os crimes, nunca os votos dava 
Mais duro ou pio do que a lei pedia; 
Mas devendo salvar ao justo, ria, 
E devendo punir ao réu, chorava. 

Não foram, Vila Rica, os meus projetos 
Meter em férreo cofre cópia d’ouro 
Que farte aos filhos e que chegue aos netos; 

Outras são as fortunas, que me agouro: 
Ganhei saudades, adquiri afetos, 
Vou fazer destes bens melhor tesouro.


FEED

VEJA MAIS:

 
;